quarta-feira, agosto 22, 2007

Despeito para com o desempregado
Não fazer nada é a coisa mais cansativa do mundo, porque uma pessoa não a pode pôr de lado e descansar um poucoAnónimo

Segundo as estatísticas oficiais, de momento só há 3% de desemprego na Dinamarca. E ainda bem, porque ser-se desempregado não tem graça nenhuma, particularmente num país em que se pratica tolerância selectiva (isto é: para umas coisas e não para outras). Volta, não volta lá sai uma notícia no jornal sobre o desemprego ou o desempregado. Este põe-se sob suspeita: “quem não trabalha é porque não quer”, diz-se popularmente. E não faltam propostas para com o que deviam ocupar o seu tempo: limpar o grafitti, limpar as ruas, limpar as matas, limpar as praias. E a proposta mais recente para ao mesmo tempo visar que se venham a sentir merecedores de receber da segurança social e irradicar a autêntica praga de lesmas gigantes (até há pouco tempo denominavam-nas de “lesmas ibéricas”, uma vez que se assumiu que seriam provenientes da Península do mesmo nome; até alguém se lembrar de verificar se realmente existiam na Peninsula Ibérica, o que afinal não era o caso; enfim , um pequeno aparte...), que tem vindo a assolar os jardins dinamarqueses dos últimos meses para cá: podia-se pôr os desempregados a capturar lesmas gigantes.
Não é que discorde totalmente de que se ponha pessoas temporariamente sem emprego a desempenhar funções vitais – toda a gente gosta de se sentir útil – mas é o tom de desdém que me fere a sensibilidade, como se umas pessoas tivessem mais valor do que outras. Com isso não concordo!

4 Comments:

Blogger Alecrim said...

E tens toda a razão.

(E às vezes a maré muda sem pedir licença... quem hoje despreza, amanhã pode ver-se desprezado.)

24 agosto, 2007 00:46  
Blogger Vida de Praia said...

É verdade: estamos todos no mesmo barco, quer queiramos quer não e fechemos os olhos a esta condição humana que temos em comum.

24 agosto, 2007 07:13  
Blogger Marta said...

Estar desempregado é do pior que há. Eu que o diga.
Terminei o curso há mais ou menos um mês... pouco tempo, é certo... mas ouvir os meus pais a dizer que já é tempo de trabalhar e deixar de ser parasita, custa. Especialmente num país onde o emprego é escasso... e raro...

25 agosto, 2007 03:14  
Blogger Vida de Praia said...

Imagino que a falta de compreensão e apoio de quem nos rodeia seja o que mais custa numa situação destas. Como se não bastasse a incerteza.
Boa sorte na procura de emprego, marta! Mais tarde ou mais cedo vingarás! E até lá, tapa os ouvidos e cantarola ; )

25 agosto, 2007 17:54  

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