segunda-feira, novembro 13, 2006

Já dizia a minha mãezinha
Quantos de nós não jurámos um dia a pés juntos que se um dia casássemos ou tivéssemos filhos, não seriamos como os nossos pais ou não repetiriamos a sua conversa de chacha neurótica e ridícula? E quando chegou a altura, quantas vezes podíamos ter engolido aquelas palavras ocas, aqueles clichés, frases feitas e estereotipos de que nos arrependemos imediatamente e com eles a língua que os proferiu?
Quando tiveres filhos, vais ver” ou “quando tiveres filhos, deixa, que te vou lembrar disto!
Cenouras são boas para os olhos. Alguma vez viste coelhos de óculos?
Não estás nada arrependido, só te arrependes de ter sido apanhado!
Depois não digas que não te avisei”.
“Línguas de perguntador... (como resposta à pergunta: “o que é para o jantar?”, como se isso fosse um segredo de Estado.)
Queres quanto/ o quê?!... Julgas que ando a roubar/ que dinheiro cresce nas árvores ou quê?
Quando eu era da tua idade bla, bla, bla (lição de moral sobre a importância da poupança, virtude, paciência ou outros valores caducados do género)”.
Pois... morreram as vacas e ficaram os bois” ou “a pensar morreu um burro”.
Dói-me mais a mim do que a ti”.
Não fales com a boca cheia” ou “quando se acapa (o que quer que isso signifique...) não se assobia”.
Fecha-me essa porta. Não estamos a tentar aquecer a rua toda” ou “se estás com frio veste mais uma camisola” (como se mais uma camisola resolvesse o problema da cara regelada).
Quando digo oito horas, são oito horas, não dez e meia.
Se pensas que vais sair nessa figura, esquece!...
AAAAAAAAAH!...

6 Comments:

Blogger tikka masala said...

He, he! Já disse quase tudo isso à minha filha, coitada... :P
Somos mesmo todos iguais!

13 novembro, 2006 22:36  
Blogger Vida de Praia said...

Creio que este mecanismo é tão inevitavelmente inconsciente e compulsivo, que deve ser controlado por uma lei natural qualquer ; )

13 novembro, 2006 23:08  
Blogger papel químico said...

eu ainda só disse a das cenouras (excepto a parte dos óculos) e a frase "a pensar morreu um burro" : ))

14 novembro, 2006 11:41  
Blogger Vida de Praia said...

Admiro a tua sensatez, papel químico.
Como é a das cenouras sem a parte dos óculos?

14 novembro, 2006 13:09  
Blogger papel químico said...

não é sensatez. nunca calhou. não é algo que faça ou deixe de fazer premeditadamente.
digo só que as cenouras fazem os olhos bonitos. há uns tempos atrás ele achava que ficava com os olhos cor-de-cenoura : )

14 novembro, 2006 14:01  
Blogger Vida de Praia said...

'tás a ver? É por essas e por outras que não se deve dizer essas coisas às crianças, para evitar esse tipo de mal-entendidos - se bem que esse até foi engraçado e inconsequente : ) Aliás, seria giro poder condicionar a cor dos olhos aos legumes que se come; eu passava logo a comer mais brócolos : ) Menos pedagógico é dizer a uma criança a do "quem cochicha o rabo espicha", essa sim incute receio.

14 novembro, 2006 16:06  

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