Pseudo-geografia
Isto de ter tempo demais entre mãos – como foi o caso nestas férias de Páscoa – é no que dá: o meu cara-metade e eu voltámos a arranjar inspiração para mais uma das nossas típicas conversas pseudo-científicas. Tudo começou com a menção de uma ilhota qualquer:

- (ele): “Mas afinal o que é uma ilha?”
- (eu): “Uma formação de terra rodeada de água por todos os lados.” E acrescentei: “aprendi isto na escola.”
- (ele): “Quando é um sítio pequeno que dá para palmilhar de lado a lado relativamene rápido ainda compreendo. Mas a Gronelândia é enorme. E a Austrália então!... A Austrália será uma ilha?”
- (eu): “Não. Apesar de rodeada de água por todos os lados a Austrália é um continente.”
- (ele): “Porquê?”
- (eu): “Simples: porque é gigantesca.”
- (ele): “Então e a Gronelândia não é um continente porquê? E Madagascar que é três vezes maior do que Espanha?”
- (eu): “Mas qual quê? Nem sequer o dobro...”
- (ele): “E por falar em Espanha: Espanha e Portugal formam uma península.”
- (eu): “Sim, a Península Ibérica.”
- (ele): “Mas há penínsulas mais claramente penínsulas do que outras e a Ibérica não é uma delas, uma vez que há imensa terra que liga Espanha e França.”
- (eu): “Mas qual quê?”
- (ele): “Há sim. Já entre a Dinamarca e a Alemanha é só uma linguazinha minúscula de terra. Por isso não me convencem que ambas são penínsulas.”
- (eu): “Mas mudando de assunto, dizem que 2/3 da Terra são cobertos de água. Será que na verdade debaixo de todos os continentes e ilhas haverá água?”
- (ele): “???”
- (eu): “Pois: não temos é submarinos que aguentem a pressão; se tivéssemos e submergissem verticalmente até chegar às profundezas mais profundas e depois fossem sempre em frente, de certeza que até encontrariam água debaixo dos continentes.”
- (ele): “Bem... se se escavar o suficiente vai-se dar com água quente...”
- (eu): “Ora aí está! O que prova que essa água esteve perto do centro da Terra, que é tremendamente quente... estás a ver, estás a ver? O globo todo é coberto de água, mas nuns sítios há terra à superficie e noutros não!...”
- (ele): “???”

...

O que nos vale é que começamos a trabalhar hoje outra vez... ;-)