Animais de peluche
Sempre adorei ursos de peluche. Ainda tenho alguns e não é raro ver-me tentada a comprar mais um para a colecção se por acaso passo por um de aspecto mais fofinho. E sempre pensei que os ursinhos de peluche desempenhavam a função primária de consolar as criancinhas. Pelo menos ainda me vejo de polegar na boca agarrada ao boneco favorito de peluche depois de uma queda ou qualquer outro encontro desfavorável com o mundo.
Mas como vivemos na dita era da informação (há quem lhe chame a era da desinformação, um ponto de vista com o qual não discordo completamente…) pelos vistos alguém se lembrou de aproveitar para aplicar uma dimensão pedagógica aos bichos de peluche: este Natal já podem oferecer aos vossos filhos e sobrinhos – ou talvez de preferência às criancinhas com quem não vão muito à bola e que pretendem assustar – uns bonecos de peluche muito especiais… a firma norte-americana Giant Microbes lançou nomeadamente uma gama de microorganismos de peluche. Sim, microorganismos, aquelas coisas repelentes e normalmente invisíveis ao olho nú que causam imensas doenças graves. Já há modelos de peluche de virus “simpáticos” como o Ébola, a Salmonela, a Peste Negra, o Tifo, etc etc. Não estão já a ver a criancinha a pedir à mãe que lhe compre a Tuberculose, a Hepatite C ou a Sifilis? Sendo uma firma americana, claro que para fazer render também há T-shirts, chávenas, bonés, porta-chaves e até termómetros na mesma série com os mesmos motivos.…
Mas quem é que inventa coisas destas? Que horror!…
E ainda não percebi qual é a mensagem pedagógica... “os virus são teus amigos”?
(nas fotos: a Borrélia, a Salmonela, a Hepatite C e a Sifilis)
E ainda não percebi qual é a mensagem pedagógica... “os virus são teus amigos”?
(nas fotos: a Borrélia, a Salmonela, a Hepatite C e a Sifilis)
posted by Vida de Praia at 07:00
6 Comments:
Se calhar... a mensagem é que os vírus estão mais perto do que imaginamos!! Não sei!! :)
parecem-me brinquedos para adultos. até dão bons presentes de natal para algumas pessoas que eu cá sei...
Se calhar... :-S
Para as que tossem indiscriminadamente e sem qualquer censura para cima de uma pessoa, por exemplo?... :-P
É bem sabido que eu sou completamente a favor de ideias estúpidas. De tal modo que quando mais ninguém as tem, eu faço por as ter. Mas sou igualmente a favor do rigor da ideias estúpidas. Afinal, o que é a estupidez sem rigor? Continua a ser estupidez, mas é mais fraquinha. É menos estúpida, por assim dizer.
Então impõe-se que esses peluches sejam cientificamente correctos. Não andamos nós a gastar milhões em microscópios electrónicos capazes de espiarem a intimidade dos vírus, para depois fazermos um boneco diferente da fotografia de cem mil euros. É portanto com choque e profunda consternação - mas não muito profunda -, que noto que alguns dos peluches não se parece muito com as fotografias e outros registos gráficos visuais que se podem por aí encontrar: o vírus da hepatite e as bactérias da borrélia e da sífilis.
Mas que má informação andamos nós a dar às nossas crianças? Como poderão elas reconhecer um vírus da gripe na rua quando virem um, se lhes damos peluches anatomicamente imprecisos? Que haja rigor, gente, rigor! :-)
sou forçada a concordar com o jaime. ainda por cima o verdadeiro vírus da hepatite é visualmente bem mais interessante que a versão stuffed.
Obrigada pelo comentário cientificamente correcto, jaime - isso é que foi fazer research. Também concordo com o teu ponto de vista - assim é impossível precaver-se contra o virus que uma pessoa vê na rua ;-) Será que não quiseram expôr toda a realidade às criancinhas para não as assustar ainda mais, optando por versões mais fofinhas?...
«[...] Mas sou igualmente a favor do rigor da ideias estúpidas [...]» Acreditas que ainda não tinha dado por isso (he he he he)? ;-D
LOL, papel químico. Mas diz lá se alguma vez tinhas imaginado que virias a dizer que «ainda por cima o verdadeiro vírus da hepatite é visualmente bem mais interessante que a versão stuffed» :-P
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