sexta-feira, março 07, 2025

A dor

Costuma-se dizer que o corpo dos homens não aguentaria a dor de dar à luz. Uma coisa é certa porém: as mulheres e os homens sentem a dôr de formas diferentes; mas segundo a ciência são as mulheres que sentem a dôr mais intensamente do que os homens e têm mais tendência a ter problemas crónicos de dôr como enxaquecas, síndrome de intestino irritável, fibromilagia e diversos tipos de artrites; e, segundo li, é o motivo pelo qual as aspirinas não funcionam tão bem com as mulheres. E pelo qual o tratamento de dores deveria ser discriminado entre os sexos, em vez de recebermos todos o mesmo tratamento. Estar atento a isto evitaria a tendência dos médicos a ignorar as dores femininas e adiar tanto o tratamento, o que só contribui para aumentar o problema ainda mais.
Como se sabe menos sobre a biologia feminina no campo da dôr, até 1993 a ciência só estudava os efeitos dos medicamentos para a dôr em populações masculinas, assumindo que o que tem efeito nos homens também o tem nas mulheres. Afinal é não é bem assim. Parece que o estrogénio afecta a maneira como se metaboliza a medicação, uma vez que reduz a quantidade de proteínas no plasma sanguíneo que se ligam aos medicamentos. E também o funcionamento do sistema imunitário, aumentado  o nível de inflamação e com ele a dôr. Também se está a estudar a hipótese de as mulheres terem menos receptores para os opioidos, o que, se ficar provado, sugere, que as mulheres precisam de doses diferentes destes para melhor efeito e para evitar efeitos colaterais.