Caganitas de cão
Para ser franca, costumo ter uma opinião bastante negativa sobre os donos de cães, que os engloba a todos: egoistas que levam os animais à rua e os deixam fazer as suas necessidades onde quer que seja, sem consideração nenhuma para com os demais transeuntes. Como todas as generalizações, não é uma opinião justa nem uma avaliação precisa e exacta da realidade.
Porque na realidade há três tipos de donos de cães:
1) os que os deixam fazer as suas necessidades onde quer que seja, mas levam um saquinho em que recolhem o excremento, que escrupulosamente deitam no caixote do lixo mais próximo;
2) os que os deixam fazer as suas necessidades onde quer que seja, mas levam um saquinho em que recolhem o excremento e, quem sabe, talvez por não encontrarem um caixote do lixo na proximidade, deixam o saquinho com o excremento no passeio;
e 3) os que os deixam fazer as suas necessidades onde quer que seja, sem consideração nenhuma para com os demais transeuntes, já que nem saquinho levam.
Depois de uma senhora idosa recentemente ter escorregado num montinho de matéria fecal de canino e partido uma perna, um grupo de pedagogos do jardim-escola Telningen em Malmø, Suécia, insurgiu-se e resolveu lançar uma campanha de solidariedade e alerta em relação ao problema: foram para a rua com as criancinhas em busca de excrementos de cão abandonados; quando encontravam um, o que não foi difícil, punham-lhe um letreirozinho a pedir aos donos de cães que fizessem o seu dever e removessem as fezes ali “esquecidas”.
Um projecto radical e um tanto ou quanto nojento, repugnante mesmo, e para o qual não haveria necessidade nenhuma, se quem leva o cão à rua na generalidade tivesse uma atitude mais responsável e socialmente consciente.
(fotos: Stig-Åke Jönsson, Malmöbild)
6 Comments:
em lisboa nem com gps se conseguem evitar esses obstáculos.
Por acaso nunca me lembrei de aplicar o gps para esse efeito ; ) Mas em certas zonas de Copenhaga também não seria o suficiente. E é tão chato não poder andar com a cabeça no ar.
Uma vez ouvi uma entrevista sobre o assunto deste post na rádio; a entrevistada, uma dona de cão, dizia toda ’airosa’ que não era nada de gravoso, era apenas ’boa comida dinamarquesa’ - nem imaginas a vontade com que fiquei de lhe esfregar na cara a dita ’boa comida dinamarquesa’ para ela se aperceber dos processos que se passam no intestino e que alteram a ’boa comida dinamarquesa’ e a tornam repugnante : (
iiiii! não percebo então por que razão a senhora se dá ao trabalho de trazer o cão à rua. podia bem deixar os acepipes espalhados pela casa.
Sempre perspicaz, papel químico! Realmente!... Assim ficava com os ”acepipes” só para ela e não chateava ninguém... : P
Ainda bem que eu pertenço ao primeiro grupo :) E por acaso chateia-me bastante ouvir as pessoas a reclamarem comigo, simplesmente por presumirem que eu não apanho os cocós do meu cão...
Quanto à iniciativa com as crianças, acho mal usarem o trabalho infantil para aumentar a poluição das ruas. Porque o mais certo é que os donos dos cães não apanhem os excrementos, muito menos os cartazes... Devia era haver mais polícia na rua a multar os donos dos cães prevaricadores e MAI NADA!
Obrigada pelo comentário, tikka. Claro que te incluí logo no primeiro grupo quando escrevi este post. E achei interessante ouvir a opinião de uma dona de cão tão sensata e socialmente responsável.
Também duvido que os donos de cão prevaricadores voltem para apanhar os tais excrementos ”esquecidos”; creio que a ideia foi mais chamar à atenção para o problema e talvez ensinar algo às criancinhas, que não se faz (claro que deixar os letreiros ali também polui, mas talvez as crianças nem tenham pensado nisso, como eu por acaso não tinha pensado, he he he). Mas estou contigo: mais polícia e mais multas - e multas mais caras!!!
E o meu lado mais sádico ainda diria: e exposição pública dessas pessoas na zona onde vivem, para sentirem a vergonha e deprezo dos vizinhos ; )
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