quinta-feira, agosto 09, 2007

Tintin no Congo
Eu sabia que mais tarde ou mais cedo, nos nos tempos politicamente correctos (pelo menos para certas coisas) que correm, alguém se lembraria de censurar o album “Tintin no Congo”. Tenho um exemplar e acho - como já aqui disse - que é a banda desenhada mais imperialista e racista que conheço.
Ora bem, segundo o jornal Guardian, a comissão para a igualdade de raças em Inglaterra decidiu que o ”Tintin no Congo” não é – ou seja, vai deixar de ser, uma vez que as crianças da minha geração cresceram com ele – para crianças. Isto por ser um album extremamente preconceituoso em que o Tintim se torna o líder da aldeia africana por ser “um bom homem branco”. E uma indígena exclama a certa altura “homem branco é muito grande, mister branco é grande homem juju”. Isto já para não falar das mais do que insinuações sobre a preguiça e ignorância do povo da tal aldeia que sempre me chocaram um bocado.
Terão entretanto pensado em censurar por exemplo 99% da música rap em que as mulheres são apelidadas de coisas muito feias por homens cretinos de postura extremamente machista e chauvinista? Descriminação por descriminação...

7 Comments:

Blogger Alecrim said...

vai sempre haver discriminação... sempre sempre sempre. E eu às vezes nem sei o que nos compete fazer... para além do óbvio.

09 agosto, 2007 20:31  
Blogger Vida de Praia said...

Creio que tens razão, alecrim, independentemente de se viver em tempos politicamente correctos ao extremo. Há-de sempre haver maneira de achincalhar de quem não se gosta.
O que é o óbvio a fazer (já agora...)?

10 agosto, 2007 10:31  
Blogger Alecrim said...

Tentar ser justa e imparcial. Tentar (apenas tentar) não ter preconceitos.
Parece-te possível?

11 agosto, 2007 01:14  
Blogger papel químico said...

sim, o tintin é um fachizoide do pior, mas a versão branqueada do noddy tb mete cá uns nervos!

11 agosto, 2007 02:08  
Blogger Vida de Praia said...

Alecrim: se queres que te diga, por vezes tenho as minhas dúvidas; tento ser o menos preconceituosa possível e estou sempre muito consciente dos juízos que faço à toa, mas cresci com um pai bastante preconceituoso e racista, cujas opiniões sempre guerreei e às vezes, se não tenho cuidado, dou comigo a ver o mundo através dos olhos dele. Nessas alturas gosto muito pouco de mim : (

Papel químico: qual é a do Noddy?

11 agosto, 2007 10:34  
Blogger papel químico said...

o noddy original tb era uma personagem altamente preconceituosa - um reflexo da estrutura mental colonialista britânica - mas foi à lixívia e transformou-se num menino politicamente correcto e bonzinho, oh pá, estou tão feliz e sou tão bonzinho que até chego a ser estúpido!
confesso que desde que fui ao musical do noddy nunca mais fui a mesma pessoa : ))

11 agosto, 2007 23:00  
Blogger Vida de Praia said...

Obrigada pelo esclarecimento. Eu pensava que o irritantemente bonzinho e inocente do Noddy era uma figura nova - esta minha ignorância... Esse musical deve ter sido ”fogo”, amiga; imagino... ; P
Francamente, não suporto estas transformações en nome do politicamente correcto. Acho tudo isso uma histeria, uma idiotice com certas qualidades que me parecem assemelhar-se às lavagens ao cérebro: “agora vamos ser todos bonzinhos e inocentes e felizes... agora vamos ser todos bonzinhos e inocentes e felizes... agora vamos ser todos bonzinhos e inocentes e felizes... agora vamos ser todos bonzinhos e inocentes e felizes...” Blagh! : P

12 agosto, 2007 10:38  

Enviar um comentário

<< Home