Veredicto
O sistema judicial nem sempre tem muita lógica. Bem sei que se diz que até os criminosos têm direito a defesa, mas há certas acções que não têm defesa possível e portanto porque carga de água é que têm este direito, se é mais do que evidente a olho nú que são culpados do delito de que os acusam? Porquê perder tempo e gastar dinheiro em julgamentos quando não há a mínima dúvida sobre o único veredito possível? Nomeadamente: culpado! E porque se prestam os advogados de defesa a vir com os mais ridículos argumentos para os tentar safar?
Hoje ou amanhã vai ser decidido o veredicto no caso de Josef Fritzl, um austríaco de 73 anos de idade que durante 24 anos teve encarcerada numa cave sem janelas na cidade de Amstetten a sua filha Elisabeth, que violou repetidamente e a quem fez sete filhos que partilharam a reclusão involuntária da mãe. O advogado de defesa do réu começou por insistir que este era uma vítima, coitadinho, dos maus tratos de sua própria mãe e que não é um monstro – citando o réu: “se fosse um monstro teria morto os seus prisioneiros” – e que o seu único crime e perversão foi amar demais, ao ponto de condicionar a liberdade do objecto do seu amor...
... objecto, pois, sim...
...
:-PE com tal defesa há quem tenha sugerido que Fritzl poderia vir a ser condenado a uma pena mínima sendo possivelmente libertado já depois de 4 ou 5 anos. O que agrediria violentamente o meu sentimento de justiça! Quem comete as barbaridades que ele cometeu, independentemente dos porquês, perdeu a meu ver direito a viver em liberdade e nada que jamais possa fazer será compensação suficiente para redimir tais actos – quanto mais como recompensa sair mais cedo por “bom comportamento”. Nem me falem nisso!...
...
Felizmente que o réu admitiu a sua culpa em todas as acusações. Agora só espero que se faça justiça!…
(foto de cima: Samuel Kubani e do réu a esconder a cara demonstrativamente atrás de um dossier durante o julgamento: Helmut Fohringer © Scanpix)
9 Comments:
Há duas maneiras de sabermos se o acusado é culpado.
1. Perguntar à Vida de Praia:
- que leu uns artigos nuns jornais;
- com base nisso declara que é «mais do que evidente a olho nú» que o acusado é culpado.
2. Fazer um julgamento:
- onde as provas testemunhais, físicas e documentais são apresentadas;
- as provas são escrutinadas para nos certificarmos que reflectem fielmente a realidade e não foram adulteradas;
- os argumentos lógicos e legais são expostos e debatidos;
- um juiz ou júri imparcial e desapaixonado chega a um veredicto com base nos factos apurados e na sua análise racional.
LOL, jaime :-D Isso, isso: perguntem aqui à vida de praia, claro :-)
...
Mas tu achas que num caso desta espécie e calibre há provas e argumentos conclusivos, lógicos e racionais e júris imparciais, é? Dream on, dude ;-)
Concordo com cada palavra tua!
Apesar de achar que a prisão perpétua é o que mais se pode aproximar à dita "justiça", acho que devia ser submetido exactamente ao mesmo:
Um cárcere sem janelas, porque o resto das violações e assim, de certezinha que na prisão não se escapa!
Pois eu cá também voto no cárcere perpétuo sem janelas, carina. E quanto ao resto... olha, azar: sujeite-se...
Notícia de última hora: apanhou mesmo prisão perpétua – ou melhor internamento perpétuo numa instituição psiquiátrica – por sequestro, escravatura, coerção, violação, incesto e homicídio negligente. Assim já respiro fundo!... E o mundo tornou-se um nadinha mais seguro.
Então a defender que ele deve ser violado na prisão? Ele pode ter sido bárbaro, mas isso não significa que nós também devamos ser bárbaros.
A defender que ele deve ser violado na prisão? Quem? Eu? Não, jaime. Tens toda a razão: não somos nem devemos ser tão bárbaros como este senhor. Eu só defendi que o pusessem numa cela sem luz natural...
... e como ele nem vai para a prisão não lhe acontecerá nada. Mas se fosse e se lhe acontecesse - não que eu defendesse isso, de maneira nenhuma - confesso que não ficaria a morrer de pena. É só.
(pausa para respirar, que quando me exalto me esqueço de respirar :-P)
POis, Vida, eu também não sou a favor de actos bárbaros, mas não ficava triste se lhe acontecesse o mesmo, enfim... pontos de vista
É isso, carina ;-)
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