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Já aqui disse anteriormente que este blogue não é um programa de discos pedidos. Mas mais uma vez fui chamada à atenção por uma amiga para um fenómeno tremendamente irritante. E como o reconheço do meu dia-a-dia, achei que dedicar-lhe umas linhas seria por uma boa causa e aproveitei a dica.
O assunto em questão é relacionado com o funcionamento normal – mas nem por isso mais justo – das filas de supermercado.
O assunto em questão é relacionado com o funcionamento normal – mas nem por isso mais justo – das filas de supermercado.
É Sexta-feira à tarde, já passa das 5 horas e o supermercado testemunha uma verdadeira enchente de clientes. Que a certa altura se põem em fila em frente às caixas para pagar os produtos que mais ou menos cuidadosamente retiraram das prateleiras e puseram no carrinho ou cesto das compras. Claro que o facto de estar tanta gente a fazer fila não faz automaticamente com que sejam abertas mais caixas, porque quem coordena estas coisas pelos vistos raramente se dá conta da quantidade de gente que foi entrando no estabelecimeto e obviamente vai ter de pagar as compras para poder voltar a sair dele. As duas filas para as duas caixas em funcionamento vão crescendo. E a certa altura tipicamente a última pessoa a chegar e a pôr-se na fila (e reparem que é sempre a última!) e que ou é mais impaciente que os demais, menos inibida, ou se julga mais importante e por conseguinte com menos tempo para perder do que os meros mortais à sua frente, brada em relativamente alta voz: “Não podem abrir mais caixas?!”
Em si uma optima iniciativa, que normalmente desencadeia que se abra pelo menos mais uma caixa.
Mas agora é que acontece o mais caricato ainda: o tal último membro da fila dirige-se urgentemente à caixa recém-aberta, passando à frente de toda a gente – com um séquito de 2 ou 3 pessoas que nem sequer estiveram para se pôr na fila antecedente, mas que, ao ouvir o brado do outro, apostaram em aproximar-se surrateiramente da caixa que pensaram que iria abrir em breve e deixaram-se ficar por ali a fingir que estão a dar uma vista de olhos pelas revistas (voltem a olhar para a foto).
A esta altura quem já estava na fila inicial há imenso tempo começa a ”fumegar” por dentro, um ou outro talvez comente baixinho o acontecido e o descaramento de quem pula à fila com a pessoa da frente, na mesma situação; mas como grande parte das pessoas civilizadas são tão bem educadas que se inibem de mostrar dissatisfação aberta e directamente numa situação destas, rara é a vez que alguém chama os tais oportunistas descarados sem qualquer sentido de justiça e solidariedade à atenção, ou lhes relembra tão pouco a regra mais básica do funcionamento das filas: uma pessoa espera pela sua vez, não passa à frente!… Ou então resignam-se a escreve-lo num blogue... ; -)
É ou não é?!…
É Sexta-feira e dia de compras...
(foto: Steve Crane @flickr.com)
É Sexta-feira e dia de compras...
(foto: Steve Crane @flickr.com)
9 Comments:
é por essas e por outras que eu não faço compras nos dias de enchente. ou melhor... em boa verdade devia pôr o ponto final em compras, porque tento sempre escapar-me das idas ao super-mercado : )
: D
Chama-me estranha, mas eu adoro ir ao supermercado: percorrer as diversas secções, escolher a fruta mais fresca, descobrir novos produtos.
Cá o dia de mais enchente é Sábado - é por isso que vamos à Sexta-feira e o mais cedo possível, mas mesmo assim...
Eu de momento trabalho num hipermercado :D o meu horário é das 16.30 às 20.30, ou seja, hora a que o pessoal sai do trabalho e vai às compras ou vai buscar o jantar. Já podem imaginar as filas :P
Eu, pessoalmente, prefiro fazer as compras um pouco depois do almoço, que é quando não há ninguém! :D
Fazes bem, fazes bem - é preciso planear bem as coisas para evitar os “engarrafamentos“ na ida às compras.
Mas coitada de ti apanhares logo o horário da hora de ponta hipermercantil : S Aproveitas para estudar as manhas do pessoal nas filas, ou nem há vagar?
Não há vagar... mesmo... a não ser que se apanhem 30 segundos sem fazer nada!! :D
Excelente post sobre a estratégica geo-política das filas de supermercado.
A mim aborrece-me que um amigo de alguém que já está na fila "cole-se" a essa pessoa e assim passe à frente de outros.
A isso chamo falta de civismo!!! Odeio filas de supermercado, por isso mesmo!!
Ainda no outro dia, depois de já estar na fila para pagar há uns 15 minutos, quando vai chegar a minha vez a sra. da caixa vê que está na fila uma senhora com um bebé de colo, e toca a chamá-la! até aqui tudo bem, que eu respeito e concordo com o atendimento prioritário. O que me irritou profundamente é que com essa senhora e com o bebé, estava o respectivo marido, e a mãe. ou seja: 3 pessoas!! Bem podia um deles ter esperado lá fora com o bebé! Acho um bocadinho demais...
Enfim! Falta de respeito!
dizes isso porque nunca estiveste num supermercado com um bebé ao colo e o peito a rebentar de leite (desculpa a imagem...) nesse caso não há mãe nem marido que possa ajudar.
eu já fui maltratada na caixa de um hipermercado por pedir para passar à frente, com uma barriga de 8 meses e umas pernas do tamanho da barriga. desisti, larguei as compras ali mesmo e fui-me embora.
Obrigada pelos comentários, pessoal. É sempre engraçado aperceber-se de um tema em relação ao qual toda a gente tem sentimentos fortes : )
Marta: olha que pena não haver vagar: ia sair daí um estudo de psicologia social (ou melhor: associal) muito interessante ; )
Jaime: entre as estratégias geo-políticas das filas de supermercado esqueci-me dessa dos “amigos-cola“, que também me irrita bastante a mim por ser de uma “lata“ descomunal.
Carina: obrigada pelo exemplo. O maior desafio é o que fazer quando se trata precisamente disso: falta de civismo e de respeito. Porquê levar o bebé para o supermercado, se haviam outros adultos em casa que podiam perfeitamente ir às compras? Ou tendo assim optado por ir de excursão, talvez a mãe pudesse ter ido tratar do bebé ou dar-lhe de comer enquanto os restantes membros da família esperavam pela sua vez...
Papel químico: mas também compreendo o teu ponto de vista e há que ter compaixão numa situação dessas. O que me irrita é que se não houvessem os aproveitadores, se toda a gente respeitasse as regras sociais implícitas, talvez se evitassem situações tristes como a que descreveste.
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