terça-feira, fevereiro 08, 2011

Reviravoltas
Há dias vi uma entrevista que um jornalista dinamarquês recentemente conduziu clandestinamente com Aung San Suu Kyi, a dissidente que passou duas décadas em prisão domiciliária à mercê da Junta Militar de Myanmar-Burma, ficando isolada do mundo exterior e dos seus filhos e marido. Proferiu que preferia não ser considerada uma heroína e que não apelidassem as suas escolhas de “sacrifícios”, pois considera que não fez mais do que o seu dever, fazendo frente a uma ditadura militar e lutando pela liberdade de expressão no seu país natal, em vez de se refugiar num exílio fácil e agradável junto à família em Londres.
Durante os anos de cativeiro praticamente só teve contacto com uma empregada que uma vez por dia lhe vinha trazer as refeições e pouco ou nenhum acesso às notícias do mundo exterior. Imagino portanto que seja no mínimo bizarro agora de repente ter acesso à internet, ao
Facebook, ao Twitter e outros meios que tais, que lhe põem o mundo todo à disposição.