Pronto a comer
Vivemos numa era de paradoxos. Um dos mais interessantes talvez diz respeito aos hábitos ligados à alimentação: nunca se viu tanto investimento em cozinhas caríssimas com electrodomésticos topo de gama, ao mesmo tempo que pouco é o vagar para cozinhar. Os produtos de conveniência semi-preparados só de ir ao forno e que pouco mais exigem, ganham cada vez mais popularide entre os consumidores, cujo tempo livre é escasso e requer que se pense bem ao que dar prioridade. Mas também não nos queremos contentar com alimentos de má qualidade ou soluções caras (pois já gastámos tudo na cozinha de luxo?): exigimos sushi biodinâmico e a preços de desvenda, batatas de qualidade já descascadas e lavadas, a carne devidamente temperada e amanhada da proveniência. Fácil, limpinho, com óptimo aspecto e pronto a servir nas nossas cozinhas de alto gabarito.
De certo modo compreendo a necessidade destes ”atalhos”. Mas por outro lado assusta-me um pouco pensar que daqui a duas gerações tudo virá já embalado, cortado, enlatado, congelado e ninguém saiba já qual é o aspecto dos produtos alimentares de origem, como são antes de confeccionados. Em que batatas com casca serão apenas objectos de museu. ”Ó avó, o que é esta coisa?”
18 Comments:
por mim o sushi bem que podia nascer das árvores : P
nham!
Era bom, não era? : )
E um bom bife com batata frita também, mas felizmente esses ainda não nascem das árvores, pois sabem bem de vez em quando, mas não devem fazer nada bem ; )
Vá lá, que felizmente a moda da comida em cápsulas, que as antigas séries de ficção científica preconizavam, não pegou.
Se, por um lado, os alimentos chegam até nós prontos a comer ou a cozinhar, por outro, temos a cozinha de fusão, o convite a novas experiências, as misturas inesperadas de sabores.
E temos o movimento slow-food, sobre o qual podes ler em http://www.slowfood.com/, e que também tem a sua graça.
Mais uma vez deixaste aqui um comentário optimista. Obrigada : )
O movimento slow-food? Nunca tinha ouvido falar. Obrigada pela dica, tenho de ir lá espreitar, porque soa interessante.
Espero que no futuro não se realizem essas perspectivas de ficção científica. Mas quem sabe se as cápsulas não pegarão ainda?
Dá jeito a paparoca embaladinha, dá! :D E eu sou demasiadamente adepta disso!! :D
Mas ainda gosto - e muito - da paparoca da minha mãe, que é muito pouco adepta de comidas pré-confeccionadas (salvaguarde-se o Arroz de Pato do LIDL, hehe)
Eu não preciso de comida tipo ”gourmet” todos os dias - nem todos os meses - mas prefiro a que sei como foi confeccionada.
Mas em questão de molhos, tornei-me adepta do de vinho tinto e do de whiskey, que são só de aquecer e servir.
Acho que no futuro a comida virá em forma de pasta, num tubo igual aos dos tubos de pasta de dentes. O que é bom: podemos comer e lavar os dentes ao mesmo tempo.
As cozinhas topo de gama são mais para mostrar do que para cozinhar nelas. Um microondas topo de gama, isso sim, é preciso para aquecer a lasanha congelada.
Na minha família conta-se a história de um aluno da escola primária que quando interrogado sobre onde crescem as maçãs, disse que crescem no caixote da mercearia. E pensando bem, a realidade não o refuta!
Estou contigo, jaime. E o leite vem dos frigoríficos, claro ; )
Então uns têm cozinhas topo de gama como outros têm cartões de visita - ou um Lamborghini, como o que vi ontem (nunca tinha visto um tão de perto, aquilo é que era um cartão de visita com estilo!...) : )
Há qualquer coisa na ideia sobre podemos comer e lavar os dentes ao mesmo tempo que aparentemente não bate bem, mas agora não estou bem a ver o que seja...
"Cartão de visita"? Não, minha, cara, um "bruta" Lamborghini serve para impressionar as miúdas. :-)
Tu é que sabes, jaime : )
Mas resulta?...
Sim, resulta. Elas ficam muito impressionadas com o Lamborghini. Comigo é que não ficam impressionadas! :-)
LOL.
Se calhar é porque o Lamborghini te ofusca por ser vistoso demais. Carro gabarolas!... ; )
Deve ser. Para eu sobressair, tenho de "pilotar" um Dois Cavalos ferrugento com parafusos a caírem pelo caminho.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra... ; )
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra"? É um provérbio? Nunca ouvi esse. Conheço o "sobre a terra, sobre o mar". :-)
Posso pôr no meu blogue um link para o teu, ou sentias que isso ameaçava a reputação do teu blogue?
Sim, é um provérbio. Significa o mesmo que ”nem 8, nem 80”.
”Sobre a terra, sobre o mar” soa-me a hino... ; )
Claro que podes pôr um link no teu blogue para o meu. A reputação deste blogue já foi ”ao ar” há muito, muito tempo - creio que logo no primeiro post, por isso não tenho razão para me preocupar. ; D Aliás, obrigada pela honra.
Já lá está (o link). Começa a prepara-te para a invasão de más companhias. :-)
OK - preparar para invasão de companhias alternativas...! (check!) Ligar os radares anti-aliens...! (check!)
Estou pronta ; )
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