Noite de S. João
Hoje é a noite de S. João, assim chamada por celebrar o nascimento de S. João Batista. É uma noite cheia de tradições por toda a Europa, mas talvez mais especial na Escandinávia, onde o sol só se põe bastante tarde nesta altura do ano, lá para as 11 e tal da noite, criando assim uma atmosfera mágica, uma mistura perfeita de luz e escuridão. Aliás, não há nenhuma tradição que me encha as medidas como a noite de S. João. Ao longo das praias acedem-se fogueiras enormes e celebra-se a vitória da luz e da vida em relação às trevas, o triunfo do bem em relação ao mal.
Como não podia deixar de ser, é uma tradição originalmente pagã, que foi cristianizada e que antigamente celebrava o solstício de Verão. Acreditava-se que era um dia mítico, em que quer as forças do bem, quer as forças maléficas da natureza estavam particularmente activas. Para aproveitar as primeiras, colhiam-se ervas com propriedades terapêuticas. Para afastar e proteger das últimas, acendiam-se fogueiras, um ritual que se mantém até hoje. E em cada fogueira queima-se um boneco em forma de bruxa para simbolizar a partida das forças malignas para bem longe. É portanto uma celebração tremendamente positiva e que me emociona sempre. Deixo-me levar pela atmosfera festiva, pelos estudantes que acabaram o liceu e parecem todos contentes e aliviados. E gosto de pensar que daqui a nada vêm as férias de Verão!
Hoje para não fugir à regra, vamos fazer um piquenique na “nossa” praia. Se estivesse em Portugal, comeria sardinha assada e saltaria por cima da fogueira; da Dinamarca, as fogueiras são bem maiores e contentamo-nos em olhar para elas ou dançar à sua volta, entoando a canção da praxe sobre o espantar das trevas e a vitória da vida e da luz.
Boa noite de S. João para todos!
 

O Santo António já se’acabou

O S. Pedro ’stá-se’acabar

S. João, S. João, S. João dá cá um balão para eu brincar...

(foto: da noite de S. João o ano passado, vida de praia)