terça-feira, outubro 31, 2023

Sair do ninho

Saí de casa aos 17 anos para me fazer à vida, logo nunca hei-de perceber quem lá fica por muito mais tempo. E compreendo que haja pais que se vejam desesperados tendo filhos quarentões ainda a viver sob o seu tecto (se bem que creio que esses pais também têm culpas no cartório por não terem educado os filhos para a gradual independência). Até tem um termo: bamboccioni (ou “bebés grandes”) em italiano. Em Itália, segundo li, a média para os filhos montarem casa própria são os 35 anos; estamos a falar de 70% dos filhos, mais homens do que mulheres. Em Portugal estamos um bocadinho melhor com uma idade média de independência de 29,7 anos, ambos os países porém acima da média europeia de 26,4 anos, que já me parece bem alta.
Há dias li que uma mãe italiana se viu forçada a processar dois filhos de 40 e 42 anos que se recusavam a sair de casa e a contribuir para as despesas domésticas, apesar de ambos estarem empregados. E ganhou. A juíza deliberou e muito bem que a partir de uma certa idade os pais deixam de ter qualquer obrigação. Têm até 18 de Dezembro para aprender a voar. Aos 75 anos de idade já está na hora da senhora poder viver uma vida autónoma sem filhos agarrados às suas saias.