quarta-feira, maio 30, 2007

Assistência amorosa
Depois do casamento super-romântico de há dias, voltei ao mundo real quando me deparei com outra maneira completamente diferente – e a meu ver mais prosaica – de encontrar o amor: um californiano de 29 anos, cansado de passar horas no datingsite “Match.com”, resolveu, segundo a Mercury News, apostar no outsourcing da sua vida amorosa; pôs um anúncio na internet em que procurava assistentes pessoais para desempenhar a tarefa de lhe encontrar potenciais namoradas e agora tem uma equipa de assistentes espalhada pela India, Filipinas, Jamaica e Estados Unidos. Para além de procurarem e contactarem as tais potenciais namoradas, tratam da troca de fotografias e números de telefone e planejam os encontros amorosos por ele. Francamente só não vão ao encontro por ele... que eu saiba...
É verdade que a vida é curta, mas não é tão curta assim!...

terça-feira, maio 29, 2007

Partida
Se partir, ir de viagem para um país distante é uma experiência estranha, que requer o habituar-se a novas paisagens, localidades, costumes, clima, sabores, cheiros e tonalidades linguísticas, apesar de adorar a minha casa e de sentir falta dela quando lá não estou, regressar a casa depois de umas férias também exige bastante.
Hoje vou ter de dizer adeus a fazer parte de uma maneira mais presente e real da vida de familiares e amigos até à próxima. Ao Verão já mais avançado do que onde vivo. À liberdade a que me posso dar ao direito e ao luxo quando o trabalho pode ser posto completamente em parenteses. À minha fruta preferida – morangos e cerejas – já em época no sul da Europa.
Amanhã já vou trabalhar outra vez e ainda terei de esperar mais um mês para ver morangos devidamente maduros lá para as minhas bandas.
Até à próxima, Lisboa! Até à próxima, Sintra! Até à próxima pessoal! Gostei mesmo muito de estar convosco.
(fotos: felber @flickr.com)

segunda-feira, maio 28, 2007

Tipos
Adoro observar pessoas. Estar sentada numa esplanada ou num banco de jardim durante horas a topar os transeuntes. E tentar adivinhar que tipo são pelo seu andar, roupa e aparente atitude – a bonitona que quer ser vista e está habituada receber atenção por onde quer que passe; a criativa que costura a sua própria roupa e gosta de escrever poemas, pintar, fazer macramé, estar com os amigos e só compra produtos ecológicos; o tipo solteiro de negócios que tem sucesso em tudo em que toca e gosta de ir para a farra com os amigos ainda solteiros no seu Porsche todos os fins-de-semana; o casalsinho de namorados de liceu que não se deixam nem um momento e trocam olhares cúmplices de cinco em cinco minutos e a velhota que não os vê com bons olhos; o catraio reguila e a mãe desesperada que já não sabe o que fazer para o manter sob controlo; a rapariga distraída e envergonhada, absorvida pela música nos fones, que de certeza é a melhor aluna da turma; o adolescente com a roupa do último grito da moda juvenil da cabeça aos pés, incluindo a roupa interior que sobressai de debaixo das calças de ganga justas de cintura baixíssima , e que toca viola numa banda nos tempos livres.

Isto se houvesse tipos. Mas a realidade tem bem mais matizes.
(foto: evissa @flickr.com)

domingo, maio 27, 2007


Pós-casamento
Não costumo ser fã de casamentos. São dias longos, come-se muito, bebe-se mais e pouco se conversa.
Mas ontem, como sabem, fomos a um casamento. Que em todos os aspectos superou as minhas expectativas: foi romantiquíssimo! E uma mistura interessante de tradições portuguesas e dinamarquesas, que todos os convidados levaram a bem. E, ao contrário de outros casamentos em que costumo ficar sentada ao lado de pessoas estranhas com quem é impossível entrar em diálogo, desta vez sentaram-me junto de um velho conhecido dos tempos de liceu, o que deu pano para mangas em termos de conversa e matar saudades.
A comida foi excelente. A música – basicamente só dos anos 70 e 80 – foi igualmente impecável e deu para dar um bom pé de dança.
(fotos: garthimage @flickr.com e Lemon2 @flickr.com)

sábado, maio 26, 2007

Casamento
Hoje vamos ao casamento de um casal amigo em Sintra.
Se já o noivado foi tremendamente romântico – num restaurante em Roma, música ambiente escolhida a dedo, rosas vermelhas e um pedido de casamento de joelhos – as minhas expectativas para a cerimónia de hoje são enormes, já pela localidade em si; e por ser um dos casais mais românticos e apaixonados que conheço.
Dois temperamentos e personalidades que se complementam perfeitamente – ele Viking dinamarquês, ela Latina com L maiúsculo.
As voltas que o mundo dá!…
Parabéns e felicidades aos noivos!

sexta-feira, maio 25, 2007

Ida a Sintra
Ontem fomos até Sintra – um dos meus lugares favoritos. Aproveitámos o calor para ir passear, respirar a sua atmosfera cheia de história e recantos pitorescos. E tomar uma bica acompanhado de um belo “travesseiro” e de uma queijada na pastelaria Piriquita. Soube tão bem!
E, por coincidência, démos de caras com os futuros noivos lá. Nada nervosos, nada stressados. A gozar a vida. Como nós.

(fotos: Arnaldo (Interata) @flickr.com, javier almarza @flickr.com, passiflora @flickr.com, van nessy @flickr.com e Emmett Unlimetted @flickr.com)

quinta-feira, maio 24, 2007

As melhores prendas
Eu adoro dar prendas e não gosto menos de as receber. Fico entusiasmada com o secretismo de uma coisa e de outra e com as intenções e pensamentos nelas investidos.
Se sou eu a dá-las ando que tempos a maquinar o que seria a prenda perfeita e o momento chave para a ofertar, a ocultar o que me lembrava ter-me sido mencionado como um desejo ardente num momento de desprendimento e distracção. E começo a imaginar as reacções de quem as irá desembrulhar em certo dia a certa hora.
Se sou a receptora sinto-me como uma criança na noite de Natal; fico comovida pela surpresa, por ter sido pensado em mim. “Isto é para mim? O que será? Eu não fiz uma lista a expôr desejos…”
A melhor prenda que me podem dar é a oportunidade de matar saudades com amigos de longa data, o que fizémos ontem até às tantas da noite. A descontracção, o pôr da conversa em dia, o partilhar de novidades, o à-vontade da refeição muito pouco solene e da isenção de cerimónias, a promessa de um novo encontro antes de partirmos para terras longínquas.
Ontem foi-me proporcionada uma dessas prendas.
E não só: também me foram oferecidas duas borboletas lindíssimas de origami (nas fotos), carregadas de simbolismo, feitas pela minha amiga mais querida e mais criativa, artisticamente dotada e versátil. Fê-las a pensar em mim. Muito obrigada! : )
(fotos: papel químico @flickr.com)

quarta-feira, maio 23, 2007

Hábitos telemóveis – 3
Se os telemóveis têm muitas vantagens, a sua maior desvantagem é, a meu ver, ter –se criado uma falta de reserva ou recato em relação às conversas que se têm em público. Não é por exemplo raro ouvir autênticas “lavagens de roupa suja” ou conversas íntimas amorosas de e entre estranhos em qualquer sítio em que se esteja. Pessoalmente acho-o desagradável, é como ser-se refém, testemunha involuntária da vida privada de outrém.
Lembrei-me outra vez disto quando há dias, estando eu a aproveitar o solzinho na minha varanda no segundo andar, de repente ouvi um toque polifónico vindo do passeio mesmo por baixo. Seguido de uma voz feminina num tom muito irado e acusatório a descompôr o que supus ser o pai do seu filho, este no carrinho de bebé, por não se interessar mais pelo filho. E por a avó paterna também não lhe ligar nenhuma bla bla bla etc. e tal e “estou mais do que farta disto bla bla bla”.
Ainda pensei em levantar-me, ir até ao parapeito da varanda e fazer-lhe entender que talvez fosse melhor ideia ir conversar para outro sítio sem público. Mas tal era a sua fúria que nem me atrevi, não me fosse ela dar uma fisgada.
Com tanto sítio por onde parar para atender uma chamada daquele calibre, porque é que teve logo de ficar ali debaixo da minha varanda?!...
(foto: edEx @flickr.com)

terça-feira, maio 22, 2007

Hábitos telemóveis - 2
Ainda bem a propósito do tema do post de ontem, li recentemente num estudo, que conversar e comunicar desenvolve o cérebro; e que o facto de – com os telemóveis, mail e messenger – cada vez usarmos mais tempo a falar ao telefone e a escrever mensagens tem contribuido para o imenso desenvolvimento dos centros cerebrais ligados à linguagem nos últimos anos.
“Mas não será demasiado?”, peguntam algumas pessoas, “Não será necessário termos algum tempo em que não estamos em comunicação com ninguém?” Segundo cientistas: pelos vistos não, desde que não usemos estes diferentes meios de comunicação ao mesmo tempo, abusando assim da nossa capacidade cerebral.
Aliás, antes pelo contrário, a tendência de comunicar tanto traz a vantagem de se estabelecerem diversos tipos de contactos sociais, o que por sua vez previne a isolação e alienação social que seria um potencial risco do estilo de vida stressado dos nossos tempos.

segunda-feira, maio 21, 2007

Hábitos telemóveis
Quando os telemóveis começaram a tornar-se populares em meados dos anos 90, lembro-me de termos a minha irmã de férias connosco e que ela, desde sempre uma brilhante desenhadora, fez uma ou duas caricaturas de imaginárias situações envolvendo telemóveis: um homem sentado num banco de jardim, entre duas cabines telefónicas, e prestes a levar com uma cagadela de pombo em cima, a falar ao telemóvel; e noutra um homem a urinar atrás de um arbusto e a falar ao telemóvel.
Pelos vistos as caricaturas ganharam vida – pelo menos na Noruega, onde segundo um estudo recente levado a cabo por uma companhia telefónica três em cada dez noruegueses não pensam duas vezes antes de atender o telemóvel enquanto estão sentados na casa de banho; seis em cada dez falam ao telemóvel enquanto que na companhia de família e amigos e cinco em cada dez enquanto estão num café ou restaurante.
Falta de boas maneiras? Sinal de stress e falta de tempo? Ou da ideia de que temos de ser indispensáveis vinte e quatro horas por dia? O que acham?
(foto: - Ooops – de: jeremy.plemon @flickr.com)

domingo, maio 20, 2007

Sardinhada
Ontem, aproveitando o bom tempo e o vagar, fizémos uma sardinhada.
Não há nada tão português e tão estival como uma bela dose de sardinhas assadas na brasa, no pão - que tem de ser do de Mafra - comidas ao ar livre em boa companhia e acompanhadas de salada com pimentos assados e bom vinho. E para a sobremesa morangos madurinhos a saber a sol. Não preciso de mais nada para saborear um momento de felicidade e nostalgia incomparáveis.
Se já lá não fossem, até perguntaria se são servidos…

(fotos de: estradasperdidas.blogspot.com/2006_06_01_arch...)

sábado, maio 19, 2007

Reciclagem
Felizmente tenho uma saúde de ferro, o que faz com que muito raramente vá ao médico. Mas há dias tive de passar pelo seu consultório para fazer umas análises à urina. Levei uma amostra numa embalagem fechada e nem sequer vi a minha médica, já que esse tipo de tarefas pelos vistos compete à secretária desempenhar.
Enquanto esperávamos pelo resultado, descobri por acaso mais uma das peculiaridades humanas. Isto porque ela de repente se virou para mim e me perguntou:
- ela: “deseja levar a embalagem para casa?”
- eu: “claro que de preferência não, obrigada.”
Silêncio.
E enquanto eu pensava no bizarro da questão que me tinha posto, a secretária acrescentou:
- ela: “sabe, é que algumas pessoas insistem em levar a embalagem para casa.”
- eu: “ai sim?... E para que efeito?”
- ela: “sei lá, lavam-na e esterilizam-na para uso futuro.”
- eu: “?!...”
Um caso de reciclagem levado ao extremo?...
(foto: Doug One shot @flickr.com)

sexta-feira, maio 18, 2007

Cerveja científica
Nunca fui grande apreciadora de cerveja, mas uma vez por outra, sob condições ideais (um dia de muito calor na companhia de bons amigos num começo de fim-de-semana), até a mim me sabe bem uma cervejinha bem fresca.
Como a não grande apreciadora que sou, não me posso gabar de saber muito sobre cerveja: qual é a diferença entre uma ou outra marca, um ou outro tipo, ou um ou outro método de fabrico. Mas confesso que fiquei surpreendida ao ler há dias que as bolhinhas da cerveja seguem uma fórmula matemática e que é possível predizer como se desenvolverá a espuma na cerveja usando a famosa fórmula, que foi recentemente descoberta por dois cientistas americanos. Estes reivindicam que a fórmula em questão tem mais aplicações do que servir uma imperial perfeita.
Entretanto eu só me pergunto:
1) Quais outras aplicações?
2) O que lhes deu para pesquisar sobre a espuma da cerveja? E
3) Quantas cervejas teriam já bebido quando lhes deu a “inspiração”? : )
Bom fim-de-semana!
(foto: bitzi @flickr.com)

quinta-feira, maio 17, 2007

Partida
Já temos as malas feitas, levando em conta as novas e malfadadas regras anti-terroristas europeias sobre embalagens de líquidos. Como de costume antes de uma grande viagem quase que não preguei olho esta noite de excitada que estava.

Daqui a meras horas embarcaremos num voo da TAP com destino a Lisboa. Há anos e anos que não voamos com a TAP, que normalmente tem os preços mais elevados do mercado, mas de momento é a única companhia aérea com voos directos de Copenhaga até Lisboa. Sendo assim até nem me importo de ir pela TAP: não sei se sabem que é possivelmente uma das companhias aéreas europeias com o melhor serviço de bordo. Não me venham com a SAS, a British Airways, a Sterling ou a Alitalia: considero as hospedeiras portuguesas as mais simpáticas e prestáveis e as refeições a bordo fazem mesmo lembrar refeições em miniatura em relação à “zurrapa” que servem a bordo nas outras.
Vamos ao tal casamento mais para o fim do mês e aproveitámos para tirar uns dias para estar com a família e os amigos em Portugal.
Vou levar a sacola, mas não prometo postar todos os dias; mas logo se vê… senão: até ao nosso regresso.

quarta-feira, maio 16, 2007

Primavera
Sei que é Primavera, porque apesar de o despertador só tocar às 6:05, todas as manhãs sou acordada às 4 e tal da matina pela algazarra do chilrear da passarada, que, ao primeiro ligeiro sinal de sol, evidentemente está desperta e pronta a começar o dia mais cedo do que toda a gente.
Não sei como o conseguem, pois a essa hora é-me impossível a mim mobilizar tanta genica.
Claro que se alguém os acordasse com uma assobiada infernal qualquer antes do toque do seu relógio biológico, talvez não demonstrassem tanta energia como é o caso...
(foto das faias em Maio: tidseline @flickr.com)

terça-feira, maio 15, 2007

Voo cego
Lembram-se de eu em tempos ter referido uma notícia “estapafúrdia” sobre um cego que tinha conduzido um automóvel através das ruas de uma cidadezinha com a instrução preciosa do seu amigo sem problemas no campo da visão? Um projecto arrojado, não diriam?
E se eu vos contasse que um invisual britânico, Miles Hilton-Barber, recentemente pilotou um avião numa viagem de 21.000 quilómetros, de Londres a Sydney, com a ajuda de um co-piloto que via? É verdade, segundo a Ritzau e segundo o que dizem foi a viagem dos seus sonhos.Mas o que dirá o co-piloto (o dos óculos escuros na foto) sobre a experiência? Aterradora talvez? Uma loucura momentânea de que se arrepende? Ou um verdadeiro desafio de vida ou morte, que não dispensaria e voltaria a repetir se tivesse oportunidade ou fosse necessário?
E será que este voo “virgem” no seu género abrirá precedentes para os deficientes invisuais no campo da aeronáutica no futuro?
Só sei uma coisa com toda a certeza: quem não se tinha metido naquele avião era eu!...

segunda-feira, maio 14, 2007

Chinesices
E por falar em turistas…
... com os Jogos Olímpicos de 2008 quase à porta, a anfitriã, a China, já começou os preparativos para o grande evento. Imagino que envolva a construção de intra-estruturas e muita, muita logística. Man um dos maiores desafios, com o intuito de dar uma boa imagem do país aos visitantes estrangeiros durante os Jogos Olímpicos, tem pelos vistos sido educar os turistas nacionais, que ainda são a maioria dos turistas na China.
Um estudo levado a cabo pelo comité apontado pelo governo chinês no ano passado revelou nomeadamente que muitos chineses não respeitam as regras mais elementares de conduta social aceitável: não respeitam por exemplo o seu lugar nas filas mas passam à frente, deitam lixo na rua, cospem para o chão e têm tendência de fazer aquele ruído extremamente nojento que precede as escarretas, e para o qual não conheço o termo técnico, extremamente alto. E tudo isto dá mau aspecto.
E como não é necessariamente uma tarefa policial, quem ficou com a responsabilidade de educar os turistas chineses foram as agências de viagens e guias turísticos, que de um dia para o outro se tornaram bastante impopulares aos olhos de quem por eles já foi admoestado sobre boas maneiras.
Pode-se dizer muito sobre a China, mas acho que esta foi uma excelente iniciativa, que poderia inspirar os demais...

domingo, maio 13, 2007

Hobbies mórbidos
Quem goste de viajar e de acompanhar sempre o último grito em termos de destinos turísticos de alta popularidade, o que está a dar de momento é visitar túmulos de gente famosa ou lugares associados a grandes catástrofes. Como a campa da recentemente defunta Anna Nicole Smith, que em poucos meses já teve mais visitas do que muitos museus e monumentos em anos. Ou a campa da princesa Diana. Ou o “Ground Zero” (na foto) em Nova Iorque, localidade do antigo World Trade Center, hoje monumento à morte trágica de milhares de americanos no ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001.
Dizem que é uma forma de terapia, de “exorcitar” sentimentos, mas a mim parece-me tratar-se mais de uma busca ao sensacionalismo.
Como os escoceses são peritos em fazer dinheiro, na universidade de Glasgow até já há uma cadeira na área de Turismo e Viagens que abrange “turismo de morte”, como se chama este novo tipo de turismo de interesse mórbido.
É estranho, não é?
Já para não falar no facto de que nem na morte os coitados dos célebres são deixados em paz...

sábado, maio 12, 2007


Festival da Eurovisão
Hoje à noite, como já se tornou tradição, vamos ver o Festival da Eurovisão da Canção com os meus cunhados. A música deixa muito a desejar, as votações não são nada objectivas e as fatiotas das mulheres dos países de leste são cada vez mais vergonhosamente invisíveis.
Mas apesar de tudo não consigo deixar de achar engraçada a atmosfera internacional que se cria durante num acontecimento deste género e que reune a Europa e os europeus bem mais do que a política europeia.
Gosto de ver os pequenos vídeos que precedem as canções e apresentam diferentes facetas do país anfitrião (desta vez a Finlândia, que saiu vencedora no ano passado com uma banda de monstros a “cantar” heavy metal” – diz tudo sobre a qualidade, mas enfim...); de seguir as pontuações e ano após ano constatar que os maiores pontos estão reservados para os países vizinhos – excepto no caso de Espanha, que marca sempre o ponto para com Portugal, mas fá-lo dando somente uma mísera “esmola” (”obrigadíssima”, país “hermano”...); de ouvir os júris (“Nicosia calling...”) e o par anfitrião a dar uns toques de inglês e francês: “la Suède huit points, Sweden eight points. Le Royame-Uni...”. Não há mais nada tão gratificante na programação do ano inteiro - ok, excepto os jogos do Cristiano Ronaldo... ; )
Espero que, contra o que já se tornou hábito nos últimos anos, não ganhe uma europeia de leste qualquer que se esqueceu de metade da minia-saia em casa...
(fotos: Glen Webb e Alain Duit @eurovision.tv)

sexta-feira, maio 11, 2007

Mimos e luxos
Daqui a quinze dias vamos ao casamento de uns amigos. Uma ocasião que exige que me aperalte e aprume o melhor possível, o que, para além da roupa, incluirá uma ida cabeleireira esta tarde. Já vos entretive várias vezes com os meus eternos dilemas e ambivalências neste particular tipo de situação. Mas hoje por acaso estou calma e serena e até estou desejosa de me deixar mimar pela minha cabeleireira tagarela. Já sei que me vai trazer chá, fruta e revistas, que me vai perguntar pelas últimas férias e as próximas férias e que vai levar o seu tempo a lavar, cortar, colorar, tratar, massajar, alisar, secar, enquanto que eu me perco, me deixo embalar pelas palavras e pela música de fundo - Justin Timberlake, Dixie Chics, Robbie Williams ou o que toque nos tops actualmente - e só penso em coisas triviais como penteados, que produtos é que vou comprar para o cabelo e o programa para o fim-de-semana.
Desta vez, por ser para uma ocasião especial, talvez peça até que me faça uma manicura.

quinta-feira, maio 10, 2007

Diagnóstico moderno
Muitos diagnósticos são de modas: no tempo de Freud a histeria era comum, particularmente nas mulheres, enquanto que hoje raramente se vê no mundo ocidental. Até aos anos 80 várias perversões sexuais, agora plenamente aceites pela maioria, eram diagnósticos psiquiátricos que exigiam tratamentos intensivos. Hoje em dia fala-se mais de distúrbios de personalidade ou ligados à alimentação como a anorexia e a bulimia nervosas.

E o avanço tecnológico também tem contribuido com um ou outro diagnóstico de interesse, como o “mailoolismo”, uma maleita que afecta quem não consegue evitar ver os mails relacionados com trabalho nos tempos livres.
Como um diagnóstico em si é sem interesse, se não houver ao mesmo tempo uma cura eficaz – como a psicoanálise para os histéricos no tempo de Freud ou a terapia cognitiva para a depressão e ansiedade – a psicóloga americana Marsha Egan também já criou uma cura para ajudar os mais incorrígíveis “mailoólicos” a perder o vício.
Se tem bons resultados não sei. Mas desculpem-me por ter de ficar por aqui – acabei de receber um sms...
(foto: Scott Ableman @flickr.com)

quarta-feira, maio 09, 2007

Modernices – 2
Das primeiras vezes que assisti a palestras em PowerPoint fiquei fascinada com a qualidade dos slides em relação a outros meios de divulgação até então em voga. Desde essa altura que o primeiro entusiasmo deu lugar a uma visão mais realista das coisas, depois de n vezes ter presenciado problemas técnicos diversos e o desespero de várias pessoas formadas perante a má vontade dos aparelhos.
Para complementar isso, um grupo de cientistas da South Wales University documentou (sem dúvida em PowerPoint) recentemente, que palestras em PowerPoint distraem mais do que auxiliam a aprendizagem. Isto porque aparentemente são aborrecidas e há uma tendência geral de dizer exactamente o mesmo que está no slide, abusando assim da capacidade de concentração e memória.
Sendo assim, não devo ter aprendido quase nada de novo durante os últimos 2-3 anos... hmmm... nem eu, nem ninguém com um certo nível académico... Preocupante, não?

terça-feira, maio 08, 2007

Modernices – 1
Como se não bastasse haver projectos de substituir os empregados dos serviços de saúde e de bares por robôs num futuro próximo, já há quem fale em mandar os juízes pelo mesmo caminho e pôr computadores a desempenhar a sua função. Afinal de contas a lei é a lei, A leva a B e decisões jurídicas anteriores podem ser facilmente generalizadas de forma automática e mecânica.
Este sistema já é utilizado na China (onde o sistema judicial, a meu ver, é... nem tenho palavras para o descrever...) e os seus apologistas defendem que é uma maneira eficaz de eliminar a simpatia e compaixão humanas dos tribunais.
Valha-nos Deus se assim fôr!...
(cartoon: Mark Parisi @off the mark.com)

segunda-feira, maio 07, 2007


Apesar dos momentos de puro terror, em que, com o susto, saltei vários palmos acima da poltrona, achei o filme super-fixe e com efeitos especiais giros! Recomendo-o - a adultos de coração forte : )

O Homem-Aranha
Hoje à noite vamos ao cinema. Ofereceram-nos bilhetes para o terceiro filme na trilogia do Homem-Aranha, que estreou há dias (se, contra todas as expectativas, fizerem um quarto é que vai ser lixado... o que se chama a quatro filmes sobre o mesmo tema? Quadrilogia?). Neste, segundo li, o nosso super-herói encontra e tem de confrontar o seu lado encoberto e sombrio e, como sempre, de lutar contra diversos super-vilões.
Para os fãs do Homem-Aranha e os amantes da ficção, talvez seja de interesse que um grupo de cientistas italianos da Universidade de Torino está bem próximo de finalizar a produção de um fato inteiro de Homem-Aranha, que possibilita subir a paredes verticais graças a cílios nanotecnológicos parecidos com os das lagartixas e projectar teias fortíssimas invisíveis. O projecto é tão sério, que foi apresentado na conceituada publicação científica ”New Scientist” recentemente. Os cientistas pensam aplicar esta sua invenção revolucionária à astronáutica ou à defesa.
Seria giro se a pessoa comum também tivesse acesso ao fato do Homem-Aranha. Seria óptimo durante a limpeza das teias de aranha que por vezes se encontram em sítios bastante chatos e praticamente inacessíveis!

domingo, maio 06, 2007

A arca de Johan
Quem não ouviu falar da Arca de Noé, construida pelo mesmo para sobreviver ao dilúvio bíblico? Ao ouvir sua menção, a maioria pensa talvez numa imagem de animais aos pares a subir uma rampa e a abordar a dita arca.
Como não há limites para os hobbies sui generis, um holandês, Johan Huibers, acabou recentemente de construir uma réplica fiel, se bem que cinco vezes menor, da proverbial arca, depois de dois anos de trabalho intensivo. Está atracada em Schagen. É quase do tamanho de um campo de futebol, tem três andares e como tributo à arca original contém modelos de tamanho natural de elefantes, girafas, etc. etc. Contém para além disso uma sala de cinema com lugar para 50 pessoas e – muito a propósito – está também projectado um jardim zoológico a bordo.
Num tempo em que o clima supostamente está a aquecer e num país tão plano como a Holanda com mar à volta, não foi mal pensado este tipo de construção – um enorme salva-vidas.

sábado, maio 05, 2007


Quem tem medo do lobo mau?
O ser humano faz uma ideia muito simplicista e polarizada dos temperamentos, personalidades e características dos animais selvagens: há bons e maldosos, amorosos e repelentes, inofensivos e perigosos. A pomba branca é símbolo de paz, o leão é majestoso, a hiena é estúpida e má, a raposa é matreira, e o lobo, coitado, simboliza tudo quanto é de malvado, funesto, místico e de pouca confiança.
Talvez seja por isso que o lobo já está extinto em vários países europeus há muitos anos. Na Dinamarca o último lobo selvagem foi abatido em 1813 e da maneira como é encarado – como um perigo público para o gado e para os humanos, apesar de não haver registo de jamais ter atacado pessoas – duvido que volte; e se por acaso do destino se perder e voltar (já que ainda os há nos outros países escandinavos, na Alemanha e na Polónia), duvido que o deixem procriar. O mais certo é que sofra um “acidente”, apesar de ser uma espécie protegida.
Que pena: são tão bonitos!...

sexta-feira, maio 04, 2007

Papel higiénico com peso e medida
Nos dias que correm não há quem não se preocupe com o ambiente de uma maneira ou de outra (ok, há, mas nesses nem vale a pena pensar, por conseguinte: não há!...) e cada um tenta melhora-lo como pode: há quem caminhe ou ande de bicicleta para evitar andar tanto de carro; outros tentam poupar água, usar detergentes menos poluentes, reciclar embalagens, comprar produtos ecológicos, etc.
E a cantora Sheryl Crow encetou uma luta tenaz para tentar proibir o abuso de papel higiénico: propõe que uma folhinha de papel higiénico chega e basta, “excepto naquelas situações terríveis em que são precisas duas ou três folhinhas”. Começou esta campanha em várias universidades e não pensa ficar por aí.
Também já se virou contra o uso de lenços de papel e como alternativa ao seu uso desenhou uma colecção de roupa com mangas removíveis para o efeito (se for Inverno, como é o caso da maioria das constipações que requerem que uma pessoa se assoe constantemente, é que talvez seja mais lixado andar sem mangas... mas a própria cantora confessa, que não pensou em tudo. Pois...). Estas e muitas mais iniciativas podem ser lidas no seu site.
(foto: theram4jc @flickr.com)

quinta-feira, maio 03, 2007

Nova arma secreta
Quando eu era miúda falava-se muito da Guerra Fria, do Pacto de Varsóvia e dos países da Cortina de Ferro. Muitos filmes estavam povoados de espiões e contra-espiões, foi a época alta do Agente 007.
Com a queda do Muro de Berlim em 1989 aos poucos deixou de se falar tanto em espionagem, se bem que certamente ainda a haja, quer a nível militar ou político, quer industrial. E de vez em quando ainda vem uma ou outra história à tona. Como quando se deram as grandes cheias em New Orleans há anos atrás e se veio a saber que se tinham escapado alguns golfinhos assassinos, treinados pela CIA.
Como nestas coisas a fantasia é tudo, parece que os russos continuam a não querer ficas atrás: segundo as agências Ritzau e Reuters, biólogos marinhos russos trabalham actualmente num projecto ultramente secreto (se é tão secreto assim, não percebo como chegou aos ouvidos das agências de notícias... espionagem jornalística, talvez?...) para a marinha russa: focas treinadas para avisar sobre a presença inimiga em costas marítimas árticas.
‘tadinhas das focas, involuntariamente metidas em politica internacional a alto nível!...