“Não há nada permanente, senão a mudança” (provérbio grego)
A vida dá voltas e reviravoltas – nada fica como era e raramente como se imaginara. Os exemplos são inúmeros.
Quando eu andava na escola primária tinha grande afeição à minha professora, a d. Lucinda, e sonhava por isso ser professora como ela. Felizmente passou-me. Se hoje me visse à frente de uma classe de putos irrequietos e indisciplinados fugiria de certeza a sete pés. Sempre gostei de andar na escola e vinha da primária habituada a ter aulas de manhã e de tarde só som uma pausa para o almoço, o que para meu desgosto inicial acabou no ciclo (lembro-me até de expressar essa opinião na minha primeira composição de português). Com o passar dos anos tornou-se talvez menos divertido ou mais árduo ir à escola; pelo menos mudei de opinião e durante o liceu não havia nada mais bem recebido do que ser anulada uma aula por falta de comparência do professor. Comecei por me interessar por línguas modernas, especialmente o inglês que desde o primeiro dia tive facilidade em aprender. Não perdi o interesse, mas entretanto vim por vários caminhos inesperados a enveredar por psicologia, uma área em que me sinto como um peixe dentro de água.
Até aos dezassete anos levei a vida restrita que me foi imposta pelos meus pais, raramente saía para ir estar com os meus amigos. No ano em que fiz dezoito, com o liceu feito, mudei-me para a Noruega sózinha, onde me amanhei perfeitamente. Um ano mais tarde dei o pulo para a Dinamarca, onde fiquei e criei raízes, o que não era absolutamente o meu plano inicial.
Que mais voltas e surpresas terá a vida reservadas para mim?
4 Comments:
para quem não tem planos nem grandes ambições, até tens tido um percurso bem interessante ; ) o calimero saiu da casca : )
Achas que sim? Este meu precurso tem sido mesmo sui generis, nada como eu estava à espera; por outro lado, como dizias, não estava à espera de nada em particular, o que facilmente deixa milhentas possibilidades em aberto : )
acho mesmo. ainda mais incrível a tua determinação em sair e viver noutro país com aquela idade. o privilégio de teres estudado naquela escola na noruega. teres aprendido o dinamarquês tão depressa que te permitiu enveredar pela psicologia e (imagine-se! : ) publicar artigos ilustrados. tenho muito orgulho em ter uma amiga com o teu percurso.
Muito obrigada, amiga. Tak : )
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