sexta-feira, dezembro 14, 2007

Ralhetes
Ninguém tem já dúvidas de que bater às crianças as afecta profundamente para o resto da vida (e se alguém ainda tem dúvidas, venha já falar comigo, que eu já lhe digo...). Menos conhecido e estabelecido porém é o facto de que ralhetes consecutivos e por tudo e por nada causam o mesmo tipo de danos à auto-estima. Isso já imaginava, uma vez que detesto, odeio - abomino! - ser criticada; criticas construtivas vá lá, mas não há nada que me deixe tão insegura, frustrada e infeliz como quando alguém me aponta o dedo de forma agressiva e destrutiva.
Segundo um estudo que li recentemente, os alunos que têm mais dificuldades são os que mais são criticados e castigados e ao mesmo tempo as descomposturas impedem a aprendizagem, uma vez que enfraquecem os alicerces da confiança própria necessária à aprendizagem, criando assim um ciclo vicioso.

Para além disto há a dimensão social: segundo o mesmo estudo, as crianças que são mais criticadas pelos adultos desenvolvem expectativas negativas em relação às outras pessoas que as rodeiam, tendo portanto mais dificuldade em fazer amigos do que as crianças cujos pais e professores elogiam e tratam com carinho. E como adultos repetirão potencialmente este padrão em relação aos seus filhos, perpetuando o problema de geração em geração. E quando é que isto acaba?!...

4 Comments:

Blogger papel químico said...

eu tenho muita dificuldade em ralhar com o meu filho (ou seja, fazer aquela cara fechada e nha nha nha nha nha nha nha nha!). os meus ralhetes são mais do género: "a mãe agora ficou muito triste com o que disseste, querido" (podes rir : ) e sucumbo ao primeiro olhar de cãozinho abandonado.
fiquei contente por ler o teu post porque até há algum tempo achava que ser um bom pai era (também) saber pregar valentes ralhetes, coisa que nunca soube fazer.

14 dezembro, 2007 13:32  
Blogger Marta said...

Eh pá... Eu não disse isto, mas...
Espero que os problemas na aprendizagem e na auto-estima não acabem, senão eu e os outros não sei quantos psicólogos educacionais ficamos sem emprego! hehehehe (Se bem que eu não tenha emprego, mas pronto!) :)

14 dezembro, 2007 15:31  
Anonymous Anónimo said...

«Isso já imaginava, uma vez que detesto, odeio - abomino! - ser criticada; [...]»

Por amor de deus, mas quando é que este blog fala de tubarões?! O último post sobre esses maravilhosos peixes foi há meses! Triste! Triste! Nem sequer uma referência à Mademoiselle Tautou! Brincamos ou o quê?! :-)

14 dezembro, 2007 19:00  
Blogger Vida de Praia said...

Papel químico: mesmo não tendo filhos e não percebendo nada sobre a matéria sempre te vi como um exemplo excelente de mãe. E fico sempre muito contente de ver o teu filho tão bem disposto - e tão bem-educado sem ralhetes a sério. Ainda bem que este post te trouxe alívio.

Marta: ai, ai... LOL (compreendo-te).

Jaime-já-menos-anónimo: obrigada pela crítica semi-construtiva. Já sei que estás a brincar, logo não me afecta ;-P

15 dezembro, 2007 09:08  

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