domingo, março 26, 2023

Insurgência

Li há dias uma crónica de Raúl Testa, um académico de direito, que se insurgia contra a maneira como os cães em particular (porque normalmente são os únicos animais de estimação que se leva à rua; já os canários não, e graças a Deus por isso) eram tratados em Portugal, quer por donos de estabelecimentos quer pelas próprias autoridades. Ora se o cão praticamente é considerado um membro da família, como é que há restrições de onde os levar e deixar entrar? Afirmava ele que “em países mais desenvolvidos da Europa, os animais de estimação são aceites em todo o lado”, dando o exemplo da Alemanha. Confesso que não sei como essas coisas são da Alemanha, mas sei que os alemães de há umas décadas para cá se tornaram tremendamente conscientes dos direitos de cada um; como tal não posso imaginar que uma pessoa alérgica a cães ou com receio dos mesmos, não esteja abrangida de protecção quando vai ao café ou ao supermercado e tenha de ser exposta a cães. Até em termos sanitários soa extremamente nojento ter um cão dentro de um estabelecimento, onde também há comida. Já para não falar na algazarra, se houvesse mais do que um cão no estabelecimento (e seguindo esta última ordem de ideias, confesso que também barraria a entrada de membros da família a sério, como crianças pequenas, dos mesmos 😊)
Enfim, usando outro exemplo de outro país dito mais desenvolvido como a Dinamarca, não há qualquer questão: os cães ficam à porta dos tais estabelecimentos, a não ser que o restaurante ou café seja “amigável aos animais”, e  nesse caso está afixada a informação claramente, e nos supermercados não entram, excepto no caso de certos deficientes. Ponto final. As crianças não, claro.
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Cá para mim tem cão e não deve ter gostado de o cãozinho ter ficado à porta de um estabelecimento qualquer 😉