Parvoíces politicamente correctas
Vivemos em tempos conturbados em que se dão largas à parvoíce em nome de ser-se politicamente correcto. Li há dias o absurdo dos absurdos: que um grupo de activistas dos Direitos Humanos tinha levado a tribunal o album do Tintin sobre a sua viagem ao Congo, acusando-o de racismo, e apelando ao juiz que este seja removido de todas as bibliotecas. O congolês Bienvenu Mbutu Modondo que levou o caso à atenção das autoridades afirma que o album em questão denigre a imagem do povo africano etc. e tal. E daí o querer empandeirá-lo para o “exílio”.
Tenho “o Tintin no Congo” e concordo que é a banda desenhada mais racista que li até à data, mas não nos podemos esquecer que saiu em 1931 e que retrata o seu tempo e os pontos de vista da altura – como o fazem certamente os livros de história, vários filmes, documentários, etc. E tal como qualquer outro documento histórico serve para que aprendamos com ele; se escondermos a história corremos ainda mais o risco de que se repita, não?
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