Ambições precoces
Já tinha ouvido dizer que os pais hoje em dia se estão a tornar cada vez mais ambiciosos em relação aos filhos – fala-se de começar o mais cedo possível na escola, no jardim-escola já se ensina o alfabeto, etc. e tal. Há dias porém ia caindo da cadeira quando ouvi nas notícias, que agora há pais que vão fazer cursos nocturnos para aprender que técnicas aplicar para ensinar matemática do nível da 4a. classe aos bebés de poucos meses. Ouviram bem: aos BEBÉS! Querem nomeadamente aproveitar o facto de os cérebros dos recém-nascidos serem tão maleáveis e plásticos e por isso fáceis de formar.
O programa de matemática para bebés tem 6 módulos: começa com a simples contagem apartir dos 3 meses de idade, passando à adição e aos 7 meses dizem já ser possível ensiná-los a fazer contas mais avançadas com percentagens e equações simples.
...
Não percebo nada de pedagogia infantil, mas coitados dos bebés! Não será exigir demais deles e causar-lhes stress desnecessário cedo demais? Afinal, quando mais na vida é que terão possibilidade de ser crianças despreocupadas? Talvez fosse mais pedagogicamente correcto que os pais, que nos dias que correm já não têm tempo de sobra para a família, que passassem mais tempo com os filhos sem fazer nada de especial senão brincar e falar tipo gugu da da. Não sei...
14 Comments:
Ai que há concorrência à vista!
Aquela tabuada com animais é muito gira. Há umas tabuadas deste género:
6 tubarões x 5 tubaroas = 30 tubarõezinhos
É a tabuada da multiplicação! ;-)
«PS3. Tenho de arranjar novos temas para não estar sempre a bater na mesma tecla.»
Volto a perguntar: então, pá? Isso começa quando afinal?!!... :-P É que mau, mau: tu viste um peixe e não um tubarão na ilustração, por isso qual foi a desculpa para voltares a meter tubarões ao barulho?
Por acaso pensei em ti hoje de manhã quando escrevi este post, exactamente da perspectiva da competição: aposto que pode ser intimidante para um professional a ideia de génios da matemática de chucha :-)
li um livro que defende algo do género, mas para a leitura. please! eu voto no gugu dada (que tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da criança, diga-se em abono da verdade)
o jaime não teve tempo de pensar num novo tema porque esteve ocupado a ajudar-me com umas dúvidas secantes de estatística - muito obrigada : )
Estes humanos são loucos...
Então o gugu dada já tem 2 votos, papel químico!
«o jaime não teve tempo de pensar num novo tema porque esteve ocupado a ajudar-me com umas dúvidas secantes de estatística - muito obrigada : )»
Como?... Tu com dúvidas secantes de estatística?...
São completamente pirados, não são, alecrim? É também o que eu digo.
Eu também voto no gugu-dada. Mas... se para a criança, em determinado momento do desenvolvimento, aprender for sinónimo de brincar e de se divertir, então concordo que se ensinem coisinhas úteis. Mas sem forçar!!4 foidis vezes 5 foidis... igual a 20 foidis! :D
Ena! Nem posso acreditar!! Eu já tenho a sensação que as mães quando estiverem grávidas, têm que ir á escola para que os bebés fazerem o reconhecimento de voz do professor.
Beijo
vê bem o que uma pessoa não tem de fazer para ganhar a vida, vida...
«4 foidis vezes 5 foidis... igual a 20 foidis!» Marta
Quatro quê...?! Deixa as crianças chegarem à adolescência para começarem a pensar nessas coisas, Marta! ]:->
Vocês, pá!...
Três votos, portanto, para o gugu dada - e nenhum voto para palavras que se podem interpretar mal como por exemplo «foidis».
Excelente ideia, graça: tudo o que inspire os putos a gostar de ir à escola desde cedo... se bem que matemática forçada não deverá por certo ter esse efeito... antes pelo contrário... Duvido que seja possível fazer a versão de álgebra infantil tipo os Queijinhos Frescos «a brincar aos Clássicos»... :-S
Papel químico: precisaste de consultar o sr. matemático para ganhar a vida, foi? Mas que desespero...
"Foidi" é o diminutivo de Froide. Que mentes preversas!! E aproveita-se a embalagem da matemática e aprendem logo quem foi Freud :D
Eu sou uma mente iluminada e soube logo ver que «Foidi» era o diminutivo de «Froide», que por sua vez é o aportuguesado de Freud; mas há por aí mentes que deturpam tudo, daí a cautela ;-)
Ah, então propões aulas de matemática & psicologia, já que têm de aprender, é isso?... Hmmm... e porque não? Não escapam à psicologia... única e original dos pais, por isso... ;-D
por incrível que pareça, vida, as crianças são muitíssimo receptivas à matemática (a tudo, na verdade), desde que seja num contexto de brincadeira ou de boa disposição. o homem aranha já faz inúmeras operações e resolve problemas sem o peso da palavra "exercício". será a aparente dificuldade um caso de "dependência situacional"? :)
Mas é exactamente isso, papel químico: para além do homem-aranha ser um puto inteligente e curioso, ninguém o está a obrigar e ele, sem sentir o peso das expectativas, vai brincando e aprendendo. Agora começa a chamar-lhes já TPCs e a falar de notas, resultados, testes, provas e exames e vais ver o que acontece :-S
Talvez seja mesmo a tal dependência situacional (espero que o termo te tenha sido útil) :-)
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