Haja luz!
Quando vim para a Dinamarca fiquei fascinada com a bastante maior igualdade entre os sexos cá do que a que estava acostumada – Portugal não era, e apesar de se ter desenvolvido nos últimos anos, ainda não é primor nenhum nessa área. Entretanto há o meio termo – e há sempre o exagero: cá certas mulheres exigem igualdade absoluta e só falta andarem com uma régua e um cronómetro atrás dos maridos, para se certificarem de que têm precisamente o mesmo número de tarefas domésticas, de encargos etc., o que, a meu ver é uma das explicações para a elevada taxa de divórcios neste país.
Enfim, exageros à parte – ou talvez não, achei giro que passou pela cabeça de alguém que no campo dos semáforos das passadeiras ainda se fazia discriminação entre homens e mulheres, já que o bonequinho é homem, e que isso tinha de acabar uma vez por todas. E os parvos da Câmara Municipal de Copenhaga, que parecem não ter mais nada que fazer do que disparates e gastar dinheiro, cairam nessa e decidiram propôr substituir alguns dos semáforos, para que viessem a ter a figura de uma mulher na luz verde e vermelha.
E viva a igualdade entre os sexos??!...
16 Comments:
eu, por acaso, concordo com isso. são uma espécie de mensagens subliminares, de programação do cérebro. e mandar imprimir tampas vermelhas e verdes nem deve ser assim tão caro.
os comportamentos mudam-se com pequenas coisas, quase insignificantes. mudam-se no dia-a-dia, no quotidiano, e não com grandes declarações formais de intenções.
num país tão sensível à questão do design "ergonómico" acho que faz todo o sentido moldá-lo também a uma mentalidade menos estereotipada. go denmark!
:)
Gostei da do “design ergonómico”. Hoje estás cá com uma “lábia”, papel químico!... ;-D
Eu por acaso não tenho razão nenhuma de queixa, porque na minha profissão não há discriminação nas remunerações; mas creio que muitas mulheres cá preferiam mensagens “subliminares” mais para o explícito do género “salários equiparados para empregos masculinos e femininos”. Isso sim seria a prova de uma mentalidade menos estereotipada ;-)
:-P
P.S.: Ah, e os políticos locais da Câmara de Copenhaga são muito imbecis mesmo, uns autênticos palermas que só se interessam por mesquinhices em vez de porem as mãos à obra em relação às coisas verdadeiramente importantes...
sim, não duvido que sejam uns imbecis e concordo que o salário igual é bem mais importante. mas tens mesmo a certeza que a decisão de mudar os sinais não partiu de uma mulher? afinal também há mulheres na política (apesar de geralmente partirmos do pressuposto que os políticos são tipos engravatados e semi-corruptos que fazem a barba)
;)
só quis provocar.
Uma mulher a vermelho significa: parem as mulheres!
Um homem a verde significa: avancem os homens!
Isto é tão igualdade quanto a igualdade 2 + 2 = 22.
Huum.. essa mudança pode ter muitos sentidos..:)
bjnho.
:-P, papel químico, sua provocadora! Não tenho a certeza se a ideia partiu de uma mulher, mas quem a levou avante foi um... senhor muitíssimo débil e obviamente corrupto que gosta de senhores - e que normalmente dá prioridade à defesa dos direitos dos senhores que gostam de senhores... ;-)
Interessante interpretação, jaime. Eu pensava que 2 + 2 eram 22... ;-P
Sim, nostálgica.
:-*
hmmmmmm... nesse caso prevê-se uma terceira alteração. um ícone masculino com a mão esquerda agarrada ao cotovelo direito e a mão direita virada para cima como que a pedir que algo venha pousar sobre ela.
Querem igualdade não querem??? Então aguentem :-)
Acerca do 2 + 2 = 22, por acaso até é verdade que 0 + 0 = 00. Haverá outro número n tal que n + n = nn?
LOL, papel químico - essa possibilidade também me passou pela ideia... primeiro a luta pelos direitos femininos, e depois... zás! :-D
Pois, helena... ;-)
Não me baralhes com as matemáticas, ó jaime, pá!... ;-p
E pq é que o ícone da mulher tem que usar saia?
(de mensagem subliminar em mensagem subliminar parece-me que nunca mais íamos entender símbolos...)
Papel químico, o pássaro azul do teu ícon é macho ou fêmea?
LOOOOL
Que Abusoo !!
LOL, alecrim :-D Perguntas relevantíssimas, sim sra. ;-)
Podes crer, 'c.!...
alecrim:) julgo que porque, salvo na escócia, em algumas tribos urbanas que pretendem fazer "fashion statements" e em certas tribos onde não existem semáforos, a saia ainda continua a ser uma peça de vestuário exclusivamente usada por mulheres.
quando me referi a msg subliminar era em relação ao que está instituído (e que se entranha subrepticiamente) e não ao corte com a matriz cultural que define os comportamentos (que é óbvio e deliberado - como quando a natália correia fazia questão de dizer mátria em vez de pátria, por exemplo).
o meu passaroco não é um ícone, não pretende simbolizar nem representar nada e não tem sexo nem religião. é só céu.
:-D, papel. Já aprendi mais uma palavra contigo: “subrepticiamente”.
O teu passaroco é só céu e muito cantarolar, de preferência empoleirado algures ;-)
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