Preso por ter cão e preso por não ter
Não sei se seguiram nas notícias a expedição do navio Viking, Havhingsten (nas fotos), uma cópia fiel de um navio Viking milenário desde Roskilde, na Dinamarca, até Dublin, na Irlanda, este Verão. Os entusiastas da história Viking e da navegação seguiram de certeza.
A viagem correu acima as melhores expectativas. Mas à chegada a Dublin deu-se um mal-entendido qualquer: segundo um artigo publicado no respeitado jornal The Guardian, o ministro da Educação dinamarquês, Brian Mikkelsen, que esteve em Dublin para receber o navio, teria no seu discurso de boas vindas pedido desculpa ao povo irlandês pela conduta vergonhosa dos Vikings, e eu cito: “na Dinamarca estamos deveras orgulhosos deste navio, mas não estamos orgulhosos dos danos sofridos pelo povo irlandês à mão dos Vikings […] e o povo dinamarquês pede perdão pelos ataques, massacres e pilhagens dos Vikings na Irlanda…” Enquanto que o mesmo ministro, cheio de orgulho nacional, nega ter feito tais declarações politicamente correctas e afirma que os vikings lhe teriam dado uma sova se o tivesse feito. E que não tem nada pelo que pedir desculpa, uma vez que os Vikings puseram a Dinamarca no mapa e tiveram sucesso com as suas expedições à volta do mundo. E citando o ministro: “Os Vikings fazem parte da nossa história e podemos orgulhar-nos deles. Sim, os Vikings dizimaram e massacraram aldeias e foram brutais, mas nessa altura era assim mesmo”. Uma declaraçãozita que entretanto poderia levar alguém a chamá-lo de insensível.
A meu ver um exemplo clássico do ser-se preso por ter cão e preso por não ter.Fotos: Werner Karrasch
6 Comments:
O barco é muito giro. Mas a julgar pela segunda fotografia, cada barco só levava uns 25 vikings de cada vez. Ou eram 25 vikings mesmo muito brutais, ou levavam muitos barcos.
É giro não é? Acho aquelas velas o máximo! Fazem-me lembrar o Vickie, de quem era fã quando era miúda.
Dizem que foram os vikings os primeiros a descobrir a América do Norte, com estas embarcações ligeiras...
Não tiveste dificuldade em fazer as contas, é claro ;-) Cada 25 vikings deviam ser mesmo brutais, mas creio que levavam vários barcos tipo convoy para assustar quem os avistasse... ;-S
Os barcos dos Vikings eram puxados por tubarões-Vikings (isto tem de meter tubarões à força!), como renas a puxar o trenó do Pai Natal. Os Vikings eram como o Pai Natal: iam para terras distantes distribuir "presentes". :-)
Já cá faltavam os tubarões ;-)
Desde quando é que porrada e pilhagem se qualificam a ser ”presentes”? Só se os vikings eram tipo Pai Natal, mas ao contrário... ou mais tipo Robin dos Bosques, só que tiravam a todos, ricos e pobres, e ficavam com tudo... ;-D
"Presentes", desde que vá entre aspas, aplica-se a tudo. Por exemplo: «os cães deixam "presentes" no passeio.» :-)
Esses sim, deixam um belos ”presentes”... :-P
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