quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Não façam isto lá em casa!...
Depois do Street Kiss, a França volta a inspirar com outro fenómeno urbano, nomeadamente o Parkour, ou Le Parkour (frequentemente abreviado PK), que significa percurso ou trajecto (e que até rima com “amour”, mas isso é outra história...). Esta disciplina física e mental, cuja essência parece ser o ser-se útil e eficiente com o movimento, consiste no participante — chamado de traceur, ou traceuse no feminino— passar por obstáculos da maneira mais rápida e directa possível, utilizando somente o que está ao alcance do corpo na forma de várias técnicas como pulo, rolamento e a escalada.
Diz-se que o Parkour é acessível a todos, mas duvido que seja aconselhável a pessoas com casos graves de vertigens (ou com o mínimo senso, mas isto já é a minha opinião preconceituosa...). Os obstáculos podem ser em qualquer ambiente, mas é mais praticado especialmente em áreas urbanas por causa das muitas apropriadas estruturas públicas como prédios e muros. Requer absoluta concentração, avaliação de distância, avaliação de capacidade e avaliação de risco.
Para além do desenvolvimento da força física, resistência e coordenação motora, o Parkour encoraja a que o praticante venha a conhecer os seus próprios limites e os ultrapasse, não se deixando impedir pelos obstáculos à sua frente mas vendo-os como desafios e continuando a desenvolver constantemente a sua força de vontade, determinação e coragem e assim favorecendo o bem estar e a qualidade de vida e educando jovens ávidos por novas experiências. É portando para os seus praticantes não somente um desporto mas um estilo de vida, o caminho para “se encontrar a si mesmo”, aprender a controlar seu próprio corpo e sua mente, tornando-se cada vez mais apto a enfrentar obstáculos físicos e mentais. O traceur é por isso potencialmente um óptimo praticante de outras actividades que requiram auto-controle, agilidade, força e observação.
É comum a praticantes da disciplina que avaliam exageradamente a sua capacidade que se submetam a riscos desnecessários, envolvendo-se em acidentes de diversas gravidades. Mas os seus praticantes costumam adoptar a seguinte frase para descrever parte da sua filosofia: “É ridículo procurar liberdade e acabar quebrado numa cadeira de rodas“. Mesmo assim o Parkour é uma disciplina de duros treinos, em que usando a mente concentrada e o bom-senso, e respeitando os seus limites, acidentes podem ser amenizados ou até evitados. O mais importante é treinar e evitar irresponsabilidades, por isso acidentes relacionados a Parkour são supostamente raros, mas podem ser incrivelmente graves devido a se subestimarem os riscos da prática e a excitação levar jovens a fazer algo de que não se tem certeza de que farão correctamente.
(fonte: Wikipedia)
Portanto, se de repente um dia virem uma criatura a saltar de um prédio para outro, não assumam automaticamente que é um esquilo, pois poderia muito bem ser um praticante destemido de Parkour.
Para mais informações vejam os sites: http://www.parkour.net/ ou http://www.urbanfreeflow.com/.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Máfia das pizzas
Durante algum tempo considerámos ir passar as nossas férias à Sicilia, ilha supostamente encantadora e de bom clima, mas particularmente famosa por ser o berço da menos encantadora Máfia italiana. E ao deparar-me com uma notícia recente sobre os métodos supostamente aplicados por esta organização, ainda bem que mudámos de ideias e optámos por Toscana:
Imaginem só que a Máfia até já chegou à Suécia, país normalmente pacato e civilizado. Pois em Karlskoga, uma cidadezinha no sudoeste da Suécia, há 28 pizzarias; mas apesar da competição uma pizza comprada nessa cidade custa 50% mais do que no resto do país. Isto por causa da “máfia das pizzas“, que não aceita de modo nenhum que se baixem os preços. Se alguém se atreve a vender uma pizza abaixo dos 7-8 €, é ameaçado, e se não se subjuga, arrisca-se a ver a sua pizzaria destruída e, quem sabe, até a levar um enxerto de porrada.
É como que tirado do argumento de um dos filmes do “Padrinho“ ou do ”The Departed”, laureado este ano com vários Oscares.
(foto: chubbybadass @flickr.com)

segunda-feira, fevereiro 26, 2007


Dia da panqueca
Como será possível já habitar este planeta há tanto tempo (ooops, soou a pergunta de marciana, mas enfim…) e, ainda para mais, ter vivido tantos anos num país católico e só agora ter descoberto o Dia da Panqueca, uma tradição cristã supostamente milenária?
O Dia da Panqueca é todos os anos na Terça-feira seguinte ao Domingo de Entrudo, ou seja: foi Terça-feira passada. Segundo dizem celebra a entrada no período de 40 dias de jejum de Quaresma antes da Páscoa, em que os cristãos não podiam ingerir doces, ovos, farinha branca e leite apartir da Quarta-feira de Cinzas e até ao Domingo de Ramos. Por isso a ideia era ingerir a maior quantidade possível destes ingredientes antes do jejum. E daí se criou a receita para as panquecas, imagino.
Em Olney, em Inglaterra o Dia da Panqueca é celebrado de uma forma muito especial. Para além do obrigatório consumo de panquecas, desde 1445 que fazem a jincana da panqueca, em que as mulheres locais correr enquanto atiram panquecas ao ar.
Já vou tarde, mas como mais vale tarde do que nunca, aqui fica uma receita rápida:
(20-25 panquecas)
1 l leite
6 ovos
500 g farinha
1 c. (chá) açúcar de baunilha
2 c. (sopa) açúcar
1 pitadinha de sal
manteiga para a frigideira
Bater os ovos com o leite, peneirar a farinha aos poucos para dentro da mistura. Mexer bem para evitar grumos. Juntar o sal, o açúcar e o açúcar de baunilha. Derreter a manteiga na frigideira até fazer bolhinhas. Vai-se deitando uma colherada de massa de cada vez na frigideira.
As panquecas podem comer-se com doce, açúcar, melaço ou gelado.
Bom apetite!

domingo, fevereiro 25, 2007

Florentia (43° 47' N 11° 15' E)
E por falar em planear férias…
… iupiii!!! – já só falta uma semana para irmos de férias – duas semaninhas que escolhemos passar na bela Toscana que ambos desconhecemos e tem sido o alvo de fantasias durante anos.
Alugámos um quarto numa villa do século XVIII numa quinta nos arredores de Florença, rodeada de colinas, vinhas e campo e com uma cave, onde suponho que poderemos investir em produtos tradicionais toscanos como Chianti, azeite e mel e provar as delícias da cozinha local.
Durante as últimas semanas temos andado enterrados em livros e guias turísticos, a deixar-nos inspirar pelo que vale a pena ver numa zona tão rica em cultura e natureza.
Com origem num povoado etrusco, dizem uns, mas na realidade num castro romano, banhada pelo Arno e, segundo dizem, uma das mais belas cidades do mundo, Florença (em italiano Firenze e em latim Florentia, “florida”) ficou conhecida como o berço do Renascimento e a cidade natal de vários personagens célebres como Dante Aligheri, autor da “Divina Comédia” e diversos Papas, o que não podia evitar de deixar marcas na forma de igrejas e catedrais esplendorosas. Florença é também cenário de obras de artistas renascentistas como Michelangelo, Giotto, Leonardo da Vinci, Donatello, Machiavelli, Brunelleschi, Ghiberti, Masaccio. E o palco de uma ópera de Puccini, Gianni Schicchi, do romance “Room with a view” de E.M. Forster e de uma obra menos conhecida de Hans Christian Andersen. O seu centro histórico tornou-se Património Mundial da UNESCO em 1982 e há quem apelide Florença de capital da história da arte, que ainda hoje inspira poetas e escultores de todo o mundo, por isso deve mesmo valer a pena.
Só os nomes são fascinantes: Piazza della Signoria, Cattedrale di Santa Maria del Fiore, Via Strozzi, Ponte Vecchio, Piazza del Duomo, La Loggia del Bigallo, Via dei Calzaiuoli, Giardino di Boboli.
Mal posso esperar!
E se vos aguçou o „apetite“, deixo aqui dois links como inspiração:http://www.italy.dk/turisme/toscana/firenze.htm
http://www.italyguides.it/us/florence/florence_italy.htm
Ciao : )

sábado, fevereiro 24, 2007

Pequenos prazeres do dia-a-dia
(e prometo desde já não mencionar o Cristiano Ronaldo senão neste parentese)
~ Beijinhos, olhares cúmplices e pequenas atenções e surpresas do meu cara-metade
~ Uma longa caminhada pela praia
~ Começar a ler um livro impossível de se largar
~ Receber um e-mail ou uma carta de uma amiga de longa data
~ Dançar com o meu sobrinho de 3 meses ao colo e vê-lo sorrir
~ Rever um dos filmes favoritos cujo argumento conheço de cor e salteado
~ Jantaradas entre amigos
~ Jogar às cartas ou ao Monopólio numa tarde de chuva
~ Uma massagem
~ Sentir o sol a aquecer-me o corpo
~ O piropo de um colega ou superior depois de uma tarefa bem desempenhada
~ Comer um naco de pão de Mafra estaladiço e ainda quente com queijo fresco e manjerona
~ Sextas-feiras à noite, com ou sem planos
~ Deitar-se e apagar a luz depois de um longo dia e sentir os músculos e os olhos descansar
~ Um abraço quando mais é urgente
~ Fazer scones para o pequeno-almoço de Domingo
~ Não fechar as cortinas numa noite de luar, deixando a luz azul invadir e iluminar por completo a casa
~ Sobremesas
~ Andar sobre a neve acabada de cair
~ Planear uma viagem de férias, folheando guias turísticos com fotografias de sonho do sítio de sonhos.
(foto - da "minha" praia: antigavin @flickr.com)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Leitura (científica) de pensamentos
Um dos sonhos de todos os homens de todos os tempos está finalmente a tornar-se realidade. Acabaram-se as confusões, o ter de adivinhar ou interpretar as dicas e gestos subtis da namorada e a ignorância total sobre os seus motivos e reacções. Dentro em breve tornar-se-á possível ler pensamentos.
Não, não é ficção científica, mas ciência: um grupo de neurólogos europeus com base em Londres desenvolveu uma técnica que possibilita fazer um scanning das partes mais profundas do cérebro e através dele ”ler” e prever as intenções de uma pessoa, antes mesmo de esta reagir aos seus pensamentos e intenções.
Por enquanto esta técnica somente foi aplicada a prever decisões simples como escolher entre multiplicar ou dividir e ainda há bastante por investigar. Mas com uma margem de “leituras” correctas de 70% promete melhores resultados do que os que muitas vezes se conseguem normalmente e sem ajuda, especialmente na interacção entre os sexos.
(foto: Patrick Denker @ flickr.com)

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Deus me livre dos cisudos
Não há nada como o mau humor e as vibrações negativas para estragar um ambiente e gerar mais mau humor.
Lembro-me de que há alguns anos atrás tinha um colega, que por qualquer razão por todos desconhecida durante meses andou azedo, taciturno e cisudo. Pouco dizia, mas nem precisava de abrir a boca para espalhar o seu mau humor, que quase diariamente falava bem alto e por si e tornava as horas de almoço comuns autênticos pesadelos. É evidente que por vezes arranjava desculpas e evitava fazer a minha hora de almoço à mesma hora, porque se tornou insuportável aturar-lhe os súbitos amuos inexplicados.
Ele mudou entretanto de emprego e o problema resolveu-se. Mas nunca ganhei coragem para o confrontar com o seu comportamento desagradável e inaceitável; e quem me dera que alguém o tivesse feito, pois teria poupado bastantes horas de silêncios cerrados e embaraçosos.
Porque será que evitamos conflitos a todo o custo, mesmo pagando um preço tão alto? Por receio? Vergonha? Educação? Insegurança? Ou na esperança talvez ingénua de que a outra pessoa de uma maneira qualquer caia em si e altere o seu comportamento e postura?
(foto: robotgirl @ flickr.com e St. Nicholas Garden)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Num dia de Primavera
Este Inverno não tem sido dos mais rigorosos e uma vez por outra até me esqueço de que ainda falta um mês para a Primavera e dou comigo a sonhar com o que gostaria de fazer no fim-de-semana:
~ um piquenique
~ uma viagem de balão
~ um passeio pela praia descalça e de manga curta
~ sentar-me na varanda a apanhar sol no rosto
~ um passeio pelos bosques para ver borboletas e as primeiras folhas nas árvores
~ estender a roupa lavada para que seque ao ar livre
~ beber um refresco numa esplanada
~ sair de casa sem casaco nem cachecol
Agora não, mas daqui a um mês… : )
... e nada como a previsão de um nevão nocturno para me capacitar de que ainda é Inverno...
(foto: Dave Carter @ Pbase.com)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Elegante a mastigar
Não é a primeira vez que vos entretenho com a minha dieta, que tem tido óptimos resultados, mas tem sido árdua e requerido imensa disciplina. E ao longo dos meses tenho pensado várias vezes em como seria bem mais fácil, se houvessem outros meios mais eficazes e ao mesmo tempo menos exigentes: comprimidos, elixires, uma operaçãozita plástica, sei lá…
Agora já há: uma pastilha elástica baseada em hormonas, que diminui o apetite drasticamente.A ideia é genial: quem tem uns quilitos a mais gosta certamente de dar ao dente, por isso mascar pastilhas não custa nada.

Mas parece fácil demais. E arriscado. E, como sempre, não me atrevo…

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Oráculos
Creio que o ser humano sempre sentiu a necessidade de ver o que o espera no futuro. Por uma questão de curiosidade, temor , ou talvez para criar a ilusão de que a vida não é tão imprevizível como aparenta ser.
Na Grécia antiga, por exemplo, esteve muito em voga tentar predizer o futuro. Uma pessoa dirigia-se a um sítio especial e consultava um dito “oráculo”, como o famoso Oráculo de Delfos (na foto), a norte do Golfo de Corinto, nas encostas do monte Parnaso. Depois de uma suposta consulta com o profeta de uma divindade qualquer, por vezes a um custo bastante elevado de oferendas, a pessoa saía de lá a conhecer o seu futuro. Se eram boas notícias, tudo bem, imagino que uma pessoa saía de lá cheia de esperança e fé. Mas se o oráculo anunciava um futuro menos aliciante, imagino que o caso ia de mal a pior e uma pessoa ficava mais desencorajada do que estava quando lá chegara e talvez desejasse ter permanecido na ignorância. E imagino que a previsão do oráculo acertava numas e falhava noutras e dizia coisas bastantes generalizadas e ambíguas que poderiam acontecer a qualquer pessoa, tipo os horóscopos.
Acabou-se a antiguidade, acabaram-se os oráculos. Mas em 2007 ainda há quem desempenhe esse tipo de função, ”arrotando postas de pescada” (desculpem o termo): conselheiros financeiros, assumidos peritos em diversos trends sociais, cientistas cujo campo de investigação é o futuro - e terapeutas.
Li por exemplo há tempos, que uma terapeuta conceituada predizia que em 2007 (nem ano menos ano) as relações entre casais se irão tornar diferentes, com menos compromissos. Que vai haver mais espaço para realizar desejos e necessidades pessoais. Por exemplo enquanto que um vai fazer a viagem de sonho, o parceiro fica em casa a tomar conta dos filhos. E para a próxima trocam. Que o marido e a esposa terão cada um o seu próprio quarto, decorado à sua maneira e ao seu gosto. E sabe-se lá que mais.
Acreditam nisto? Eu não...
(foto: Bradgy @flickr.com)

domingo, fevereiro 18, 2007

Intuição
É o que eu digo: anda para aí uma conspiração antifeminista!…
Se há uma coisa que sempre se atribuiu por excelência às mulheres é a legendária intuição apuradíssima e superior. É ou não é?
As boas notícias é que foi recentemente provado cientificamente, que numa situação em que se têm de fazer escolhas rápidas, correctas e definitivas, em que está muito em jogo, a intuição é ainda mais apurada do que é habitual e praticamente infalível. Ou seja: sob pressão o nosso lado inconsciente e intuitivo do cérebro é mais eficaz que o nosso lado lógico e racional.
As más notícias é que parece ter sido também provado que os homens têm melhor intuição do que as mulheres. Não que a ideia de que as mulheres têm boa intuição seja um mito, mas aparentemente os homens nos últimos anos têm vindo a entrar cada vez mais em contacto com o seu inconsciente, melhorando dessa forma a sua intuição marcantemente.
Será que com a crescente igualdade entre os sexos a intuição por definição feminina se estará a desenvolver na direcção oposta nas mulheres? Se ao menos isso trouxesse as vantagens de começar a conseguir orientar-me com ou sem mapa, estacionar logo à primeira, conseguir fazer contas de cabeça e adquirir a minima aptidão económica, até nem me importava tanto…
(foto: A30_Tsitika @flickr.com)

sábado, fevereiro 17, 2007

Vegetais de outro mundo
Alguma vez pensaram no que faz com que as plantas parem de crescer? E em qual será o limite para a resposta à pergunta “o que queres ser quando fores grande?” E o que terá uma coisa a ver com a outra?
Nunca me senti encorajada a ser particularmente curiosa. E é raro estar no cantinho filosófico, mas tenho dias…
Tudo isto a propósito de astronautas…
Confusos?… Passo a explicar: uma viagem a galaxias distantes ainda é bastante demorada e requer portanto uma quantidade enorme de provisões e uma imensa dispensa, pois os astronautas que participam em tal jornada precisam de se alimentar. Por isso mesmo um grupo de cientistas noruegueses (decididamente mais curiosos do que eu) teve recentemente a brilhante ideia de tentar cultivar lentilhas (já conhecem a minha posição em relação às lentilhas; mas pronto, nem sequer vou barafustar muito por achar a ideia em si digna de elogio pela criatividade e originalidade do projecto). Propõem-se a descobrir como reagirão as plantas em condições com mínima gravidade.
Foi assim que descobri o que ignorava e jamais tinha inquirido, nomeadamente que a gravidade é uma das premissas que influenciam o crescimento das plantas (imagino que o resto é uma questão de genética, condições do solo e quantidade de luz e água disponíveis). E que agora já se pode ser “jardineiro espacial”.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A vingança dos deuses (ou de quem não tem nada para fazer)
Ninguém gosta de acabar mal uma relação amorosa e às vezes é difícil de ultrapassar, especialmente quando põe em causa a nossa auto-estima e valor pessoal.
Mas há pessoas que têm uma dificuldade extrema em ultrapassar o sentimento de ofensa que este tipo de experiência lhes causa. Continuam a remoer durante meses e anos, a alimentar desejos de vingança e fantasias sobre levar a melhor e sair na mó de cima num universo e realidade paralelos. E para as quais o dia de S. Valentim, que acabámos de celebrar, acima de tudo é uma provocação e uma afronta.
E pelos vistos há pessoas bastante mais extremas do que outras. O que o prova é um site para pessoas com sede de vingança (http://www.thepayback.com), onde por exemplo se podem encomendar anonimamente desde ‘practical jokes’ relativamente inocentes, como rosas murchas e chocolates derretidos, até coisas mais pérfidas como peixes podres, cartas e emails anónimos, falsas coimas, buracos de bala falsos, etc. a ser entregues ao ex-namorado (ou à amiga que te “apunhalou” pelas costas, ou ao chefe irritante, se é para esse lado que se está inclinado) pela firma por trás do site em questão.
No mesmo site pessoas, a meu ver tristes e vingativas, também têm oportunidade de contar e recontar as suas histórias de vinganças bem-sucedidas.
Meus amigos: quem sai na mó de cima não se vinga. Despreza, ou melhor ainda, ignora com uma indiferença gélida ; )
(foto: Jibba Jabba @flickr.com)

quinta-feira, fevereiro 15, 2007


Engavetar original
Quem diz que os móveis têm de ter ângulos rectos? Um grupo de designers holandês, que se intitula de “Droog” (que traduzido significa “seco”, uma alusão ao humor seco) tem revolucionado o mundo do mobiliário criando soluções geniais e divertidas, se bem que à primeira vista um tanto ou quanto... bem... com uma grande dose de doidice.
Criaram por exemplo uma cadeirinha para bebés com umas pernas tão altas, que a criança desde bebé fica ao nível dos adultos e pode olhar-lhes nos olhos. A intenção é manter essa proximidade e simetria, indo cortando as pernas da cadeira à medida que a criança cresce, ao mesmo tempo simbolizando a crescente autonomia da criança.
Desvantagem: a cadeira não pode ser "herdada" e usada por um segundo bebé, ou pelo menos não é possível manter a mesma filosofia para com o próximo filho, já que se cortam as pernas e a cadeira vem a assemelhar-se a uma cadeirinha normal.
E que tal uma campainha que quando se toca faz com que 2 copos choquem levemente fazendo um brinde? Ou um chuveiro tipo queda de água? Ou uma maçoneta com texto em braille?
Ou uma cómoda com gavetas completamente diferentes e de várias épocas?
Numa onda anti-funcionalista em que vive da melhor maneira o ditado popular “rir é o melhor remédio”.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Calúnias de S. Valentim
Das duas, uma: ou anda para aí uma campanha qualquer com o propósito de difamar as mulheres, de lhes dar uma imagem pouco favorável, ou estas se têm tornado extremamente e cada vez mais materialistas nos últimos anos. Ou então expliquem-me o que se passa:
Ainda há dias escrevia sobre o tal estudo que apontava para a sua preferência do telemóvel acima do sexo (pelo menos hipoteticamente). E há tempos faláva-se da quantidade de horas que, segundo outro estudo, as mulheres passavam a fazer compras e a passear o cartão de crédito.
E há dias chegou-me à atenção um estudo norte-americano que concluia, que a maioria das mulheres preferia um guarda-fatos a abarrotar a sexo durante 15 meses. Isto porque roupa tem a tendência de durar mais do que uma relação amorosa ou quê?...
Feliz dia de S. Valentim!
(foto: fivestrongs @flickr.com)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Triiiiing
Como já referi anteriormente, o ser humano na era pósmoderna está numa constante corrida para atingir a vida perfeita e a identidade perfeita: as marcas certas, produtos biodinâmicos, o número de filhos ideal, o endereço de cinco estrelas, a aparência impecável sem rugas ou quilos a mais, etc., etc., etc.
Recentemente dei-me conta de que nem o toque do telemóvel é deixado ao acaso, mas define precisamente quem és. E que criamos uma certa imagem dos outros baseada no toque que escolheram para o telemóvel: o amante de cultura escolhe música clássica; o modernaço frescote um êxito do top 10 actual; o irónico que se sente superior às modernices um um toque dos telefones antigos; a rapariga que vive para a discoteca Sábado à noite o “Stayin’ Alive”; o adolescente irritante um tom qualquer alto e estridente que vai aumentando de volume a cada toque; a romântica “My heart will go on” do Titanic, ou a banda sonora dos “Quatro casamentos e um funeral”.Eu tenho a melodia dos Marretas no meu telemóvel – o que dirá isso de mim?…
(foto: thirdspacephoto@ flickr.com)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Mimos de luxo
Sexta-feira cheguei a meio da tarde completamente arrasada, depois de uma semana árdua de trabalho com as tarefas do costume acrescidas pela chegada do nosso novo estagiário, em relação ao qual partilhei a responsabilidade de o introduzir ao hospital e aos desafios que o aguardam. Estar à disposição cansa!…
Coincidiu com a minha ida trimestral à cabeleireira. E tal era o cansaço, que nem sequer entrei “em parafuso” como é habitual sobre que penteado escolher etc. e tal. Cheguei ao salão, sentei-me na cadeira que me foi apontada e deixei-me mimar: com a coloração, o chá, as revistas, a conversa da minha cabeleireira, a música de fundo, a massagem obrigatória ao couro cabeludo, a lavagem, a secagem e alisamento demorados. Entretive-me a observar os penteados ousados e malucos das outras cabeleireiras. A prestar atenção às garrafas de produtos vários ordenadas por cores. A esvaziar a cabeça de uma semana inteira.
E como sempre saí de lá deslumbrante e leve, como uma estrela de cinema a caminho de filmar publicidade à L’Oreal.

Exaustão... creio que achei a solução para a minha eterna ambivalência nas idas à cabeleireira...

domingo, fevereiro 11, 2007

Hobby delicioso
Como a apreciadora de quase todos os tipos de queijo que sou (sublinho o “quase” com dois ou três traços, porque não gosto de queijos com coisinhas verdes tipo o Roquefort e o Stilton, nem queijos com cominhos ou outras coisas estranhas), não pude deixar de ficar com água na boca ao ler sobre mais um daqueles hobbies sui generis, que não passavam pela cabeça de ninguém: sabiam que na Nova Zelândia todos os anos se fazem competições de rolar de queijos? Chama-se Whitestone Cheese Rolling Competition (em honra do queijo com o mesmo nome), pretende angariar fundos para várias obras sociais, como um centro de terapia familiar, e este ano foi disputada a 6 de Fevereiro em Waikaka.
A prova é simples: atiram um queijo pela colina abaixo e vão a correr atrás dele. E quem apanhar o queijo fugitivo pode ficar com ele.
Ora, este “desporto” vem originalmente de Inglaterra, segundo consta. Mas o que me deixa curiosa é: quem terá inventado uma palermice assim e em que circunstâncias?

sábado, fevereiro 10, 2007

Reuniões
O mundo do espectáculo é de modas. Um realizador faz uma nova versão de um filme antigo e os outros seguem-lhe a dica. Uma estrela adopta uma criança de um país menos desenvolvido e de um dia para o outro estão todas as outras em fila para adoptar.
De momento o que também está na moda são as reuniões de bandas já dispersas há anos e anos: os Take That voltaram a reunir-se, mas sem o Robbie Williams. Os Genesis voltaram a reunir-se e vão fazer tournée este ano. Os Eagles, que juravam que não, voltaram a reunir-se e editaram um album. E a nostalgia parece estar a chegar a todos os recantos. Os Van Halen estão a reunir-se depois de 22 anos cada um para seu lado e The Police idem idem, aspas aspas. E já há rumores de que os Wham têm planos de lançar um novo álbum lá para o Verão.
Claro que o público, também nostálgico, vai querer ir a concertos, comprar albums, etc., por isso imaginem a mina de ouro que vai ser: o suficiente para inspirar os demais.
Já agora não me importava que os Duran Duran se voltassem a reunir na formação inicial (nunca fui muito à bola com os novos membros), nem os Spandau Ballet; e quem sabe se não será desta que voltaremos a ver os Beatles reunidos em palco?
(foto: julieD2u @flickr.com)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


Mais vale prevenir do que remediar – ou…?
O comportamento humano é por vezes curioso e muitas vezes aparentemente irracional.
Sempre se ouviu dizer, que campanhas de prevenção por exemplo ao tabagismo ou ao uso de estupefacientes eram essenciais para evitar que as camadas mais jovens criem maus hábitos e dependências.
Li porém há dias que vários estudos parecem indicar que, pelo contrário, demasiada atenção dada à prevenção pode dar para o torto e ter o efeito oposto: que se se ouve demasiado sobre tabaco, drogas, etc., se cria uma expectativa errada de que o seu consumo é mais generalizado do que de facto é; o que em si pode fomentar vontade ou curiosidade de experimentar o produto em questão. Isto porque os nossos conceitos sobre o comportamento dos demais influencia o nosso próprio comportamento (ou seja: o ser humano é um macaquinho de imitação).
Portanto há informação, desinformação, ignorância e excesso de informação – e, como tudo na vida, o essencial é a moderação.
(foto: go shine @flickr.com e rebezina @flickr.com)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Escolhas e prioridades
Lembram-se daqueles jogos que jogávamos quando éramos adolescentes e cujo intuito primariamente era criar intimidade entre amigos, pondo-lhes questões hipotéticas? “Se tivesses de escolher entre isto e aquilo, o que preferirias?”
Ora bem, a companhia de telefonia Dial-a-Phone perguntou recentemente a um grupo de consumidores acerca dos seus hábitos em relação ao uso do telemóvel, usando esse tipo de situações hipotéticas. À pergunta “se tivesses de escolher entre 30 dias sem telemóvel ou sem sexo, o que escolherias?”, 25% do público feminino aparentemente respondeu que preferiria manter o telemóvel. Em contrapartida, nenhum homem deu primazia ao telemóvel (o que em si não é nada surpreendente!...) Mas outro estudo realizado pela GfK NOP no Reino Unido indica, que um em cada oito homens estaria pronto a trocar a namorada por um novo “brinquedo” electrónico.
Outras conclusões do primeiro estudo referido indicam, que quatro em cada cinco atendem chamadas num primeiro encontro amoroso, o que me parece muito pouco romântico; e que 11% na faixa etária abaixo dos 34 anos já foram deixados através de sms. Uma tendência para o triste, não?
Quem me conhece, sabe que de smses gosto, mas que detesto falar ao telefone. Daí o achar um mistério este desespero por andar constantemente em contacto, estar à disposição 24 horas por dia.
(foto: Pål Berge @flickr.com)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A justiça é cega – surda, muda e paralítica
Felizmente nunca tive de lidar com a justiça: nunca fui processada, nunca processei ninguém nem fui acusada de crime algum. Sei por isso muito pouco sobre o funcionamento do sistema jurídico – e quase tudo de séries de ficção televisivas e filmes sobre advogados. Mas fiquei a perceber há dias, porque se costuma retratar a justiça como uma figura de olhos vendados, cega; isto a propósito de um caso que tem dado que falar na Dinamarca.
Um joalheiro, que já por várias vezes tinha sido vítima de assaltos à mão armada, voltou a sê-lo a 16 de Janeiro: três assaltantes entraram na sua loja de pistolas (falsas) em punho. Bateram-lhe e o coitado para se defender sacou de uma arma (para a qual não tinha licença, ok, admitamos) e disparou vários tiros, atingindo dois dos assaltantes, um no braço e um no ombro.
O joalheiro vitimizado foi preso e é acusado de posse ilegal de armas e tentativa de homicídio. Mesmo que seja julgado inocente, corre o risco de ser processado e de ter de pagar uma bruta indemnização aos assaltantes por ele baleados por “sofrimento, perda de rendimentos e perda de aptidão para trabalhar”. Ora quem tem aptidão para trabalhar - e quer trabalhar - não vai assaltar uma ourivesaria! E quem é que está a sofrer mais com isto?!, pergunto eu...
Chamem-lhe “justiça” se quiserem, mas a mim parece-me absurdo, ridículo e injusto!
Às vezes quem me dera que a justiça usasse óculos, e com suficiente graduação…
(foto: Cam B. @flickr.com)

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Olh’ó robô!…
Já aqui expressei várias vezes o meu fascínio pelas tecnologias que tornam o dia a dia mais eficiente – e por vezes também mais simples.
Também já vos contei que de tempos a tempos vou dar sangue.
E calculo que já falte pouco para se juntar o útil ao agradável e se aplicarem as novas tecnologias também a esta área da medicina. Pelo menos a tecnologia necessária já está disponível. O projecto em questão foi desenvolvido em parceria entre uma universidade, um hospital e um instituto tecnológico dinamarqueses e chama-se Roblood: um robô que tira e analisa amostras de sangue e sabe com precisão de onde tirar a amostra de sangue com mais facilidade.
Qualquer dia haverá robôs para tudo nos hospitais, desde operar apêndices a bater nos joelhos com o martelinho dos reflexos a dizer: “deita a língua de fora e diz aaah!”.
Entretanto juntar o útil ao agradável era só uma forma de expressão – a ideia é um pouco assustadora, especialmente depois de ter visto filmes de ficção científica demais...

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

PARABÉNS A VOCÊ!
(uma imagem diz mais do que mil palavras)



- ah: e boa sorte no jogo ”amigável” com o Brasil amanhã!... Dá-lhes uma cabazada..., só para festejar! ;-)

domingo, fevereiro 04, 2007

Com dois pauzinhos
A cultura japonesa tem facetas fascinantes (estranhas, mas fascinantes). Há tempos escrevi sobre aquele sindroma que afecta as mulheres japonesas em casamentos tradicionais, cujos maridos passam à reforma.
Um certo tradicionalismo também se faz sentir no sistema de educação japonês. Talvez não acreditem, mas é a pura verdade, que no liceu de Hisatagakuen, em Nagasaki, a prova de admissão consiste em demonstrar a habilidade do potencial aluno em manusear dois pauzinhos (hashi, como se chamam em japonês). A prova, que é de simulação (ou seja, não uma refeição em si), consiste em mudar berlindes, pérolas, missangas e feijões de um prato para o outro usando somente os pauzinhos como ferramenta.
Quem não passe no teste, não é inscrito no liceu em questão.
Um exemplo impressionante de como às vezes o que realmente conta são as pequenas coisas e não o teorema de Pitágoras.
(fotos: dslrninja @flickr.com e VERYCOOLWINTER @flickr.com)