TPC
Confesso que não compreendo a controvérsia que se tem vindo a gerar nos últimos anos acerca dos TPC, que quando eu andei na escola eram uma parte indiscutivelmente integral de se andar na escola. Ainda há dias li mais uma notícia que punha em causa a necessidade de dar trabalhos para casa aos alunos, uma vez que supostamente só dão chatices quer aos filhos quer aos pais sem que jamais tenha sido provado que fossem úteis ou tivessem um efeito positivo, enquanto que a lista de desvantagens diz-se ser interminável: só fazem com que os alunos se fartem de andar na escola e no caso de alguns desistam dos estudos; dão razões de sobra para discussões entre pais e filhos (do género:
- “vai fazer os trabalhos de casa”
- “Não me apetece; prefiro brincar”
- “Se não fores já fazer os trabalhos de casa ficas de castigo sem ver televisão”
- “És má!”,
etc); cardam o tempo livre às crianças – e aos pais que têm de investir algum do seu precioso tempo de lazer a ajudar os filhos a resolver problemas de aritmética que nem eles já percebem, etc e tal. E li algures que estudos americanos teriam demonstrado que não havia grande diferença no rendimento escolar entre os alunos preguiçosos e os que se empenham e fazem os seus trabalhinhos de casa.

Vá lá: talvez até haja qualquer fundo de verdade nisto, não sei; mas por outro lado não estou a ver como é que se vai aprender se não se pratica. Eu só sei que se aprendi a ler e a escrever (já de propósito não digo a fazer contas, porque nem sequer me posso gabar disso, he he he) foi às custas de praticar. E que o estudo de Pisa (não me perguntem porque é um estudo italiano sobre o nível de literacia tem tanta credibilidade, mas toda a gente o cita, portanto...) apontou para o facto que os alunos dinamarqueses são dos que lêem e escrevem mais mal e porcamente em toda a União Europeia – e isto ainda com trabalhos de casa; como seria então sem eles?... X-S