Fim
E saimos hoje e Janeiro - iupiiiiiiiiiii! 

A caça ao berlinde
O meu irmão e os outros miúdos lá da rua costumavam muito de jogar ao berlinde, na altura em que com um ”abafador” (um berlinde maior do que os outros) se conseguia ganhar os berlindes todos ao resto da malta; o que não era nada popular.
Não creio que os miúdos ainda brinquem com berlindes, mas, pelo que li, estes tiveram uma renascença: há quem os coleccione. E para tornar o coleccionar mais interessante há quem os esconda na natureza para outros os encontrarem, fotografarem,  anotarem, porem nos seus perfis nas redes sociais e juntarem à colecção. E há milhares de pessoas à caça: encontram dicas sobre o posicionamento dos berlindes também através das redes sociais e vão à procura.

De menos e de mais
Muita gente pensa que quanto mais desporto se pratica melhor. Entretanto li há dias que uma investigação médica tinha concluido que quem corra depressa uma hora por dia não tem mais longevidade do quem não pratica desporto nenhum. Entre 2,5 e 4,5 horas por semana é bom, mais de 10 horas faz mal. Ou seja: exercício em demasia também não é saudável.
Tudo em moderação.

Árvore do ano
Descobri há dias que todos os anos se condecora a Árvore do Ano em Portugal. E na Europa.
Em 2018 foi um sobreiro na aldeia de Águas de Moura no concelho de Palmela. Em 2019 uma azinheira em Mértola. Em 2020 foi um castanheiro de bom porte (na foto acima) em Vales. E em 2021 um plátano no Rossio de Portalegre.
E este ano é este majestoso sobreiro (na foto abaixo) na aldeia de Vale do Pereiro no concelho de Arraiolos que vai representar Portugal na competição Árvore Europeia do Ano!
Com que árvore competirá a Dinamarca? As mais majestosas são claramente os carvalhos.

Lavar as mãos salva vidas

Como se sabe é tremendamente importante lavar as mãos para manter a higiene básica e evitar contaminações, o que a pandemia só veio demonstrar. Mas este facto nem sempre foi do conhecimento público e geral. Foi Ignaz Semmelweis, um médico húngaro do século XIX o pioneiro que, conturbado pela enorme taxa de mortalidade na enfermaria da maternidade de Viena onde trabalhava, descobriu que as muitas mortes devido a febre pós-parto se deviam a os médicos seus colegas virem de autópsias a cadáveres infectados e não lavarem as mãos para fazerem os partos. E que se acabava facilmente com estas infecções simplesmente lavando as mãos com uma solução de hipoclorito de sódio, ou seja: lixívia. Num espaço de poucos meses a taxa de mortalidade das novas mães desceu de entre os 13 e 18% para os 1-2%!
Acham que lhe agradeceram? Não: o coitado do Ignaz Semmelweis foi ridicularizado, teve um esgotamento cerebral e acabou os seus dias ostracizado num manicómio, ironicamente devido a uma ferida infectada, que desenvolveu sépsis.
A prática de lavar as mãos entre médicos e cirurgiões só se tornou prática comum e indespensável depois da sua precoce morte aos 47 anos de idade.
Não me tratem mal por vos deixar o lembrete: LAVEM AS MÃOS!

Sícilia
Por motivos óbvios a Sicília tem péssima reputação, mas ainda assim gostava de visitar essa ilha italiana, que, pelo que sei, tem imensos encantos, que não envolvem cabeças de cavalo na cama em tom de ameaça. Se tivesse tempo lançava-me já: a Airbnb abriu concurso, procurando quem queira candidatar-se a viver numa casa restaurada em Sambuca, na Sicília, de borla durante um ano. Sendo onde é uma pessoa pensa logo em tramóia, mas parece que é uma tentativa de repovoar uma zona abandonada por muitos e atrair investimentos.
A iniciativa faz parte de um projecto chamado ”casas vendidas por um euro” e decorre até 19 de Fevereiro.

Biblioteca – será?

Gosto muito de bibliotecas, porque gosto muito de livros. A minha única dificuldade costuma ser manter o silêncio, marca cardinal das bibliotecas, porque também gosto muito de conversar. Entretanto li sobre uma biblioteca sui generis, a Deichman Bjørvika, em Oslo: é uma dita biblioteca do futuro em que o importante é o encontro entre pessoas e a leitura é um pretexto para os mesmos. Convida a tudo menos silêncio.

Miau
E por falar em gatos, sabiam que cada gato tem um miado distinto? Não sei se Rachel Lawrence (na foto com o seu gato Barnaby) de Braintree, Essex, Inglaterra, o saberia de antemão. Mas quando ligou ao veterinário para conversar sobre o seu novo gato que estava no consultório para fazer uma cirurgia, ouviu um miado que reconheceu: perguntou ao veterinário sobre a côr do gato que estava a miar e se tinha uma mancha específica e concluiu que era o seu gato Barnaby, que andava desaparecido há 8 meses e que alguém tinha trazido ao veterinário em muito mau estado. E foi assim que Barnaby foi reunido com a sua família.

Sequestradores
Aliás, gosto muito de gatos, mas os gatos têm muito mais culpas no cartório em termos de actos bárbaros: a quantidade de roedores e pássaros que eles apanham, mastigam um bocadinho e deixam à porta dos donos!... E há dias li sobre três gatos, uma pandilha, que se apoderaram do liquificador que as suas donas compraram na Black Friday em meados de Dezembro; e ainda hoje não largaram o seu “refém”, e batidos népia 😂

Lobos
Antigamente havia alcateias de lobos. Mas com a agricultura tornaram-se cada vez mais escassos e em muitos países exterminados e extintos. Entretanto de há uns anos para cá, pelo menos na Dinamarca, que têm sido avistados uns poucos imigrados não sei de onde. Infelizmente “desaparecem” ou aparecem mortos quase tão de pressa como chegam. Porque supostamente matam o gado. Ou porque supostamente seriam perigosos para os humanos . Que se atiram às ovelhas não duvido, mas não conheço relatos de ataques a humanos. O que me faz pensar que a sua má reputação se deve por certo ao conto do Capuchinho Vermelho...

Pós
Por falar em pandemia, em 2020 e 2021 muita televisão foi dedicada ao COVID-19 – notícias, séries, etc. reflectiram o confinamento, as medidas de segurança e tal. Mas já para o fim do ano comecei a notar que em séries actuais é como se tivessem já ultrapassado a pandemia; ou como se nunca tivesse acontecido, com a malta toda ao molho, zero distanciamento físico, zero cuidados de higiene. Um mundo pós-pandémico. Quem me dera, mas por enquanto é ficção científica 😉
(na foto: Superstore, uma série que sigo de momento)

Máscaras
A pandemia tem sido terrível em vários aspectos. Mas uma coisa positiva é que também tem sido um período de muita criatividade, que propulsou imensas invenções. Como esta máscara inventada por uma equipa de investigadores japoneses da Kyoto Prefectural University liderada por Yasuhiro Tsukamoto, usando anticorpos de ovos de avestruz, que sob luz ultravioleta brilha quando detecta vestígios de COVID-19, mesmo em pessoas assintomáticas. Avestruzes? Como? Pelo que li, injectaram uma forma relativamente inofensiva de COVID-19 nas avestruzes fêmeas, que assim desenvolveram anticorpos nos ovos. Os quais usaram para criar um corante que se borrifa no filtro dentro da máscara e que acusa a presença do vírus.
(foto: Kyoto Prefectural University)

Canal cultura
Bem-vindos ao Canal Cultura, uma nova plataforma gratuita de streaming dedicada à actividade cultural, com o antigo locutor António Sala como anfitrião e as colaborações de várias personalidades da cultura. Estreará  1 de Março e passará peças de teatro, debates sobre livros, etc.
(foto da peça Peça O corpo de Helena, do Teatro Nacional 21, ensaiada e estreada online durante o primeiro confinamento de 2020)

Escalar
Ouvi dizer que escalar se tornou a nova moda entre a malta jovem, depois de se ter estreado como modalidade nos Jogos Olímpicos.
Toca a trepar paredes, malta?
...
Eu fico a ver :-D
(foto: Nelson Garrido)

Sustentável
Li há dias sobre uma casa auto-sustentável, fora da rede de abastecimento eléctrico e supostamente resistente ao clima em Taos, no Novo México, na América do Norte. Feita de lixo, pneus e terra.
Soa convidativo...?
Com outras cores até talvez :-D

De onde?

Conhecem aqueles gatos que acenam com uma pata, que vendem em todas as lojas dos chineses (os gatos, não só a pata), que supostamente dão sorte (os gatos, não as lojas)? Afinal não são chineses mas japoneses – o que é muito diferente.

Em japonês chamam-se maneki-neko, o que significa “gato que acena”. Mas segundo li, nem isso fazem: não está a acenar para dizer olá mas a mandar que se venha.
Segundo a lenda nasceu no templo Gōtoku-ji no período Edo (1603-1868), já que um gato local terá salvado um dito daimyo (um líder regional) de um relâmpago, acenando para que viesse ao templo. Desde então que o bichano é venerado no templo (na foto abaixo).
Outra lenda diz que foi outro gato a inspiração, nomeadamente o gato de uma idosa em Imado, que em 1852 teve de abandonar o seu gato por ser tão pobre, que não o podia continuar a alimentar. E que o gato aparentemente lhe apareceu num sonho dizendo que se fizesse bonecos à sua imagem lhe traria boa sorte. E ela o fez e começou a vender os figurinos à porta do templo local. E assim começou uma aventura comercial gloriosa? 😉

O moderno uitwaaien

Parece que o hygge já passou de moda. Agora a grande novidade global é uitwaaien, um fenómeno holandês, que traduzido significa “soprando para fora”, o que traduzido seria “andar ao vento para clarificar as ideias”. Possivelmente por causa da pandemia toda a gente descobriu a natureza, toda a gente faz caminhadas pela natureza, toda a gente pratica desporto na natureza e tem outras actividades ao ar livre.
Aqui fica a ideia.

Se funciona
A florista internacional Interflora tem o slogan “di-lo com flores”.
No Verão passado Hanspeter Etzold, um empresário alemão e líder de team building, teve mais um curso com diversos participantes, cuja tarefa conjunta era guiar um rebanho de ovelhas. E notou na altura que os cordeiros mais frágeis tinham tendência a ficar para trás. O que o pôs a pensar na situação actual em que muita gente na Alemanha ainda não está vacinada: não podemos deixar ninguém para trás, e é preciso encaminhar a minoria para um objectivo que beneficia todos. Para o ilustrar pediu emprestado um rebanho local de 700 ovelhas e umas quantas cabras e uns drones. E fez com que formassem uma seringa de 100 metros de comprimento, o que de vista aérea fez um brilharete.
Se funciona, olha...

Caminhabilidade
A propósito da de há dias da meia passadeira – ou talvez nada a propósito mas, de facto, o oposto – há um movimento de planeamento urbano, que tem muito em vista como fazer as nossas cidades mais convidativas a caminhar a pé sem ter receio de tropeçar e cair por causa de buracos, pedras de passeio mal acamadas, carros estacionados no passeio, ser-se atropelado, acessibilidade pedonal perto das paragens de transportes, etc.
Boa ideia. E uma sugestão: se se fizerem bons estacionamentos que não custassem uma fortuna à entrada das cidades e meios de transporte públicos com ligação daí ao centro, aposto que muito mais peões haveria e caminhar é tão saudável.

Anúncios politicamente correctos
Li há dias o seguinte cabeçalho: «E se um anúncio a um carro aconselhasse a andar a pé ou de bicicleta?» Isto a propósito de o dito Ministério da Transição Ecológica francês ter sido pressionado por grupos ambientalistas a impôr novas regras à publicidade aos automóveis, obrigando as marcas a introduzir nos seus anúncios publicitários mensagens que estimulem os potenciais compradores a “moderar” o uso destes.
Pois, se um anúncio a um carro me aconselhasse a andar a pé ou de bicicleta eu diria que era completamente absurdo. Tão absurdo como... sei lá... um anúncio sobre sapatos aconselhar a andar de pé descalço ou assim...

Línguas
Já se sabia que os cães são inteligentes – se bem que não tão inteligentes como os porcos ou os golfinhos. Ou será? É que li há dias que os cães sabem distinguir entre o húngaro e o castelhano. E não sei se é o caso com os porcos e golfinhos.
Leram aos cães excertos de O Principezinho, aquele conto de 1943 do Antoine de Saint-Exupéry
em versão húngara e castelhana, respectivamente, sendo um dos idiomas deles conhecido. E pelos vistos os cérebros dos cães reagiam de forma diferente aos diferentes idiomas, pelo menos distinguiam entre o idioma conhecido com o padrão auditivo a que estavam habituados e o desconhecido. E, curioso, quanto mais velho o cão, melhor o cérebro distinguia entre os dois idiomas.
(foto: Reuters/Bernadett Szabo)

Coisas caricatas do quotidiano
Observem bem esta foto e digam-me o que pensam...
...
Não, não falta fazer a manutenção da passadeira pintando a outra metade. Devia ser. Mas a autarquia em questão deu prioridade a um condomínio de luxo fechado recentemente construido, a cuja entrada de garagem a passadeira estava a “incomodar” e acedeu a que se abolisse metade de mesma; ou seja: o emprenteiro fez porcaria, mudando o sítio do portão e a passadeira ficou reduzida a metade, apesar de lá ter estado primeiro.
Se fossem de carro vocês notariam uma meia passadeira a tempo de parar? Duvido. E  será que isto só se passa no Porto? Espero que sim.

Avós
A cultura portuguesa é muito a cultura das avós. E pelo que li a humanidade em geral deve muito às avós que em prol dos seus descendentes se prezam por fazer parte da vida dos netos: são muitas vezes elas que cuidam dos netos, quando os pais têm que ir trabalhar, e lhes transmitem conhecimentos e valores preciosos para as gerações vindouras. Há por conseguinte quem as considere a força motriz da evolução da sociedade humana. E ao mesmo tempo este envolvimento na vida dos petizes contribui para a longevidade das avós, já que as mantém fisicamente activas, o que por sua vez contribui para que possam estar presentes na vida dos mesmos, dando assim apoio aos seus filhos e às famílias.
Foi a esta conclusão que chegaram cientistas recentemente.

Sensibilização de papel

Apresento-vos Nayan Shrimali e Vaishali Chudasama dois artistas da India. Em 2017 viram dois passarinhos amarelos que desconheciam e que se veio a ver serem papa-figos lindíssimos. Enquanto pesquisavam sobre os papa-figos descobriram outros pássaros igualmente vislumbrantes. E ficaram inspirados a sensibilizar o mundo para a beleza do mundo animal e a necessidade de os conservar criando miniaturas de papel de vários animais, um processo que demora entre 4 e 6 horas.
Querem chegar às 1.000 peças.

Honestidade cívica
Sabiam que o ser humano é honesto? Testaram isto em 40 países, incluindo Portugal, numa experiência muito interessante envolvendo carteiras perdidas com dinheiro lá dentro. Quando uma pessoa encontra uma carteira na rua, fica om ela ou devolve-la? Intuitivamente podia-se pensar que a maioria ficaria com a carteira, mas não; a maioria devolve-la. E quanto mais dinheiro havia nas carteiras, mais provável era que fossem devolvidas as carteiras ao dono. E sabem qual é o mecanismo por detrás disto? Pura e simplesmente a aversão que temos a vermo-nos como ladrões.

Estilo de vida sober curious
No Japão, onde são sempre pra frentex, tem-se tornado cada vez mais popular o dito estilo sober curious (ed.: sobriedade curiosa), em que se pensa bem nas escolhas em relação ao consumo de álcool e alternativas não-alcoólicas. Isto independentemente do estado de saúde, constituição física etc. Ou seja: só porque sim.

Filetes de robalo
Li há dias que cientistas portugueses do Instituto Superior Técnico esperam conseguir produzir filetes de robalo in vitro. Apartir de extractos de algas, células estaminais de robalo e com a ajuda de uma impressora 3D. Dizem que com o mesmo sabor e textura.
...
Não, não não. Robalo só pescado.

Robô
Apresento-vos o A’seedbot, um robô iraniano que planta sementes no deserto, num esforço para combater a desertificação no Golfo Pérsico.
Boa ideia!
...
Será que também têm um robô que rega?
(foto: Mazyar Etehadi, o inventor)

Agilidades de Natal
O Natal é uma época de grande conservadorismo. Daí eu achar piada a certas práticas inovadoras. Como esta dos pais natais na Eslovénia, que vendo-se impedidos de descer pela chaminé no hospital pediátrico de Ljubljana, por causa da COVID-19, improvisaram a sua chegada: desceram de rapel pelas fachadas de vidro do hospital e acenaram à miudagem da parte de fora.

Legos
Em Paredes de Coura resolveram animar a quadra natalícia com uma cidade de Legos de 80 metros quadrados e mais umas quantas coisas interessantes também de Legos no Centro Cultural. Hoje é o último dia da exposição com o nome Arte em Peças – Lego Fan Event.

 

FELIZ ANO NOVO!
Bem-vindo, 2022! Porta-te bem.