Ai, ai: a ”apropriação” cultural
Nos dias que correm tudo é motivo de ofensa: se um actor de raça branca dá
a voz a uma figura de desenhos animados negra (do contrário, por estranho que
pareça, nunca ouvi queixas), se alguém se disfarça de índio/ negro/ chinês/
mexicano sem o ser, se alguém usa os “pronomes errados”, eu sei lá que mais. E
ir ao Hawaii com uma daquelas camisas garridas de lá, uma dita camisa Aloha? Ou
ir à Escócia e vestir um quilt? Ou vestir um kimono no Japão? Ou envergar um sari
na India? Ou andar com um colar indígena (... pode-se dizer “indígena”...?) de
algures? Será que será encarado como um acto de reverência ou como uma afronta?...
Para evitar que alguém se melindre não vou a lado nenhum e só uso a minha roupa mais aborrecida e neutra.
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