A passo de caracol
Ora aqui vai um desafio para aqueles leitores mais inclinados para a matemática, que desde já confesso não ser o meu forte.
Li há dias que um caracol por vezes é mais rápido do que um carteiro. Isto a propósito de um caso na Polónia em que um tipo de informática se pôs a fazer contas ao receber uma carta recomendada datada de 20 de Dezembro só a 3 de Janeiro. Calculando o número de horas que levou (294) e a distância a percorrer (11,1 quilómetros entre o remetente e o receptor da missiva), chegou à conclusão de que a carta foi transportada a uma velocidade de 0,03775 quilómetros por hora. Um caracol comum em contrapartida segundo o tal tipo move-se em média 0,048 quilómetros por hora.
Mas a conta estará bem feita? Como dito, a mim é-me impossível verificar o resultado a que o tipo chegou. Mas se está correcto, parece-me que isto é uma péssima publicidade para os Correios.
7 Comments:
Ou eu sou muito egocêntrico, ou este post contém uma indirecta para mim. :-)
294 h são 12,25 dias. De 20 de Dezembro a 3 de Janeiro conto 14 dias. Talvez ele esteja a descontar os feriados e a contar com a hora de partida e chegada da carta. De qualquer modo, mais dias só piora o caso para os correios.
Aceitando as 294 h e os 11,1 km, a velocidade 0,03775 km/h está certa (talvez devesse ter arredondado o último algarismo para 6, ficando 0,03776 km/h, mas para o caso não faz diferença).
Agora a velocidade do caracol. Diz a Wikipedia que a velocidade típica de um Helix lucorum é 0,036 km/h. (Não sei se esta espécie de caracol é um representante fiel dos seus colegas em matéria de velocidade.)
Usando o valor 0,036 km/h, a carta foi mais rápida que um caracol. Usando o valor 0,048 km/h, não foi.
Finalmente, o cálculo assume que a carta foi em linha recta entre o remetente e o destinatário (os 11,1 km devem ser a distância em linha recta), o que não deve ser o caso: pelo meio a carta passa pela estação de correios. (A menos que a estação de correios esteja sobre o segmento de recta que une o remetente e o destinatário!) E o carteiro também não deve ir em linha recta.
Obrigadíssima pelo esclarecimento, jaime. Não, até nem era uma indirecta para ti, mas na tua qualidade de matemático residente deste blogue, tinha esperança que te manifestasses.
Claro que, como eu e a matemática nunca fomos boas amigas, vou ter de confiar nos teus cálculos... é que só apanhei a parte do raciocínio da improbabilidade de tantas linhas rectas :-)
Eu até entendo umas coisas de matemática, mas acabei de acordar e portanto vou pensar sobre o assunto mais tarde! :D
E...?
seja a que velocidade for sabe sempre tão bem receber uma carta com selo e tudo. gulp! (indirecta para mim própria!)
Snail mail, onde vais buscar o teu nome?!
Também adoro receber cartas das tradicionais, papel químico. E das tuas até costumam sair borboletas :-)
Obrigada pela referência, jaime.
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