terça-feira, fevereiro 11, 2025

Autoestimas insufladas, mas frágeis

Quando eu era miúda não tinha nem grande autoestima nem fanfarronice. Ai de mim que me gabasse um pouco. Lembro-me de vir de uma prática do coro e não sem se me tinham dado um solo se quê. O comentário do meu pai jamais esqueci: «Tu, cantares num coro? Com essa voz de cana rachada?».
Uma coisa destas hoje não se diz a um miúdo para não lhe estragar a autoestima. Hoje em dia é só piropos e as crianças são criadas a pensar que são prodígios e é-lhes dado o direito a reivindicar um lugar em espaçoso no centro das atenções. Mas como eu costumo dizer, nem tanto ao mar nem tanto à terra: se comentários do bota-abaixo abalam autoestima emergente de uma criança, mas piropos sem motivo inflacionam a autoestima, que parece sólida e robusta, mas não o é; ao mínimo encontrão à mínima adversidade cai por terra de frágil que é e a criança fica melindrada. O ego precisa de ser desenvolvido q.b. e asseado em verdadeiras virtudes 😉