quarta-feira, março 02, 2011

Conversas científicas
Já sabem que o meu marido e eu volta não volta entramos por conversas para o científico em que metemos os pés pelas mãos por falta de informação e por termos uma imaginação muito fértil ;-) Há dias estava eu a relatar que tinha visto no trabalho que um colega certamente por distracção tinha escrito “31/2” e o meu marido vira-se para mim:


- ele: “sim, porque Fevereiro normalmente tem 28 dias, mas de 4 em 4 anos é
bissexto e tem 29. Não é?”
- eu: “É isso mesmo.”
- ele: “Mas porque será
que para dar certo de 4 em 4 anos se acrescenta um dia ao ano?”
- eu: “Ai,
isso devem ser umas contas muito complicadas...”
- ele: “Pois, porque
fazendo a média cada ano teria 365 dias e um quarto e isso seria estúpido.”
- eu: “Realmente...”
- ele: “Se não se acrescentasse o tal dia extra, se
calhar nunca se chegava ao dia mais curto do ano... mas não percebo muito bem
porquê, se a Terra faz precisamente o mesmo circuito em torno o sol todos os
anos...”
- eu: “Passo.”
- ele: “Mas...”

Quanto menos se sabe, mais se inventa, como podem ver ;-) Entretanto não descansei enquanto não pesquisei sobre esta questão e eis o que descobri na Wikipédia: que o ano bissexto foi introduzido em 1582, com a mudança do Calendário Juliano para o Calendário Gregoriano nos países católicos, para garantir que o calendário é estável em relação às estações do ano. Senão a altura do equinócio de primavera saltava um dia cada 4 anos anos e a certa altura, mais precisamente depois de 730 anos haveria discrepância entre o calendário e as estações do ano, com a primavera a começar em Setembro e o Outono em Março. Mas como de repente se viram com dias acumuladosm para resolver o problema retiraram 10 dias, passando directamente de dia 4 a dia 15 de Outubro.
«Acrescenta-se um dia a mais para se corrigir a discrepância entre o ano-calendário convencional e o tempo de translação da Terra em volta do Sol tomando-se o ano trópico que utiliza o equinócio vernal (ou seja, o equinócio de primavera no hemisfério norte) como referência. A Terra demora aproximadamente 365,242190 dias solares (1 ano trópico) para dar uma volta completa ao redor do Sol, enquanto o ano-calendário comum (por convenção) tem 365 dias solares. Sobram, portanto, aproximadamente 5h48m46 (0,2422 dia) a cada ano trópico. As horas excedentes são somadas e adicionadas ao calendário na forma inteira de um dia (4 x 6h = 1 dia).»
Uma curiosidade: «Nos países não católicos a mudança foi feita mais tarde; a Inglaterra e suas colônias fizeram a mudança em 1752, onde o dia 2 de Setembro precedeu o dia 14 de Setembro e o dia de ano novo foi mudado de 25 de Março para 1º de Janeiro.»
Portanto afinal nem fomos nós que inventámos mais desta vez ;-D

3 Comments:

Anonymous Jaime said...

Hum... Se o ano trópico tem 365,242190 e o ano do calendário juliano tem (em média) 365,25 dias, então há uma diferença de 365,242190 - 365,25 = -0,00781 dias. Ao fim 128 anos isto dá -1 dia de diferença. Portanto temos de atrasar um dia a cada 128 anos.

Proponho que hoje mesmo (2 de Março) atrasemos 8 dias. Assim ficam já feitos os atrasos todos para este milénio. Portanto, hoje passa a ser -6 de Março. Alguém faz anos a -6 de Março?

02 março, 2011 20:00  
Blogger Luna said...

Isto é demasiado confuso para mim :P

02 março, 2011 20:34  
Blogger Vida de Praia said...

Ui, jaime: tu e a matemática!... E eu e a matemática: até fiquei zonza com os teus cálculos. Pois eu proponho usar esses 6 dias para tirar umas belas férias extraordinárias ;-D ... Dá, não dá? Ou ficará uma pessoa em falta...?

Então somos duas, menina ;-)

03 março, 2011 07:03  

Enviar um comentário

<< Home