sexta-feira, agosto 11, 2006


Jantar fora numa Terça à noite
Terça fomos impelidos pelo impulso da hora a jantar fora. Não tinhamos reservado mesa. E não estávamos à espera da quantidade surpreendente de gente que tinha tido a mesma ideia num dia de semana. Chegados ao restaurante da nossa escolha esperámos que nos viessem indicar uma mesa, como dizia no letreiro à entrada. De preferência do lado de fora para a proveitar o bom tempo. E esperámos. E esperámos. A fome foi gradualmente aumentando. Assim que resolvemos virar costas e procurar outro pouso, o garçon dirigiu-se a nós. Perguntou se também faziamos parte de um grupo de oito pessoas, das quais até estávamos um pouco afastados, e para o qual já estava pronta a mesa. “Não? Então perdão pelo inconveniente. Pensei que sim. Só um momento então”. Dois. Três. Quatro. Lá nos mostrou onde sentar, a terceira mesa num rol de três. Depois foi o esperar pelas ementas. A escolha do comer. E a azáfama habitual de tentar desesperadamente estabelecer contacto visual com o garçon. Com quase trinta graus a água só sabe bem gelada, mas o gelo estava esgotado (?). Mesmo assim conseguiram servi-la bastante fresca, vá lá. Depois foi o esperar pelos pratos. E a fome a aumentar. Se não estivesse já sentada e com tanta larica que devorava logo ali um búfalo, tinha-me levantado e ido embora. Foi então durante a demorada espera que o meu marido teve a genial ideia de desistirmos dos cafés e sobremesas (eu ia desistir mesmo à partida, como sabem), pedir logo a conta e pagar quando trouxessem o comer – para evitar mais tentativas frenéticas de estabelecer contacto visual e mais espera.

Rescaldo
Déjà-vu. Enquanto comiamos sentou-se na primeira mesa um casal português. Contemplavam a ementa e falavam entre si: “ishto cherá bom?” “O que cherá ishto?” Ainda pensei manter-me incógnita. Mas acabei por me compadecer dos beirões que vinham para Copenhaga sem falar uma palavra de inglês e expliquei o que eram os diversos pratos. E é claro que com isto convidei às perguntas do costume: “Está cá de férias ou vive cá? “"E está cá há quanto tempo?" "e gosta de cá estar? Dizem que é tão escuro no Inverno" Não lhes dei oportunidade de perguntarem "e já tem bébés?" Assim que senti aquele olhar inquisitivo sobre mim, esquivei-me, levando o marido atrás.

6 Comments:

Blogger papel químico said...

então e os beirões estavam de férias ou em trabalho? quanto tempo iam ficar? e tinham bebés?
: )
espero que, pelo menos, a comida fosse boa, depois de tanta espera!

11 agosto, 2006 11:45  
Blogger Vida de Praia said...

Hehehe : ) Se calhar devia mesmo começar a fazer dessas perguntas indiscretas e pessoais para as pessoas se enxergarem...
A comida estava óptima. Não vou dizer que valeu a pena a espera, mas mais porque detesto esperar, sou impaciente. Mas, sim, a comida estava óptima. Reconheceste o largo?
A noite estava muito agradável. Depois do jantar fomos passear pelos recantos giros da cidade - Copenhagen by night, numa fantástica noite de Verão.

11 agosto, 2006 12:36  
Blogger papel químico said...

sim, reconheci. que bom! eu fiquei a traduzir até à noite na varanda e depois andei a caçar mosquitos, melgas e abelhões pela casa, por ter deixado a janela aberta : )

11 agosto, 2006 12:51  
Blogger Vida de Praia said...

Sabia que ias reconhecer : )
Imagino-te com uma rede como daquelas para caçar borboletas, a correr por toda a casa atrás dos (mal)ditos insetos : ) É a única chatice do Verão.

11 agosto, 2006 19:04  
Blogger papel químico said...

a imagem é bonita, mas nada que se pareça. a ideia era cometer assasínio em massa mesmo, vala comum. com bio kill!

11 agosto, 2006 19:54  
Blogger Vida de Praia said...

Aaaah... I see.... Eu faria o mesmo ; )

11 agosto, 2006 21:28  

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