Hino à amizade
Recentemente fomos visitar uma amiga da universidade. Tinhamos mantido o contacto através de email (falar ao telefone não é comigo); mas já não nos viamos há 4 anos, vivendo em lados opostos do país. Confesso que fiquei com nervoso miudinho, lembrando-me de visitas penosas a pessoas com que antigamente até tinha bastante afinidade, esta perdida com a falta de convivência diária. Os silêncios embaraçosos, a falta de temas relevantes em comum ou até de interesse, o contar dos minutos, o constrangimento nessa companhia, os olhares surrateiros para o relógio, a vontade enorme de fugir a sete pés, o alívio de finalmente ser legal fazer as despedidas. O “depois falamos” da praxe que mutuamente não passa de uma frase oca.
Recentemente fomos visitar uma amiga da universidade, que se voltou a mudar para perto de nós. Já não a viamos há 4 anos, mas correu às mil maravilhas. A conversa desenrolou-se livremente, raras foram as pausas, rimos bastante, falámos das nossas vidas actuais e de outrora, hora após hora que pareciam escassos minutos. Soube bem retomar o contacto face a face. Quando fizémos as despedidas lá para o fim da tarde sabíamos intuitivamente que nos voltariamos a encontrar em breve.
Tenho uma ou duas outras amigas com quem só lido de ano a ano nas minhas idas a Portugal e cujas amizades não são afectadas pela comunicação esporádica à distância. É engraçado como com algumas pessoas nunca se perde o à vontade, apesar da passagem do tempo e da escassa convivência, enquanto que outras amizades que na altura pareciam profundas e duradouras se vão pelo cano a baixo quando a vida dá outras voltas que não permitem já um dia a dia partilhado.
Outro bónus da visita de há dias foi descobrir uma nova maneira de soletrar "pizza": P-I-T-Z-A! Se fôr boa a pizza (e já me foi dito que é) ignoro a gralha.
8 Comments:
gostei muito do hino à amizade!
as novas tecnologias agora dão uma ajudinha, mas não basta neologar ; ) prefiro sempre as good vibes de uma tarde bem passada ao magnetismo do ecrã.
Obrigada. Uma das tais minhas amigas celebradas neste hino usa bastante papel químico, sabes ; ) Como tu, também prefiro a conversa ao vivo, a risota, o aconchegante de uma voz e de trejeitos familiares a acompanhar um cafézinho aos neologuismos, apesar destes também terem um certo fascínio.
concordo. o fascínio dos neologismos ou neodiálogos e das neografias também ; )
Quem nos ouvisse a falar assim ainda pensava que precisávamos de choques eléctricos ; D
Eu tive uma sessão de choques eléctricos hoje no concerto dos Pearl Jam!
Agora só falto eu ; )
O concerto foi bom?
foi muuuito bom!
Rewind and replay ; )
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