Perdi o treino e não ganhei juízo
Tinha há dias estado com uma amiga portuguesa cá residente, a minha companheira de jogos da selecção durante o Mundial, e falei-lhe sobre os planos da equipa portuguesa para a sua estadia em Copenhaga. Entre outras coisas iam fazer alguns treinos à porta aberta que seriam giros de testemunhar. Ontem desafiou-me então para irmos assistir ao primeiro, o único antes do grande jogo desta noite. Fiquei entusiasmada e já me via aos pulos, a torcer, a tirar fotografias, a ir colher autógrafos depois do treino, a dar dois dedos de conversa com um ou outro jogador. Um exemplo típico da minha mente a voar a 500 quilómetros à hora para um futuro já dado por certo.
Entretanto fui alcançada pela realidade, que acaba sempre por falar mais alto: hoje por razões várias, entre elas o cansaço depois de um dia árduo de trabalho, já não convinha sair mais de casa. Acabei por ter de desistir da ideia de ir ao treino e ter de guardar o entusiasmo todo para hoje à noite no estádio. Por-tu-gal! Por-tu-gal! Por-tu-gal!...
E lá estou eu outra vez a acelerar rumo ao futuro a toda a velocidade.... não aprendo nunca a viver no momento e a não pôr a carroça à frente dos bois, como se costuma dizer na gíria popular.