A cultura do desconto
Confesso que a ideologia do low cost que domina
as viagens de avião já me irrita: diversas classes de bilhetes com preços diferenciados
para quem queira mais ou menos conforto, mais ou menos serviços, preços adicionais
por bagagem e sei lá que mais. Não me chateava a diferença entre a classe executiva
e a turística/económica, porque a diferença
no que é importante – a bagagem permitida, o conforto a bordo e a refeição – era
ligeira: ok, serviam os almoços em pratos de porcelana na executiva, e havia
mais espaço entre os assentos e algumas companhias aéreas permitiam mais uma
bagagem, mas pronto. Agora na classe dita económica (que propriamente barata
não é) muitas companhias aéreas nem bagagem deixam trazer para além da de mão,
paga-se à parte e pelas refeições idem. E há dias a TAP para além da
classe económica introduziu a classe economyXtra, os ditos
assentos verdes: acabaram com a mini-refeição quente, só servem um snack, os assentos
não são reclináveis como os demais na classe económica e nem têm encosto de
cabeça ajustável, nem suporte para tablet, tomada elétrica e de USB ou espaço
extra para as pernas.
...
Só falta introduzirem
os bancos de madeira como antigamente nas viagens de 2ª. ou 3.a classe nos
comboios...
...
Não sei porque é que
a senhora no anúncio está toda sorridente (provavelmente por não ter que ir
viajar en economyXtra mas estar só a posar para a a foto); eu não vou gostar
nada disto.
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