Hora perdida
“Perde uma hora de manhã e andarás o dia todo em busca dela” (Anónimo)

Há dias que começam mal – ou pelo menos de maneiras inesperadas – e que são impossíveis de salvar e pôr no bom caminho. São dias confusos e por vezes desconcertantes. O despertador não toca e quando uma pessoa desperta por si própria já devia estar a sair de casa para ir para o trabalho. Toma um banho rápido, salta o pequeno-almoço como deve de ser, pois só tem tempo para beber um café a correr. Apanha mais trânsito do que é habitual e quando chega ao trabalho tem de andar às voltas para arranjar sítio para estacionar. O atraso também não dá tempo para ordenar as ideias calmamente e inicia-se o dia da pior maneira, com stress e pouquíssima concentração. Às nove e tal, dez horas a falta de pequeno-almoço vinga-se e a fome já aperta. O que fazer a duas horas do almoço quando uma peça de fruta claramente não chega para enganar a fome?
Conhecem dias destes em que se anda a tentar compensar uma hora perdida sem sucesso nenhum? Felizmente não me ocorrem muitas vezes. E quando acontece um azar destes só há uma maneira de endireitar um mau começo: chegar a casa, pôr as coisas e ir dar um longo passeio à beira-mar para espairecer um bocadinho e respirar fundo.

(foto: Kiki-Folletosa)