Petição pública n.º 16/XIV/I
Parece que alguém se lembrou de entrar uma
petição pública para a proibição de perfume nos transportes públicos e locais
públicos, comparando o perfume ao tabaco e usando argumentos como sentir-se discriminado
– “se proibiram o tabaco, têm de proibir também o perfume, porque me incomoda”.
Ou citando o indivíduo: “Fumar
nos transportes públicos e nos locais públicos é proibido (1.º razão)
porque o fumo faz mal às vias respiratórias (2.ª razão)”, começa o
autor. “Mas os químicos contidos nos perfumes fazem muito mais mal,
detergentes, químicos (3.ª razão), como o amoníaco (4.ª), poluem o ar e
tornam impossível qualquer um viajar nos transportes públicos ou aguardar nos
locais públicos (5.ª). Eu, por exemplo, começo a tossir e a asfixiar (6.ª). Nem
com máscara ou lenço ou outro utensílio deixo de tossir (7.ª). Tendo em conta
que centenas de milhares de pessoas em Portugal têm problemas respiratórios,
asma, alergias, bronquites e outras (8.ª), requeiro que apliquem a mesma lei do
tabaco aos perfumes, aos detergentes, aos químicos, nos mesmos locais (9.ª),
proibindo o seu uso (10.ª)”.
Perfume não é tabaco. Que se saiba não causa cancro ao “cheirador”
passivo. E a nº 10 nem é uma razão mas uma exigência. Se fôr aprovada, entro
imediatamente uma petição de gente mal-cheirosa nos transportes, porque me
incomoda e a porcaria, como se sabe, pode fazer mal à saúde.
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