quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Deus me livre dos cisudos
Não há nada como o mau humor e as vibrações negativas para estragar um ambiente e gerar mais mau humor.
Lembro-me de que há alguns anos atrás tinha um colega, que por qualquer razão por todos desconhecida durante meses andou azedo, taciturno e cisudo. Pouco dizia, mas nem precisava de abrir a boca para espalhar o seu mau humor, que quase diariamente falava bem alto e por si e tornava as horas de almoço comuns autênticos pesadelos. É evidente que por vezes arranjava desculpas e evitava fazer a minha hora de almoço à mesma hora, porque se tornou insuportável aturar-lhe os súbitos amuos inexplicados.
Ele mudou entretanto de emprego e o problema resolveu-se. Mas nunca ganhei coragem para o confrontar com o seu comportamento desagradável e inaceitável; e quem me dera que alguém o tivesse feito, pois teria poupado bastantes horas de silêncios cerrados e embaraçosos.
Porque será que evitamos conflitos a todo o custo, mesmo pagando um preço tão alto? Por receio? Vergonha? Educação? Insegurança? Ou na esperança talvez ingénua de que a outra pessoa de uma maneira qualquer caia em si e altere o seu comportamento e postura?
(foto: robotgirl @ flickr.com e St. Nicholas Garden)

2 Comments:

Blogger papel químico said...

boa pergunta. porquê? no meu último local de trabalho isso acontecia com muita frequência e com mais de uma pessoa (devia ser uma virose laboral). demorei algum tempo a perceber e a assimilar aquela situação porque nem queria acreditar que aquilo fosse o estado normal das criaturas e achava sempre que algo de muito grave - e que eu não atingia porque não tinha assistido - teria acontecido antes de eu entrar na sala. mas não. além de patológico era crónico, degenerativo e completamente irreversível. às vezes as empresas são como um cesto de fruta. basta uma peça apodrecer que, com o tempo, acaba por pegar às outras.

22 fevereiro, 2007 08:27  
Blogger Vida de Praia said...

Foi mais um dos temas que me fez pensar em ti, papel químico, e naquilo de que te livraste.
Tens razão, por vezes talvez uma pessoa fique calada por uma questão de incredibilidade - tipo, certas situações parecem tão surreais que impossivelmente podem ser reais e uma pessoa até pensa que está a halucinar.
Gostei da imagem da peça de fruta podre que corrompe o resto. Creio que a tendência é essa e que se devia tomar consequência disso e remover a peça em questão o mais depressa possível. O que um bom chefe faria sem hesitar.

22 fevereiro, 2007 09:59  

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