domingo, dezembro 31, 2006

Passagem de ano
31 de Dezembro. O último dia do ano. Um dia de ponderação e balanço. Um dia que sempre me deixa particularmente nostálgica, em que penso em tudo o que passou e já não volta mais. Mas também um dia de festa e de antecipação.
2006 foi uma autêntica tapeçaria de bons momentos para recordar e menos bons momentos já esquecidos. Foi o ano do Mundial de futebol na Alemanha em que a selecção de todos nós se saiu brilhantemente. O ano em que tive a poucos centímetros do Cristiano Ronaldo e o cumprimentei depois do treino aqui perto de casa. Um ano com incontáveis idas à praia. O ano em que vez a pós vez nos foi comprovado que somos ricos em amizades. O ano em que vi o meu primeiro artigo publicado. O ano em que este blog viu a luz do dia!
Apesar de vários convites de amigos, com o cara metade ainda de muletas, decidimos celebrar a passagem de ano aqui em casa, com um jantarinho romântico. Depois do discurso da rainha às 6 horas da tarde, vai haver muito champanhe, sopa de lagosta, lombos de salmão com batatinhas e molho branco com salsa e a minha sobremesa favorita para a sobremesa. Apartir das 10 horas fogo de artifício ad libitum. E à meia-noite o “Happy New Year” dos Abba da praxe. A essa altura o champanhe normalmente já me subiu à cabeça e vêm-me as lágrimas aos olhos.
BOAS ENTRADAS!!! E até para o ano : )

(fotos: pictux @flickr.com, austenhaines @flickr.com e Hy0517 @flickr.com)

sábado, dezembro 30, 2006

Queres ser famoso?
Quando um ano está prestes a terminar, como agora, é uma altura natural para parar e fazer um balanço do ano que passou e fazer planos para o novo ano; pôr as primeiras marcas num calendário com as folhas ainda por escrever. Há quem comece o ano com grandes planos e intenções, as famosas resoluções de Ano Novo: “este ano vou deixar de fumar”, “este ano vou perder 10 quilos”, “este ano vou melhorar a minha forma física e começar a correr 2 vezes por semana”, ”este ano vou fazer menos horas extraordinárias e passer mais tempo com a família e os amigos”.
Se entretanto o plano que tens para o ano que vem envolve tornar-te famoso, aqui vai um guia comprimido (segundo Max Clifford):
1) Entra num reality show (nunca percebi o nome desse tipo de programa, que de realidades costumam ter pouco…)
2) Entra num concurso de talentos
3) Sai-te pessimamente num concurso de talentos
4) Tem conhecimentos famosos
5) Sai com um VIP
6) Gaba-te do corpo que tens
7) Sai com um membro de uma família real
8) Faz um video caseiro sobre sexo
9) Torna-te um sucesso em MySpace (não sei porém se é com o tal video…)
10) Está no sítio certo na hora certa.
Fácil, não?
Feliz Ano Novo!
(foto: Atypics @flickr.com)

sexta-feira, dezembro 29, 2006

O antes e depois dos catálogos
(aqui só aparece ainda o antes, como é óbvio)
Não sei se já repararam na repentina transição e transformação que se dá com os catálogos de compras dos supermercados depois do Natal. Durante Novembro e Dezembro as páginas estão a abarrotar de lombos de porco, patos de cinco quilos, bolos, guloseimas, nozes, brinquedos, cosméticos e a rara laranja ou tangerina.
Passa-se o Natal (e o Ano Novo em que reina o champanhe), instala-se a má consciência e nos primeiros catálogos de Janeiro, em vez de comezaina vêem-se produtos dietéticos, vitaminas, utensílios para fazer ginástica em casa, sapatilhas, fatos de treino. Está na hora de perder os quilitos ganhos durante o Natal; nem mais – a mensagem publicitária é bem clara.
No entanto bem melhor seria se não passassem meses a tentar o público para um estilo de vida lambuseiro, ganancioso e pouco saudável. Assim aproveitam-se ao máximo primeiro da nossa gula e depois da nossa má consciência.

quinta-feira, dezembro 28, 2006






Creativo ou eficaz
Alguma vez notaram que é raríssimo encontrar pessoas creativas e ao mesmo tempo eficazes e vice versa? Artistas não gostam de ser apressados, de deadlines e homens de negócios, cientistas, etc raramente demonstram talento para a pintura e bricolage. Einstein, que se saiba, não era escultor nos seus tempos livres, e Picasso não criou teoremas.
Recentemente um grupo de cientistas de Toronto, Canadá, parece ter descoberto a razão para esta discrepância: central é o tipo de humor em que se está: bom humor e uma boa gargalhada encorajam a creatividade, mas distraem demasiado em actividades que requerem raciocínio e reflexão sistemáticos. Em contrapartida, pessoas zangadas e/ou sérias têm maior facilidade em resolver problemas complicados que exigem concentração.

Ou seja: jamais serei galardoada com o prémio Nobel da física, mas não faz mal : )
(Claro que para ser consequente e pedagógica e para este post ser uma verdadeira obra de arte teria de ter encontrado uma foto do Picasso com um sorriso de orelha a orelha, mas depois de muita pesquisa não encontrei nem uma; o tipo pelos vistos não era lá muito sorridente, talvez seja a tal famosa excepção que foge à regra...)

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Maravilhas da natureza
(Ainda mais ou menos a propósito de Natal…)
A natureza tem uma versatilidade e capacidade de adaptação extraordinárias. Li há dias sobre partos-virgem, ou seja, partos sem um macho envolvido no processo.

Nestes dias no jardim zoológico de Chester em Londres vai acontecer um desses fenómenos: um dragão de Komodo fêmea chamada Flora vai dar à luz oito crias de que é mãe e pai – pôs os ovos e não havendo um macho na vicinidade, fecundou-os ela própria não se sabe bem como. Outro facto incrível e ainda geneticamente inexplicado é que todas as crias possivelmente virão a ser machos (pelo menos é o que acontece em partos-virgem de outras espécies de répteis), o que assegura a reprodução e variedade da espécie de forma natural na próxima geração.
Estas coisas, mesmo num bicho tão feio, deixam-me de boca aberta, maravilhada.

(foto: Wanto @flickr.com)

terça-feira, dezembro 26, 2006


Prendas de Natal
Então que tal foram as prendas de Natal este ano? Qual foi a favorita? A maior surpresa? A mais divertida? A maior parvoíce? Ou a coisa mais desnecessária?
Eu estou muito satisfeita com as prendas que recebi:
livros, artigos de bijouteria, uma blusa, um jogo de xadrês todo em madeira, o novo dvd do Gato Fedorento, bodylotion, café, um cd, uma jarra de vidro e os melhores episódios do "Allo Allo!" em dvd.
Não recebi prendas parvas nem desnecessárias – porque ninguém se lembrou por exemplo de me comprar um prato falante, mais uma daquelas invenções que o mundo dispensava. Não estou a gozar. Um tipo qualquer, um cientista ucraniano chamado Hryhory Chausokskys (depois de inventar o Cinto Falante, que se queixa se está apertado demais) inventou um prato falante, um dito Smart Plate, que com células sensoras mede o peso da comida posta no prato. E se lhe dá na real gana e acha que pesa demais, diz descaradamente: "já chega!" e "onde está a tua força de vontade?" Mensagens estas que não são nada bem-vindas nesta quadra festiva.
(foto: esq. MARkoP... @flickr.com)

segunda-feira, dezembro 25, 2006

DE COPENHAGA
(e arredores - nestes dias estamos nos arredores dos arredores dos arredores com a família)
DESEJOS DE BOAS FESTAS
E UM FELIZ NATAL! (fotos: aprilwinchell @flickr.com, Certassar @flickr.com)

domingo, dezembro 24, 2006

Noite de Natal
Há várias semanas que tenho vindo a antecipar este dia, ou em particular esta noite, tão cheia de ritos e tradições. Uma das minhas preferidas é a sobremesa à base de arroz, natas, baunilha e amêndoas, servida com molho quente de cerejas (como na foto). Até dispensava o pato e o lombo de porco idem, que só petisco mesmo para fazer companhia aos outros e por apreço às horas e horas que a minha sogra passou a confeccionar a refeição natalícia. Mas para mim a refeição propriamente dita só começa quando vem para a mesa a tigela de cristal cheia de arroz e o jarro com o molho vermelho escuro e aveludado para acompanhar.
E depois: os hinos tradicionais, que se entoam enquanto se dança de roda à volta da árvore de Natal (claro que este ano não vai haver dança para ninguém para o cara-metade ainda de muletas). E entre os hinos abrem-se prendinhas, uma de cada vez, porque é quem desembrulhou uma que depois vai buscar a próxima debaixo da árvore para entregar ao eventual destinatário.
FELIZ NATAL!

sábado, dezembro 23, 2006


A um dia da noite de Natal…
... já queriamos ter decorado a árvore que fomos buscar ontem (devido a uma súbita mudança de planos) e deixámos lá fora ao frio, para que enchesse a sala com o seu cheirinho a bosque e as cores e formas dos ornamentos e enfeites – corações vermelhos, anjos de papel brancos, bolas de vidro, bandeiras de papel, sinos, fitas prateadas, velas finíssimas branquinhas em candelabros próprios aqui e acolá nos ramos e uma estrela no topo, que por pouco não chega ao tecto; mas a tradição dita que é só amanhã
... os últimos cartões de boas festas foram enviados anteontem
... o gløgg (segundo a primeira receita) está pronto
... a minha cabeça funciona como uma autêntica jukebox de hinos natalícios, que dou por mim a cantarolar
... apetece-me ver desenhos animados do Walt Disney
... e mal posso esperar por amanhã, com tudo o que nos reserva de surpresas e tradições.
(foto dir.: wardi @flickr.com)

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Ir buscar a árvore de Natal
(Já de férias!...)
Amanhã é o grande dia de ir buscar a árvore de Natal. Muitas pessoas compram-na nos mercados de rua, mas os meus sogros, que vivem junto a um bosque extenso, preferem uma árvore fresca, acabadinha de cortar. Por isso todos os anos vamos a uma plantação de árvores de Natal (abetos) no meio dos bosques e escolhemos uma árvore que cortamos nós próprios. Todos os anos é o mesmo desafio: não pode ser grande demais (ou não cabe na sala), nem pequena demais, nem torta, nem ter topo duplo (ou em ponto de interrogação, como vimos uma o ano passado), nem ter ramos quebrados ou para o amarelado e tem de ser simétrica. Resultado: temos de dar uma volta completa à plantação, às vezes duas até, para voltar ao ponto de partida, à árvore que topámos logo de início por ser perfeita e que por mim teria escolhido logo à primeira vista se a decisão fosse só minha.
(Foto: Lahnet @ flickr.com)

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Engolir camelos
Há muitos manjares exóticos, que na sua grande maioria dispenso, como já disse aqui anteriormente. E aproveito para acrescentar um à lista: camelo.
E como é que vim a pensar em camelo no âmbito e contexto de produtos alimentares e especialidades exóticas? Mais uma vez fui inspirada por uma notícia que me deixou perplexa, boquiaberta mesmo: um grupe de empregados da Turkish Airlines em Istambul resolveu celebrar o cumprimento de um projecto matando e comendo um camelo, na área do aeroporto de Istambul.
Só me pergunto: como é que alguém é possesso a comer um animal, que pelo seu aspecto e estilo de vida – pelo menos a mim, que nunca provei o “petisco” – só traz associações a coisas secas, desenxabidas e pouco tenras?
Resta dizer que os empregados em questão foram suspensos; por não terem pedido permissão para o fazer...
(foto: Cybjorg @flickr.com)

quarta-feira, dezembro 20, 2006


Eau de Stilton
Oferecer um perfume pode ser arriscado, porque gostar ou não do aroma é bastante individual e subjectivo. Por exemplo eu detesto perfumes à base de ambre e perfumes fortes e carregados que ficam no ar durante horas, como alguns da Givenchy. Prefiro perfumes leves, que me façam lembrar dias de Primavera com uma brisa. De momento o meu preferido é o Woman da Hugo Boss (aviso legal: este post não é patrocinado.)
No entanto há aromas que uma grande maioria consideraria aversivos, por exemplo leite azedo, bolor ou fruta podre. E, pensava eu, queijo... entretanto um grupo de produtores de lactícinios em Inglaterra lançou recentemente um perfume com o nome “Eau de Stilton”, com aroma ao mesmo, ao Stilton, um daqueles queijos com coisinhas verdes e um cheiro semi-bolorento. Só a ideia é repelente, apesar de ser só uma campanha de publicidade ao queijo em questão. Já há perfumes com notas de frutas e especiarias há muitos anos. Mas e se alguém inspirado por este perfume de queijo se lembrasse de explorar os temas alimentares na área da perfumaria e de criar um perfume com cheiro a peixe cru?
(fotos: stephanieontour @flickr.com, Adrian Fitch @flickr.com e niznoz @flickr.com)

terça-feira, dezembro 19, 2006

Matemática
Li há dias uma notícia caricata, que me despertou a atenção: que segundo a agência AFP, a pessoa mais idosa do mundo, a sra. Elizabeth “Lizzy” Bolden (na foto), de 116 anos, tinha falecido recentemente num hospital de Memphis, Tennessee, nos Estados Unidos. Isso em si não é estranho. O caricato foi o que se seguiu na notícia: Que a sra. Bolden tinha deixado 2 filhas, 40 netos, 75 bisnetos, 150 trinetos, 220 quatrinetos e 75 cinquinetos (apartir dos trinetos nem sem se é assim que se intitulam os parentescos). Uma valente família.
Mas como é possível? O meu forte não é propriamente a matemática, mas façam as contas: como é possível a progenitora de dois filhos (neste caso filhas) ter 40 netos? Se tivesse 12 filhas ainda vá... claro que nada impede que cada uma das filhas por exemplo tenha tido gémeos dez vezes, ou um filho por ano entre os vinte e os quarenta anos. Mas coitadas...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Bigorexicos
Já vos contei que vou treinar ao ginásio duas vezes por semana? Requer bastante disciplina e às vezes seria aborrecido (ok, seria aborrecido todas as vezes) se não tivesse companhia. Agora é preciso ter cuidado para não ser contagiada pela doença que pelos vistos afecta muitos dos que frequentam o ginásio, especialmente aqueles que o fazem com maior frequência: a bigorexia.“Bigorexia? O que é isso? Lá estás tu a inventar!...” Passo a explicar: conhecem a anorexia, não é? Aquela doença que afecta particularmente raparigas, que passam fome e treinam exageradamente para perder peso. Ok, a bigorexia é uma espécie de anorexia ao contrário, que afecta particularmente os rapazes: é uma mania doentia de fazer aumentar a massa muscular levantando pesos e por vezes com a ajuda de esteróides.
Da próxima vez que vir o sr. Governador da California, em vez de dizer: “olha o actor com a pronúncia austríaca mais carregada e os maiores biceps do mundo”, passarei a dizer “olha ali está um bigorexico”.
(foto: trehala @flickr.com)

domingo, dezembro 17, 2006

Bolo Rei
Ontem foi o meu grande dia de pasteleira. Como onde vivo não há bolo rei, que aprecio imenso, todos os anos sou levada a confeccionar o meu próprio bolo rei. Durante semanas vou juntando os ingredientes – as nozes, pinhões, as frutas cristalizadas, os figos, o vinho do Porto, e no último fim-de-semana antes do Natal toca a arregaçar as mangas e por mãos à obra. Horas e horas passadas a cortar, a picar, a amassar, a deixar levedar.
Comecei por fazer para nosso consumo, para matar saudades, mas tal caiu no gosto dos dinamarqueses, que de há uns anos para cá comecei também a fazer um para os meus sogros e para oferecer a um ou outro amigo. Este ano devo ter batido o meu próprio recorde: cinco bolos rei.
Já provei uma fatia com um cálice de Porto – e quase me vieram as lágrimas aos olhos. Na minha infância lá em casa não se celebravam Natais, mas o bolo rei não faltava em Dezembro e até 6 de Janeiro, vindo fresco do padeiro, embrulhado em papel manteiga.
São servidos?

sábado, dezembro 16, 2006


Qual poluição?
Vão pensar talvez que vos estou a intrujar ou estou a halucinar, mas o que estou prestes a contar-vos é informação creditada à agência Ritzau: uma firma química britânica acabou de fazer uma descoberta científica fascinante e extremamente útil: impregnando o exterior das casas com dióxido de titânio, os edifícios deixam de estar receptivos a manchas de poluição e até limpam o ar à sua volta; isto porque o dióxido de titânio destroi as particulas de poluição atmosférica vinda dos automóveis. Já que assim é, porque não construir os edifícios em si usando este novo composto químico, esta autêntica criptonite de poluição?
Já agora também era bom se inventassem uma substância qualquer que tivesse o mesmo efeito desintegrador em relação a palavras maliciosas e contundentes, desgostos e traumas.

(fotos: andy & michi @flickr.com, greynotgrey @flickr.com e yhancik @flickr.com)

sexta-feira, dezembro 15, 2006


Árvore de Natal
Sabiam que a maior árvore de Natal do mundo (na foto) se pode ver na cidade medieval italiana de cidade medieval italiana de Gubbio na Umbria? É uma árvore eléctrica gigantesca de 650 metros de comprimento e uma área de 1000 metros quadrados, que consiste de mais de 4000 lâmpadas coloridas que cobrem o Monte Ingino. Uma maneira especial de espalhar o espírito natalício nessa pequena cidade. E se não me engano até entrou para o Guiness.
E com esta pequena curiosidade começa a acelerar cada vez mais a contagem decrescente para a noite de Natal: já só faltam 9 dias!... E só uma semanita para eu entrar de férias - iupiiiiiiii : )

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Oito anos
Há tempos entreti-vos com a minha postura e interesses pouco tipicamente femininos em relação às compras. Voltei a ser confrontada com esse meu lado ao ler uma das minhas queridas sondagens que afirmava, que as mulheres passam em média oito anos. Todos os dias. Vinte e quatro horas por dia a fazer compras dos 18 até aos 81 anos de idade. Dito de outra maneira: todos os anos passam sete dias inteirinhos a comprar roupa, 40,5 horas anuais a comprar sapatos e dia e meio a ver montras.
Se eu for a ver, não passo nem metade do tempo acima descrito nesse tipo de actividade; não tenho paciência e ainda não convidei a minha amiga papel químico, que em tempos me desafiou e está sempre disposta a fazer-me companhia num dia de compras. Mas de qualquer das maneiras, o que me fez pensar foi o seguinte: se é um facto que raramente faço compras para mim, para manter a média deve haver portanto quem não faça outra coisa na vida e que mal tenha tempo para dormir – e para comer, o que até é uma vantagem no manter da linha para poder caber nos tamanhos da Zara...
(Hiromi Kawaguchi @flickr.com)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Passatempo cativante
Pois, a propósito de desportos radicais...
Depois da onda de desportos radicais e destinos de luxo para férias, a última novidade no campo das experiências alternativas de tempos livres, o último grito, digamos, é uma experiência deveras cativante: pela módica quantia de 200 dólares apenas é possível passar a noite no cárcere de S. Petersburgo. O pequeno almoço está incluido no preço, obviamente.
Pessimista como sou, comecei logo a imaginar cenários catastróficos. Imaginem por exemplo depois de uma noite passada atrás das grades num beliche desconfortável e de um pequeno almoço, que se for minimamente realista, consiste de pão e água, uma pessoa chegar chamemos-lhe à recepção para fazer o check out e ser detida pelo guarda de serviço, que não está bem dentro do esquema. “Ah, é turista? Pois, é o que todos dizem. Volte já para a sua cela! E qual telefonema qual carapuça? Chega de drama!...” E isto dito em russo, que soa sempre num tom furioso e ameaçador.
(Kyle K @flickr.com)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Au, au, au, au, au, au!…
Qual é a coisa qual é ela que dá uma queda e soa como uma máquina gemedora? – Au, au, au, au, au, au! Ai, ai, ai, ai, ai, ai!... Mmmmmmmm, mmmmmmmm!... Au, au, au, au, au, au! Ai, ai, ai, ai, ai, ai!... Mmmmmmmm, mmmmmmmm!... (apesar de uma dose cavalar de aspirinas)
É o coitadinho do meu marido que a brincar, a brincar, durante uma partida de squash com o irmão anteontem lhe rebentou o ligamento de Aquiles e teve de ser operado de urgência ontem. Agora três semanas até lhe tirarem os pontos, seis semanas com ligaduras, armação e muletas e dois meses com o pé em ângulo (pior a emenda do que o proverbial soneto). Já para não falar de seis meses sem practicar desportos radicais. E muitos, muitos mimos.
Lembram-se do que eu já disse anteriormente sobre o padecimento dos homens quando estão doentes?... Não estava à espera de ter uma experiência ao vivo tão cedo.
(foto: t5media @flickr.com)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Mãos ao ar – ou mudo de canal?!
As piadas sobre escoceses forretas já estão mais do que gastas. Mas esta nem é piada, nem se trata de evitar puxar os cordões à bolsa... não propriamente... É um caso verídico: um tal de William Dunnachie, escocês de 38 anos, tentou assaltar à mão armada uma tasca chinesa em Stirling usando o controle remoto (sim, um controle remoto normalíssimo) como arma. Dunnachie ameaçou dar um tiro à dona, a sra. Wong, se não se prestasse imediatamente a entregar-lhe as receitas (monetárias, é claro) do dia. Obviamente que a sra. Wong não tinha nascido ontem, não foi na conversa e recusou-se a obedecer à ameaça. Em vez disso chamou a polícia, que mais tarde apreendeu o assaltante ainda com a arma do crime na mão.
Quem é que precisa de piadas sobre escoceses, quando as realidades a que nos sujeitam são bem mais hilariantes?

domingo, dezembro 10, 2006

Que palhaçada
Aviso legal: isto não é um sketch do Gato Fedorento ou dos Monty Python!
No fim de Agosto expuz aqui a minha falta de apreço pelo circo em geral e os palhaços em particular. Mal me passava pela cabeça, que se tratava de uma classe organizada e sindicalizada e educada ao mais alto nível. Vim por acaso a descobrir nomeadamente que há tempos se realizou na cidade do México o 1congresso mundial de palhaços com 700 participantes. E não é preciso muita fantasia para imaginar que tipo de actividades proporcionava o dito congresso: competições entre quem estava melhor caracterizado, de drama e de fazer animais com balões. (NB: clica onde diz 11º congresso e vê o que acontece...)
Também foi anunciado durante o congresso, que a primeira escola de palhaços do México vem a caminho e que vai ter estatuto de instituto de ensino oficial.

Qual serão os critérios para se ter acesso? Falta de sentido de humor apurado? O dom de exagerar a pronúncia de certas sílabas (e semprrrre àsh meshmàsh shíííílàbàsh)? Ou a predilecção por flores que esguicham água e tartes de chantilly como decoração na cara de outrém?

sábado, dezembro 09, 2006

Estilos de vida (ou talvez mais sinais de não ser adulta)
Ontem foi a minha última festa de Natal do emprego. Desta vez foi numa casa particular. O jantar foi óptimo – cada um levava um prato para o bufete. E o convívio divertido com muita conversa animada, boa música e alguns jogos.
O meu marido foi-me lá levar para eu não ter de ir para cascos de rolha com tempo de chuva. E antes de nos despedirmos, instruiu-me para que lhe ligasse ou apanhasse um táxi se se fizesse tarde.
Claro que se fez tarde; só cheguei a casa lá para as duas e picos da matina. Entretanto tive a sorte de ter boleia grande parte do caminho, porque se há coisas em que evito gastar dinheiro é em bandeiradas de táxi. Geralmente não sou nada forreta, nem tenho muito apego ao dinheiro (nem ele a mim); mas não consigo pagar de boa vontade o que me custaria um décimo, se optasse por apanhar o Metro (que anda toda a noite durante o fim-de-semana) ou os autocarros nocturnos. Nem fazer compras no 7 Eleven. Nem jogar no Totoloto ou Totobola. Nem comprar a Lotaria.
E não queria estar a chatear quem dorme a horas impróprias.
Foi relativamente simples chegar a casa.

(fotos: Ricardo (Kadinho) Villela @flickr.com e potatoknish @flickr.com)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

As mulheres e a idade
Toda a gente sabe que uma pessoa por uma questão de delicadeza e educação não pergunta a idade a uma mulher. E que muitas mulheres por vergonha ou vaidade apartir de uma certa altura começam a mentir sobre a idade que têm. Conhecia por exemplo uma moça que até me convidou para o seu 30º aniversário, apesar de toda a gente saber que ela já ia pelo menos nos 34.
Às vezes esta tendência chega a extremos ridículos e as operações plásticas ajudam a manter ilusões. Lembram-se do Sylvester Stallone, que se tornou conhecido nos anos 80 desempenhando os papéis de Rocky Balboa e de Rambo? Ora bem, segundo as más-línguas a mãe dele, Jacqueline (nas fotos), tem-se esforçado ao máximo para esconder a idade que tem e agora afirma ter 61 anos – ou seja, supostamente será apenas um ano mais velha do que o filho.
Apesar dos avanços no campo das operações plásticas e da medicina em geral, que eu saiba ainda não se fazem milagres...

quinta-feira, dezembro 07, 2006


Dás-me náusea!
O campo das doenças psicosomáticas é deveras fascinante. No tempo de Freud eram comuns as conversões histéricas, em que pessoas (na sua maioria mulheres) completamente sãs fisicamente por motivos psicológicos desenvolviam sintomas por exemplo de paralesia ou cegueira; uma maneira bem visível e socialmente aceitável do inconsciente dar a entender :”não estou bem, pá”. Entretanto com a maior liberação das mulheres nos séculos 19 e 20, estes casos tornaram-se cada vez mais raros no mundo ocidental.
No Japão, porém, a situação é aparentemente outra: ainda há muitas donas de casa com maridos extremamente trabalhadores, de que são finaceiramente dependentes e que passam a maior parte do tempo no emprego. Quando os maridos vão para a reforma e começam a passar mais tempo em casa, 60% das mulheres japonesas desenvolvem RHS, Retired Husband Syndrome, que consiste em reacções alérgicas, dores de barriga agudas, úlceras gástricas, náusea, asma, tensão arterial elevada e depressões.
Eis uma doença sui generis, que possivelmente não existe em mais parte nenhuma do mundo, o produto de uma sociedade em que a disparidade entre os sexos ainda é enorme, e que leva expressões como “tu dás-me dores de cabeça” e “fazes-me cabelos brancos” a outro nível.
(foto: Danz in Tokyo @flickr.com)

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Gløgg
Uma das tradições natalícias mais deliciosas e que mais aprecio é beber gløgg, aquela bebida quente à base de vinho tinto e especiarias de que já vos falei e que aquece o corpo e a alma de uma forma especial nas noites frias de Dezembro.
Pode-se comprar no supermercado um extracto de melaço, água e especiarias prontinho a juntar ao vinho, mas este ano gostava de fazer o meu próprio extracto, o que nunca experimentei anteriormente.
*
Estou porém indecisa entre seguir a receita clássica:
(1 garrafa de vinho tinto
1 pauzinho de canela
2 cardamomos inteiros
½ limão
85 g açúcar
2 laranjas
12 cravinhos inteiros
100 g passas
100 g amêndoas
Deite o vinho numa panela e junte a canela e o cardamomo num saquinho de gaze. Aqueça sem deixar ferver, apague o lume e deixe descansar 5 min. Junte o açúcar, o sumo de limão e tiras finas da casca do limão. Espete os cravinhos nas laranjas e ponha-las num recipiente aquecido com as passas e as amêndoas peladas inteiras. Deite o vinho quente por cima e sirva em pequenos copos de vidro).
*
Ou seguir uma das receitas com vinho do porto, para fazer justiça à pátria:
(60 g passas
40 g amêndoas peladas e aos pedaços
3 dl vinho do porto
1 c. (sopa) sumo de limão
1 dl sumo de laranja
1 garrafa de vinho tinto
4 c. (sopa) açúcar
½ c. (chá) açúcar de baunilha
canela em pó q.b.
2 c. (sopa) licor de laranja ou brandy.
Misture as passas, amêndoas, vinho do porto, sumo de limão e de laranja num recipiente tapado e deixe à temperatura ambiente durante 3 horas. Aqueça o vinho tinto em lume baixo e misture o açúcar enquanto mexe. Junte o açúcar de baunilha e a canela, tire o vinho do calor e misture com o extracto à base de vinho do porto. Deixe descansar durante 10 minutos. Junte o brandy ou licor de laranja e sirva em pequenos copos de vidro).
*
Ou se experimente uma receita mais ousada e para o forte:
(100 g mel de urze
2 pauzinhos de canela
2 pedaços de gengibre seco
2 cardemomos
1 c. (sopa) de bagas secas
1 c. (sopa) cascas de laranja secas
noz moscada e pimenta q.b.
2 dl água
1 garrafa de vinho tinto
3 dl aguardente
2 dl vinho da Madeira
passas
amêndoas peladas e aos pedaços
O método de fabricação é semelhante aos já descritos. E já sabem como se serve - em pequenos copos de vidro).
*
O que acham?

(foto: madsmobblog @ flickr.com)

terça-feira, dezembro 05, 2006

Bagagem
Durante os últimos meses tem-se tornado cada vez mais difícil fazer as malas para ir de viagem, já que por motivos de segurança se torna cada vez mais restrito o que se pode levar por exemplo como bagagem de mão.
As novas regras internacionais parecem entretanto não ter ainda chegado às Filipinas: há dias no aeroporto Ninoy Aquino em Manila os funcionários de alfândega apanharam uma senhora surpresa, quando abriram as malas de um indivíduo filipino e se depararam com três crocodilos vivinhos da costa, que tinham sido trazidos do Cambodja, a pretexto de serem peixes.
Como terá conseguido enfiar três crocodilos nas malas? Terá recorrido a sedativos?
E o que é uma embalagem de champô de 250 ml ao lado de um crocodilo, ou dois, ou três no que diz respeito à potencial ameaça terrorista?

Já tinha ouvido falar de malas de crocodilo, mas crocodilos nas malas é outra coisa completamente diferente...
(foto: Andre Boffin @flickr.com)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

É melhor pagares o que deves de IRS, amor
A repartição de impostos da província de Patna, na India, arranjou um método creativo e extremamente eficaz (e imagino que tremendamente doloroso) contra quem tente fugir ao fisco. Têm equipas de eunucos (homens castrados e efiminados), que se põem à porta dos devedores a entoar hinos em alta voz sobre a falta de pagamento de impostos. Esta iniciativa tem sido um sucesso, segundo fontes oficiais. A maioria promete pagar o que deve para evitar a vergonha e os olhares escrutinizadores dos vizinhos.
Os eunucos recebem 4% dos dividendos angariados desta forma.
Pelos vistos quando há dinheiro à mistura valem todos os truques...
(Foto: alights @flickr.com)

domingo, dezembro 03, 2006

Robin dos Bosques
Os ingleses são conhecidos por terem orgulho dos seus heróis legendários. Um dos mais celebrados de todos os tempos é sem dúvida o Robin dos Bosques. Talvez inspirados nesse personagem, que passava a vida a tirar aos ricos para dar aos pobres, três ingleses tentaram recentemente uma façanha semelhante: no Washington Square Park (nas fotos) em Manhattan, Nova Iorque, trajados de verde, atiraram 4000 dólares ao ar, anunciando previamente o evento com as seguintes palavras: “Aquilo que verão daqui a instantes vai surpreender-vos. Nós somo malucos ingleses!” Eles não estavam nada à espera dos tumultos que se seguiram, quando os americanos se espezinharam uns aos outros, inclusive crianças, para apanhar as notas verdinhas. Numa questão de minutos, o parque tornou-se uma arena de luta livre. O mais grotesco é que a intenção deste evento tinha sido encorajar as pessoas a tornar-se mais amáveis e cordiais umas para as outras e a dar algo em retorno. Ooops....
(fotos: wallyg @flickr.com e amykatherine @flickr.com)