quinta-feira, agosto 29, 2024

Avisos e a moralidade

Pronto lá está o António Guterres, o secretário-geral da ONU, outra vez a lançar avisos e apelos mundiais e dar lições de moral: se não é sobre a necessidade de passarmos todos a alimentar-nos de vegetais e gafanhotos, a eliminar o uso de combustíveis fósseis numa “transição justa” (traduzido: os países ocidentais serão forçados a eliminar o seu uso, de preferência ontem, enquanto que a India se continuará a mover a carvão e petróleo), a consumir menos recursos mais devagar e a viajar menos para salvar o clima do planeta, é a apontar o dedo a quem tem a culpa das ditas alterações climáticas, ao ponto de se ter obrigado o mundo ocidental “voluntariamente” a pagar para um fundo de perdas e danos de que beneficiam os países mais pobres para fazer face às catástrofes naturais. Entretanto com aquele físico não me parece que se alimente só de  cenouras e percevejos e passa a vida a viajar de cimeira em cimeira pelo mundo todo (já que na ONU parece que não ouviram ainda falar de reuniões online...). De momento está numa cimeira do Fórum das Ilhas do Pacífico, na Tonga, no sudoeste do Pacífico e, como sempre, não deve ter lá chegado a nado ou de outra forma sem emissões carbónicas. E já lançou mais um SOS: que o Oceano Pacífico está a aquecer três vezes mais rápido do que era suposto e que com isso estão sob ameaça de tempestades mais bravas e da subida do nível do mar, etc. etc., o costume. Achei graça à sua explicação pseudo-científica: supostamente os oceanos mais quentes provocam a expansão das moléculas de água, contribuindo para que o nível médio do mar aumente (entretanto quando lhe convem o problema é o gelo derreter, causando o mesmo efeito.... enfim...).
Pois eu nunca fui muito à bola com a do padre (“faz o que eu digo, não faças o que eu faço”) e acredito na liderança através do exemplo. Ou seja: quando o Guterres em vez de falar e dar lições de moral mudar a sua dieta e começar a comer minhocas, o que se tornará imediatamente aparente ao olho nú, deixar de ser consumista e de viajar tanto de avião e pegar na sua canoa sempre que queira ir a qualquer sítio, eu lá pensarei em fazer o mesmo.