quinta-feira, junho 02, 2022

Referendo escandaloso

Ontem a Dinamarca foi (novamente!!!) a referendo sobre a isenção à cooperação militar dentro da UE. No que diz respeito à UE, na Dinamarca já é mais regra do que excepção os políticos quererem uma coisa e a população outra. E por muitas ameaças, a população costuma ter tento e sai sempre um não. Quando foi da adesão ao euro era que "o país iria à falência sem ele"m, diziam eles; os dinamarqueses rejeitaram o euro e está-se muito bem, com o bónus de não terem que ter coberto a imensa dívida grega, ao que os países da zona euro tiveram obrigados. Desta vez foi a ameaça do Putin e de ficar de fora nas missões militares internacionais. “Esqueceram-se” convenientemente de que a Dinamarca faz parte da NATO e que a defesa do território dinamarquês está ao abrigo da NATO. E que os soldados dinamarqueses estão fartos de ir em missões através da NATO, da ONU e tal. Até foram ao ponto de recomendar que quem estivesse em dúvida votasse que sim e com os meios de comunicação social todos a puxar para o mesmo lado, “esquecendo” que não são partidários. Estávamos bem se o padre recomendasse o mesmo à porta do altar: “ai estás em dúvida se queres casar com fulano? Então mais vale dizer que sim”. Duh?
O resultado final foi uma derrota do pensamento livre e informado e da democracia - a Dinamarca deixa de estar isenta da cooperação militar dentro da UE. O projecto foi vendido à população pela liberdade de escolha de se participar ou não em cada missão militar... aposto 100 euros em que daqui a 5-10 anos se tornarão obrigatórias através de uma decisão da maioria dos estados membros, como tanta coisa na UE - e como já estava decidido desde o início...