quinta-feira, agosto 10, 2006

Casamentos em contra-relógio
Uma amiga minha foi recentemente pedida em casamento pelo seu namorado hiper-romântico. Vão casar na próxima Primavera. Mas a julgar pelas páginas de planeamento destas cerimónias na internet, já vão com seis meses de atraso. Sim, que segundo os peritos, um casamento a valer tem que ser planeado pelo menos com ano e meio de antecedência. Senão será praticamente impossível escolher um tema e a côr dominante, as damas de honor não irão a condizer com os lacinhos das flores, e as flores destoarão do vestido de noiva e das ementas, que deveriam de preferência ser feitas à mão pelo casal, ou na pior das hipóteses mandadas fazer profissionalmente tal como os convites e aqueles pequenos papelinhos que indicam, quem se senta onde e ao lado de quem. A decoração do carro nupcial também já estará comprometida, se é que vão conseguir alugar um carro à maneira, senão terão que optar ir de bicicleta para a igreja. Já me esquecia da igreja! Como marcar a data desejada com tão pouca antecedência? E o sítio para o copo de água? Já não vai dar para conseguir aquela banda divertida especializada em casamentos, nem o saxofonista e dois violinistas exímios para tocar o "all you need is love"; o fotógrafo vai ter que ser o primo em segundo grau que tirou um curso de fotografia por correspondência e os DJs à disposição nesta altura já não são dos mais famosos. Mandar abrir uma lista para presentes na(s) loja(s) favorita(s) é uma possibilidade que certamente também já foi à vida. E a viagem de núpcias vai mesmo ter que ser de terceira categoria.
Fiquei a par deste contra-relógio através de uma colega que se vai casar daqui a quinze dias; só se pôs a planear detalhadamente o grande dia há dois meses...
Parabéns e muitas felicidades!

9 Comments:

Blogger sunseekers said...

eheheh!! É bem verdade, mas para os casamentos convencionais. Nao há nada como ter um noivo romântico sim, mas bastante inovador e criativo, para quem a reducao de custos sao importantes. Criar página na net com cenas do casamento-assim evita-se os custos de envio de fotos para os convidados, casar pelo civil- poupa-se tempo, pois tudo se pode realizar num só sitio e lá se reduzem mais os custos com flores e tal e tal, o carro será o "boguinhas" da família-que apesar de deitar fumo e consumir gasolina como um camiao, ainda dá para as curvas, o tema de casamento...nao há escapedela...sendo o noivo um viajante, o tema será-pois com certeza- o Mundo!! Tudo pensado a tempo, vamos ver se corre bem!!
A noiva da Primavera

10 agosto, 2006 11:33  
Blogger papel químico said...

eu fiz tudo à última hora e correu maravilhosamente bem. o que interessa é a energia fabulosa que se sente nesse dia especial. não vale a pensa gastar dinheiro em carros e em coisas que vão para o lixo imediatamente a seguir à festa. o que perdura na memória depois de um dia tão especial são as palavras que alguém nos dirigiu, o olhar dos pais num dado momento, as lágrimas inesperadas de um amigo durante a nossa leitura, os abraços. isso é que fica.
felicidades!

10 agosto, 2006 12:00  
Blogger Vida de Praia said...

Olá senhorita noiva da Primavera : )
Ainda bem que estão não calmos e já têm tudo pensado! Se não vos conhecesse, a vossa postura descansada de estar na vida e as vossas prioridades, tinha mesmo começado a ficar com com stress por vocês ; ) E se o casamento fôr tão romântico como o pedido em casamento vai mesmo correr às mil maravilhas, claro ; )
O tema já era de calcular : )
Mas de certeza que vão mesmo optar pelo "boguinhas comilão", ao preço a que anda a gasolina?... ; )
Até mais logo!
P.S.: Já fui ver o teu blog.

10 agosto, 2006 12:20  
Blogger Vida de Praia said...

Tens toda a razão, papel químico. Nestas ocasiões especiais o que importa mesmo e que se arquiva na memória são os gestos, as palavras, as ternuras, as lágrimas, o ambiente romântico, o entusiasmo. É pena, acho eu, a "inflação" já ter chegado aos casamentos, ter tudo que ser tão pomposo, premeditado e pago ao preço do ouro.
O meu casamento também foi o mais simples possível (às vezes penso que talvez um pouco simples demais), mas olha para mim: casadinha e feliz há praticamente 15 anos : )

10 agosto, 2006 12:28  
Blogger papel químico said...

exactamente. e eu há nove : ) eu tive vestido, flores e música, mas com conta e peso. os meus padrinhos ficaram escandalizados por não querer carro especial e muito menos coroas de flores no capot e colchas no banco de trás! e pensar que há pessoas que fazem empréstimos a vários anos para pagar o casamento!

10 agosto, 2006 13:10  
Blogger Vida de Praia said...

Pois! E, tantos anos depois, quando se está bem e feliz juntos, esses detalhes, a meu ver supérfluos e desnecessários, até já nem lembram a ninguém. Já para não mencionar que sempre achei um tanto pirosas aquelas colchas brancas no banco de trás e outros exageros do género que (felizmente) só passam pela cabeça de alguém em relação aos casamentos. Mas eu também sou uma simplória ; )

10 agosto, 2006 13:24  
Blogger papel químico said...

já somos duas... simplórias!

10 agosto, 2006 19:35  
Blogger tikka masala said...

Pois eu não sou nada romântica e se há coisa que não suporto são casamentos. Nem sei se conseguiria explicar porquê (Freud explicaria?!), mas acho que a tua descrição de todas as preocupações que o evento envolve seria um bom começo!...

15 agosto, 2006 00:25  
Blogger Vida de Praia said...

Nem é preciso meter o Freud ao barulho, Tikka. Pelo menos a maioria dos casamentos a que já assisti têm sido um stress como o descrito, tudo muito perfeitinho, tudo a rimar e a condizer - e isso dá-se mal com o meu feitio. Sou prática demais e acho que o que importa são as outras pequenas coisas e a vida comum apartir daí.
Para além de acabar sempre por ficar sentada ao lado de pessoas chatas que não conheço e que ou não tugem nem mugem, ou acham que é a altura ideal para fazerem confidências indiscretas e inoportunas. Portanto, deve ser mais um caso de trauma de casamentos ; )

15 agosto, 2006 10:22  

Enviar um comentário

<< Home