Perguntas desconfortáveis
Às vezes o meu dia-a-dia rotineiro é fundamentalmente abalado por perguntas pungentes e directas que me são postas e para as quais aparentemente não tenho resposta. Dão que pensar, mas também causam um certo desconforto. Por exemplo perguntaram-me há tempos qual é o meu sonho, o que comanda a minha vida (não, não foi uma pessoa com conhecimento prévio da Pedra Filosofal a gozar com a minha cara). Sonho?... Hmmm... Passo. Não costumo pensar em termos de sonhos. Aliás, tenho um marido excelente, amigos impecáveis, uma casa óptima, um emprego interessante que adoro e onde tenho bons colegas. Pode-se dizer que os meus maiores sonhos já foram realizados. Mas deveria sonhar mais, arranjar novos sonhos?
Há dias encontrei-me com um antigo colega que me pôs outra dessas questões: “que ambições tens para a tua carreira?” Ambições? Carreira?? Vou trabalhar todos os dias, todos os dias tenho desafios e aprendo imenso com isso – mas deveria ter ambições mais vastas, mais altas?
Serei fácil demais de contentar, insuficientemente ambiciosa e sonhadora?