sexta-feira, março 24, 2023

Canguru ou não canguru, eis a questão

Acho fascinante a diferença entre quem sabe das coisas no campo (campo quer no sentido de campo/ cidade mas também campo no sentido do sítio onde as coisas se passam) e os académicos e outras pessoas muito longe do campo. Por exemplo quem vive no campo nunca sonharia em tentar preservar plantas ou animais que são autênticas pragas; já os citadinos, digamos, contam preservar tudo a torto e a direito desde que seja natureza. De uma forma geral. Um bom exemplo é que a Nike e a Puma, duas produtoras de ténis e sapatilhas, já anunciaram que vão deixar de usar couro de canguru nos seus ténis e sapatilhas. E os australianos, que têm cangurus a dar com um pau, porque o único predador natural do canguru é o homem e como tal este marsupial, enquanto houver fartura de comida, forma-se ilimitadamente causando desequilíbrios enormes na natureza, só se perguntam: “mas porquê???” Aliás, os australianos até têm muito orgulho em que o seu animal nacional seja usado no fabrico de diversos produtos (como a cortiça em Portugal), alimentares até. Até há uma dieta própria, chamada kangatarianismo, que exclui todas as carnes excepto a dos cangurus, por ser magra. Claro que isto das proibições aparentemente politicamente correctas vem dos Estados Unidos, tal como muitos outros extremismos, devido a campanhas de activistas dos direitos dos animais, também eles a milhas do campo, claro, que têm incentivado os políticos à proibição de couro de canguru no calçado. “Cangurus não são calçado”, dizem eles.
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E lona é?