Grátis e descartável?
Copenhaga, como tantas outras cidades europeias, tem sofrido nos últimos anos a praga dos jornais gratuitos. Primeiro o Destak (Urban) e o Metroxpress. E recentemente o 24 Horas (24 Timer) e o Data (Dato). Entrámos em plena guerra de jornais gratuitos. Não me interpretem mal. Eu até acho que têm bastante qualidade e interesse e para mim, que não sou muito afoita a ler jornais por normalmente serem longos, sérios e aborrecidos demais, tornaram-se uma fonte essencial de informação com as suas notícias curtas e concisas e formato convidativo, um suplemento para as notícias online. Os jornais gratuitos têm também contribuido para a camada mais jovem se manter mais a par das notícias mais centrais do país e do Mundo por serem tão acessíveis e estarem disponíveis em vários pontos de passagem do público.
Mas o que me chateia é o pós-leitura. Num país que se apelida e se gaba de ser avançado e ecologicamente consciente, é desolante todos os dias ver tantos destes jornais gratuitos caídos pelos passeios e nos transportes públicos, muitas das vezes com um caixote do lixo mesmo ao lado. Já dei milhentas voltas à cabeça, mas ainda não descobri que tipo de mentalidade se esconde por detrás deste fenómeno – “é grátis, logo não tem direito a caixote do lixo”? Ou “é grátis, por isso não conta para o balanço ecológico”? Ou “é grátis e tem pernas para subir sózinho para o contentor mais próximo”?
Grátis ou não – invisível, estético e decorativo é que não é quando tem o paradeiro final por ruas e travessas!...
3 Comments:
se o vosso 24 horas for como o nosso... nem dado!
Olha, sem querer desculpar as pessoas que têm a má intenção de sujar o ambiente, ou que são estúpidas e insensíveis ao ponto de não se preocuparem com o lixo, eu acho que deve haver quem pense simplesmente que pode haver mais alguém interessado em ler o jornal, e por isso deixa-o em cima de um banco... para o leitor seguinte. Mas depois não vem ninguém a não ser o vento, que atira o jornal para o chão. Estou a ser ingénua?
Papel químico: o nosso 24 Horas está a tentar ser um "jornal de luxo", até só o distribuem em sítios previamente seleccionados por onde não passa qualquer um. E no primeiro número resolveram por exemplo escrever sobre hospitais privados e outras exclusividades. Ainda só o li 1-2 vezes e parece bonzinho.
Tikka: boa proposta. Como realmente não consegui ainda perceber a tal mentalidade, todas as opções estão em aberto e não te vou portanto chamar de ingénua. O único senão da tua proposta é que, pela quantidade de jornais e pontos de distribuição que se vêm por toda a cidade, devem imprimir pelo menos 2 milhões de cópias de cada um dos jornais, e Copenhaga e arredores só tem um milhão de habitantes...
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