Stress a quanto obrigas
Há dias falava de stress, de como a vida moderna com múltiplas ambições o incita em crescente parte da população adulta. Vi porém documentado o que já sabia (e isto sem ter razões de queixa, já que não tenho filhos e cá em casa sempre dividimos as tarefas entre nós): que o stress afecta particularmente as mulheres, que parecem ter um gene predominante para a tomada de responsabilidade. Ambicionamos fazer carreira, aproveitando ao máximo o nosso potencial e capacidades intelectuais, creativas, de organização, etc. Ao mesmo tempo temos grandes responsabilidades familiares – marido, filhos, talvez até parentes idosos, que requerem atenção de vez em quando. Uma casa para cuidar, jantar para fazer, a roupa para lavar e amanhar. E sentimos também responsabilidade por manter o contacto com os amigos e parentes.
E como dar mais ou menos prioridade a áreas igualmente importantes e exigentes? Uma missão impossível. Resultado: uma vida a 130 à hora e por vezes desmazelo para com as necessidades mais pessoais: descanso, uma máscara facial, sentar-se com uma chávena de chá e um livro sem ser interrompida, uma horita de exercício físico; tudo coisas que só fariam bem e serviriam de contrapeso em relação aos efeitos mais nocivos da pedalada da vida moderna.
E filas enormes para os cursos sobre stress que aparecem em toda a parte.
(foto: Micapixel @flickr.com)
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