terça-feira, julho 31, 2007

Nemesis
Não há muito tempo ia eu ao volante a caminho do trabalho a pensar nada em particular senão no gozar a música na rádio, quando uma viatura à minha frente me transportou até ao cantinho filosófico. Isto por causa da matrícula, uma daquelas especialmente requeridas e que normalmente traz o nome do dono - ou da namorada num tributo ao narcissismo. Esta porém só dizia: “nemesis”.
“Nemesis”?, pensei cá para mim. Há muito tempo que não tenho filosofia, mas não é o sinónimo do “não perdes por esperar”; ”cá se fazem, cá se pagam”; ”depois da bonança vem o desastre”, o ‘what goes around comes around’ dos ingleses? E porquê este tema no âmbito do trânsito? Qual seria a sua mensagem? “Cuidadinho comigo” ou “shit happens”?
Sem a mínima vontade de abordar o condutor do veículo, tive de ir pesquisar o seu significado original:
Também chamada “a inevitável”, Nêmesis (Νέμεσις) era, segundo a Wikipedia, a deusa grega da ética, que ao mesmo tempo figurava a justiça divina. Criada pelas deusas do destino tornou-se portanto a personificação da retribuição e da justiça distributiva; em outras palavras: da vingança, portanto.
Conta-se que a certa altura os persas estavam demasiado seguros de uma vitória e como a encarregada de abater toda a desmesura e arrogância (Hibridis), como o excesso de felicidade de um mortal, ou o orgulho dos reis, Nêmesis deixou que “levassem nas orelhas”. O mesmo aconteceu com o rei Creso da Lídia. Creso, que foi castigado por ser demasiado feliz com suas riquezas e com seu poder; este foi levado por Nêmesis a empreender uma expedição contra Ciro II da Pérsia, o que acabou por lhe trazer a ruina e a desgraça. Nêmesis persegue o orgulhoso e o mau com uma vingança inescapável. Hibridis castiga-se com nemesis (queda irredutível e irremediável).
Actualmente, o termo nêmesis é usado para descrever o pior inimigo de uma pessoa, normalmente alguém ou algo que é exactamente o oposto de si mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si. Por exemplo, o Professor Moriarty é frequentemente descrito como a nêmesis de Sherlock Holmes. É algo como o seu arqui-inimigo, algo que o anula, mas nutre-lhe um grande respeito e admiração.
Continuo a perguntar-me: que significado terá e a quem se dirijirá na matrícula de um carro?
(foto: de Nemesis, de scott_waterman @flickr.com)

segunda-feira, julho 30, 2007

Levantar tarde
Lembram-se de vos ter mencionado que um grupo de pessoas se tinham organizado e estavam a empenhar-se em criar melhores condições e reconhecimento para as ditas pessoas de estilo B, que funcionam melhor deitando-se e levantando-se tarde? A organização já tem 5.000 membros. E para essas pessoas vai ser finalmente lançado o site B-alivejob.com em Outubro. Este site de empregos vai possibilitar que pessoas que funcionem melhor esta forma encontrem empregos adequados à sua ideal maneira de funcionar. Para além de recrutar para empregos com outro tipo de horários, muitos dos anúncios vão possibilitar que uma pessoa por exemplo na Europa desempenhe funções digamos nos Estados Unidos através da Internet, tirando o melhor partido possível as diferenças horárias.
E como o próximo projecto propõem-se a abrir uma escola para pessoas de estilo B já no ano que vem, onde os alunos terão oportunidade de entrar mais tarde do que é habitual nas escolas em geral. E quem sabe no que se empenharão apartir daí? Jardins-escola? Liceus? Universidades abertas à tarde e à noite? Bibliotecas nocturnas? As possibilidades são intermináveis...
Fico contente se a nossa sociedade de futuro se tornar deveras mais flexível para com a diversidade de capacidades, modos e preferências de funcionar de cada um. A mim dar-me-ia muitísso jeito por exemplo se os bancos, bibliotecas, postos de correios, postos de finanças e outros postos oficiais como a nossa Embaixada em Copenhaga (esta última, por exemplo, só tem atendimento ao público das 10 às 13 horas!... Só deus sabe o que farão durante o resto do dia...) passassem a ter horários de abertura bem mais coadunáveis com os horários de quem trabalha.

domingo, julho 29, 2007

Ode ao morango
Adooooooooooooooooooro morangos!
(Mas não o tinham adivinhado ainda, pois não?...)
Maduros
Saborosos ao paladar
De aroma intenso a Verão
De cor rubra e vivaça
Prontos a comer
Ao natural
(foto: favspottr @flickr.com)

sábado, julho 28, 2007

Amizades renovadas
Uma das coisas boas de se passar férias em casa é o ter-se mais tempo e vagar do que é habitual para receber visitas.
Há dias recebi um sms de um amigo norueguês de longa data e talvez o maior responsável pelo meu fascínio desde cedo e pela minha vinda para a Escandinávia. Vinha com a família de regresso das férias na Europa Central e resolveu passar por Copenhaga a caminho de casa. Perguntava se estávamos por cá e tinhamos tempo e oportunidade de os ver, no que teriam imenso gosto. Claro! No espaço de três horas dei uma arrumaçãozinha leve na casa, aluguei-lhes hotel para a noite, já que eram um desafio logístico demasiado grande para o nosso modesto quarto de visitas e fiz bolinhas para o lanche preparado em cima do joelho.Foi tão bom voltar a vê-los, renovar amizades, relembrar os velhos tempos e pôr a conversa em dia! Ainda bem que fizeram paragem aqui e estávamos em casa para os receber.
(Imagens: Calvin & Hobbes, de Bill Watson)

sexta-feira, julho 27, 2007

1 ano
Que felicidade ter voltado a encontrar a minha sacola extraviada e poder celebrar hoje 1 anito de vida!
Um ano com:
~ muita e boa vidinha de praia
~ muito amor, mimos e qualidade de vida
~ aniversários, casamentos, nascimentos e batizados
~ férias, muitas férias à italiana e à portuguesa (e ocasionalmente à dinamarquesa)
~ futebol
~ sardinhadas, jantaradas entre amigos, cocktails – e uma dieta relativamente rigorosa – e já lá vão 6-7 quilos (mas não passo daí há muito tempo...)
~ banhos de sol e descanso na varanda
~ muita música, muito pop e alguma dança
~ extensa conversa sobre as alegadas diferenças entre homens e mulheres e a importância das aparências
~ invenções e hobbies bizarros e notícias caricatas
~ sondagens ad libitum
~ idas às compras, à cabeleireira, à biblioteca, ao cinema
~ dicas sobre beleza
~ deambulações semi-científicas e preocupações ambientalistas e com a saúde
~ todo o tipo de animais e de tempo
~ tradições e mentalidades exóticas
~ muito Cristiano Ronaldo
~ uma ou outra indignação
~ uma máquina fotográfica nova (digital)
E muitas, muitas visitas de gente bacana aqui na sacola de praia. Voltem sempre!
(foto: PinkCakeBox @flickr.com)

quinta-feira, julho 26, 2007

“Quem, eu?... Não, foi-me imposto”
E ainda numa de desafiar mitos sobre as diferenças entre os sexos…
... li há dias que afinal aquela ideia de que o que os homens querem sempre é sexo afinal não é verdade: segundo um estudo levado a cabo na University of Florida, nos Estados Unidos, os homens e as mulheres numa relação estável têm as mesmas atitudes em relação ao sexo. Afirma que é só quando os homens estão sem companheira que pensam mais em sexo do que as mulheres em geral. E que isto nem sequer é culpa deles mas que se deve às expectativas da sociedade que alegadamente os pressiona a ter sexo com tantas parceiras quanto possível, enquanto que o que se espera das mulheres é precisamente o contrário. Isto segundo Paul Perrin, o cientista que conduziu o estudo em questão.
Hmmm.... não posso deixar de conjecturar sobre o que teria concluido uma cientista...

quarta-feira, julho 25, 2007

Bla, bla, bla, ai, os mitos!…
É extremamente fácil generalizar e criar ideias preconcebidas e é portanto necessário ter muito cuidado com as generalizações e mitos, que nem sempre são devidamente precisos ou correctos.
Por exemplo o mito que de as mulheres são mais faladoras do que os homens. Já sabia que não era verdade, porque lá em casa não é nada assim, antes pelo contrário: o extrovertido e danado para a conversa é o meu marido, que se exprime com mil palavras onde eu uso duas ou três. Mas agora este mito também já foi desqualificado cientificamente. Segundo um estudo levado a cabo nos Estados Unidos – onde são mais tagarelas do que em qualquer outro sítio do mundo… ooops… lá estou eu a generalizar… - e publicado na revista Science quer os homens quer as mulheres usam mais ou menos 16.000 palavras por dia. A única diferença aparente é que enquanto os homens na generalidade falam sobre tecnologia, trabalho e dinheiro, as mulheres falam sobre relações e moda.Imagino porém que nem sequer esta última conclusão seja plausível mas mais uma overgeneralização: eu pelo menos NUNCA falo de moda e o meu marido em vez de falar sobre trabalho e dinheiro anda sempre a falar sobre relações… ou seremos nós que não somos normais?…

terça-feira, julho 24, 2007

Alergias
A minha saúde de ferro a que me referia há tempos também inclui não ter quaisquer alergias: por enquanto tolero tudo e não reajo a nenhuma substância de forma aborrecida. Conheço no entanto pessoas que sofrem imenso na Primavera em que há muito pólen no ar; outras não podem ingerir certos alimentos e outras ainda são alérgicas à mínima presença de pelos de animais.
Mas sabiam que os animais também podem ser alérgicos às pessoas? Pois é verdade: cientistas da universidade de Edimburgo chegaram à conclusão de que 2% dos gatos são alérgicos aos seres humanos e que cada vez há mais gatos e outros animais domésticos estão na triste situação de não tolerar cabelo e células a pele humana, ao que reagem com prurido, espirros e problemas respiratórios como a asma.
Muitas pessoas alérgicas a animais ou não os têm, ou têm de se ver livres deles; mas como solucionarão o problema os coitadinhos dos bichinhos? Mandando os donos para a pensão dos humanos?...

segunda-feira, julho 23, 2007

O cúmulo da idiotice
Sei que já afirmei isto antes, mas vou ter de voltar a afirmá-lo: cada vez que se pensa que já se viu tudo o que há de mais ridículo aparece uma coisa nova que bate tudo o resto aos pontos.
Isto a propósito de quê? Pois, foi criado recentemente um clube na Dinamarca cujo único propósito é anular as consequências do Código da Estrada especialmente no que diz respeito ao limite de velocidade. Propõem que por uma cota anual irrisória de 995 coroas dinamarquesas (150€), uma espécie de seguro, digamos, uma pessoa pode ignorar à vontade os limites de velocidade, sendo-lhe pagas pelo clube no máximo 4 multas de excesso de velocidade, num total máximo de 10.000 coroas dinamarquesas (entre 1400 e 1500 €). O mesmo se aplica às multas por estacionamento ilegal. Alegadamente (porque não quero sequer dar uma vista de olhos) no site do clube encoraja-se a que os membros conduzam com cuidado.
Já diria como o outro: “que mais irá me acontecer??!…” Um clube que se proponha a pagar multas a quem vá a conduzir embriagado? Ou mais alguém terá ideias brilhantes para cometer outro tipo de atentados à segurança pública?…
(fotos: arkivfoto, scanpix e polfoto)

domingo, julho 22, 2007

Novas do Knut
Lembram-se do ursinho polar Knut? Aquele que nasceu a 5 de Dezembro no zoo de Berlin e de certo modo ficou orfão, uma vez que foi rejeitado pela mãe à nascença, e que foi praticamente adoptado pelo tratador, o dr. Thomas Dörflein? Durante meses foram melhores amigos, sempre na brincadeira e o Knut recebeu miminhos e tornou-se a estrela do zoo, como podem ver por exemplo neste videoclip ou no blog do Knut.
Ora bem, infelizmente tanta publicidade e empenho tornou-se demasiado para o dr. Dörflein, que resolveu agora afastar-se um pouco. Também porque o Knut já não é tão pequeno e inofensivo assim, e as brincadeiras poderiam tornar-se perigosas; mas principalmente porque como uma celebridade foi perdendo a sua privacidade e já não podia ir sair com a namorada sem ser importunado.
Portanto, o ’tadinho do Knut quem é quem paga as favas.Alguém quer adoptar um urso polar de 7 meses?

sábado, julho 21, 2007

Viva a música pop!
Sabem o que é que eu acabei de descobrir? Bem, não foi bem uma descoberta, uma vez que já calculava por experiência própria desde que comecei a ouvir música pop na minha adolescência… mas li há dias que foi cientificamente provado que a música pop nos ajuda a apaixonarmo-nos. Pois é: os seres humanos são particularmente sensíveis a sons e as melodias e ritmos da música pop são extremamente eficazes em fazer-nos produzir dopamina, uma hormona que desencadeia sentimentos positivos. A música pop com a sua mistura absolutamente perfeita e única de tons e temas melancólicos e “ternurentos” criam a vontade de abraçar e acariciar alguém.
Cá em casa ouvimos muito pop… especialmente durante as férias ; )
(foto: cb gulto @flickr.com)

sexta-feira, julho 20, 2007


F-É-R-I-A-S!!!!!!!!!

The end
Aconteceu nada menos do que um milagre: acabei de passar pela tal cadeira e do jornal negligenciado não havia sequer rasto! (e quem quer que o levou, aproveitou também para remover um caixote de papelão que ali estava ao lado há meses!) E chegou assim ao fim a odisseia de mais um jornal gratuito deixado ao abandono, depois de 10 dias de inércia.

(I daqui a meras 3 horas entro de féééééééééééééééééééééééééééééééérias! : D)
(foto: graham2k7 @flickr.com)

1-2-3 teste
Já falámos sobre o meu espanto em relação à maneira como os jornais gratuitos são deixados ao deus dará. Agora tenho andado a fazer um pequeno teste: há 10 dias que o mesmo MetroXpress está na mesma cadeira lá no trabalho. Abandonado ali. Dezenas de pessoas, incluindo a senhora das limpezas, passam por ele diariamente, mas ninguém se decide a deitá-lo fora. Mas alguém o acamou melhor na cadeira há dias.
Já estive várias vezes para o deitar fora, mas resisti à tentação só para ver o que acontece.
Vejamos se ainda lá está quando regressar de férias daqui a 3 semanas... Por essa altura já lá estará às moscas há 5 semanas.
Aceitam-se apostas... : )

quinta-feira, julho 19, 2007

Quase de férias
Bem , entretanto já estou em contagem decrescente: daqui a 2 dias entramos de férias – 3 semanitas de não fazer nenhum, dormir até às tantas, ir à praia, descansar, conversar, ler, ter uma ou outra visita, comer, beber e regenerar de um ano de trabalho e obrigações.
Trago sempre a sacola comigo. Se tiver inspirada escreverei de vez em quando (ou, se for como da outra vez, diariamente... não é nada fácil deixar um vício...).
Bom Verão a todos! Beijinhos e até breve!
(foto: Parksy @flickr.com e yuriygdv @flickr.com)

quarta-feira, julho 18, 2007

Bastará um comprimido?
Durante os últimos anos o número de psicólogos que trabalham com crises e traumas tem vindo a aumentar explosivamente, apesar de vez após vez serem publicados artigos que põem em dúvida o efeito da psicoterapia em relação a este tipo de problemas.
Confesso que precisamente em relação a este assunto sou bastante ambivalente: se por um lado a minha profissão, experiência e conhecimentos ditam que é essencial trabalhar com certos traumas para vencer ansiedades, problemas de auto-estima etc., por outro lado penso por vezes que na sociedade de hoje falta uma robustez inerente que nos prepare melhor para os tumultos e empurrões que a vida nos dá – e sempre deu. Ninguém devia de ter de sofrer e viver psicologicamente definhado como antigamente, como o meu pai e tantos homens que vieram marcados, transtornados, de uma guerra, mas será que definhamos por menos hoje em dia?
De qualquer das formas a indústria medicinal afirma recentemente ter arranjado solução para todos os traumas desta vida: um novo medicamento desenvolvido em colaboração entre a McGill University em Montreal e Harvard University em Boston. Segundo um artigo publicado no Journal of Psychiatric Research este novo comprimido que contém propanolol, uma substância que inibe os sintomas físicos de ansiedade e stress, tem a capacidade de “apagar” a dor ligada a memórias mais penosas.
Mais uma vez não sei bem o que pensar: se por um lado o poder de certas memórias é tão destrutivo que é capaz de arrasar uma vida apesar de muita psicoterapia, por outro lado não sou nada fã de soluções fáceis. E imagino que seja estranhíssimo, e um pouco assustador até, de repente sentir-se emocionalmente anestesiado, inerte.
(foto: Colourbox.com)

terça-feira, julho 17, 2007

Tretas de herança
Felizmente nunca estive na posição de ter de herdar nada. Não há nada tão potencialmente letal para uma família como questões ligadas a heranças, que podem revelar dinâmicas funestas familiares e criar as rixas mais graves e intrigas e inimizades entre parentes.
Como foi recentemente o caso numa família em Memphis, E.U.A.: os herdeiros de um senhor não tiveram quaisquer problemas em dividir a propriedade no valor de 2 milhões de dólares. Não, a disputa foi sobre quem ficaria com o cão do falecido, um Golden Retriever de 13 anos chamado Alex: se a ex-namorada do defunto, se a ex-noiva ou se os pais do homem.
Tendo isto como palco a América do Norte, o cão também teve um advogado a representar os seus interesses em tribunal.

Os pais divorciados do defunto acabaram por ficar com a custódia do canino.
Hmmm... das duas uma: ou o cão era deveras amoroso e lhe têm todos muito afecto, ou então deve valer o seu peso em ouro e diamantes... algures...

... e coitadinho do Alex de futuro ter de dividir as férias e fins-de-semana entre um ”pai” e outro, como tantas crianças no nosso tempo!...
(foto: rianklong @flickr.com)

segunda-feira, julho 16, 2007

Zonas de estacionamento
Cada vez que a Câmara Municipal de Copenhaga precisa de dinheiro (e não é caso raro - o que em si não é estranho, com “representantes do povo” a gastar milhões do dinheiro público em maquilhagem, contas de limpeza a seco, cartões, flores, jantaradas em restaurantes de luxo, etc!… “Ai, mas na Dinamarca não há corrupção!“ Pois não...), a solução é sempre a mesma: pôr a mão ainda mais no fundo do bolso de quem tem carro.
A conversa sobre roadpricing (pagar extra pela quilometragem) e sobre pagar para entrar no centro da cidade com o carro (ainda) não deu em nada. Mas a última invenção, que entrou en vigor no princípio do mês, foram as ditas “zonas de estacionamento”, que abrangem uma área imensa de Copenhaga e arredores quase até onde moro, que não é propriamente no centro!... Para estacionar nessas zonas paga-se de dia – e agora também de noite! As desculpas, que-se dizer…, os argumentos também nunca variam: “ah, é para melhorar o ambiente” e “ah, é para facilitar o estacionamento dos residentes”. Os últimos entretanto também têm de pagar 24 horas por dia para estacionar à porta de casa, o que duvido que achem ter-lhes facilitado a vida…

domingo, julho 15, 2007

Sudoku
Conhecem o Sudoku? É aquele quebra-cabeça japonês tipo palavras cruzadas mas com números e que se tornou a maior praga desde o cubo mágico. Digo eu que não tenho o minimo fascínio pela matemática e lógica. Vendem-se livros e revistas só de Sudoku, e qualquer jornal que se preze traz uma secção com o passatempo em questão. Pode-se portanto dizer que o Sudoku er omnipresente, uma vez que até já existe papel higiénico de Sudoku, que “só” custa a módica quantia de €14.
Quanto a mim eu só gosto mesmo da palavra: Sudoku, Sudoku, Sudoku… : )
(foto: Rajesh Photos @flickr.com)

sábado, julho 14, 2007

Um conto de Verão
Quem diz que no jornal só vêm notícias sobre desgraças? Li há dias uma notícia que me deixou a sorrir e a pensar no Verão: sobre uma miríade de patinhos de plástico que em 1992 cairam ao mar de um navio durante uma uma tempestade no Oceano Pacífico. Desde então que têm andado à deriva, seguindo as correntes. A certa altura separaram-se devido às mesmas e 19.000 seguiram para sul, tendo ido dar à costa às praias australianas, indonésias e da América do Sul; enquanto que 10.000 seguiram para norte e chegaram ao Alasca e à Sibéria. Pensava-se que congelariam nas zonas árticas e acabassem por ir dar à América do Norte quando descongelassem, o que sucedeu como previsto. Mas um grupinho foi apanhado pela corrente do Golfo que os trouxe até ao Atlântico Norte.
Quem sabe se não virão alguns dar à costa à Dinamarca? Ou a Portugal? Acho que vale a pena dar uma vista de olhos da próxima vez que forem à praia.
Uma coisa é certa: para durarem tantos anos em todo o tipo de condições atmosféricas, devem ter sido de excelente qualidade.
Bom Verão!
(foto no topo: theram4cj @flickr.com)

sexta-feira, julho 13, 2007

Grrrrr!…
Voltou a repetir-se – aquele tipo de situação em que reajo no melhor estilo de cofre forte de abertura retardada perante o descaramento de outrém e, já sózinha, dou largas à ira surda.
Desta vez foi ontem no supermercado: a moça na caixa viu-se atrapalhada para atender a pessoa atrás me mim, uma vez que a pessoa à minha frente não se despachava a ensacar as compras, e foi pondo as coisas dela do meu lado, estando eu ainda a guardar as minhas compras. A tal virou-se para mim com uma lata descomunal e queixou-se de que não conseguia chegar às compras dela, porque eu estava à frente e aconselhou-me a empacotar as coisas na mesa de arrumação do outro lado das caixas. Não reagi totalmente como é costume, a justificar-me. Até lhe respondi perguntando sarcasticamente se queria que levasse as coisas nos bolsos até à tal mesa. Ao que ela descaradamente retorquiu que não e que fosse buscar um cesto como ela tinha feito.
Calei-me, olhei para ela com indiferença e desdém, acabei de pôr as minhas coisas nos sacos e fui-me embora. Arrependida de não lhe ter dito qualquer coisa do estilo: “ Relaxe – foi o que eu fiz”, ou “e que tal meter-se na sua vida?” ou até mesmo “foi você que inventou esse método? E ainda dizem que as loiras são burras... não percebo!...
(foto: nataqua @flickr.com)

quinta-feira, julho 12, 2007

Boa noite
Ontem fomos jantar com um casal amigo da nossa idade. Como não poderia deixar de ser tivémos uma noite tremenda!: para além da companhia excelente e dos pitéus cinco estrelas, inevitavelmente terminámos de forma memorável a rever e a vibrar com os vídeos dos Duran Duran da década de 80, que já não via desde essa altura.
Temos de repetir o sucesso muito em breve (apesar dos penteados de então e das coreografias e fatiotas medonhas...)
You saw me standing by the wall corner of a main street
And the lights are flashing on your window sill
All alone ain’t much fun…

quarta-feira, julho 11, 2007

Policia-robô
Devem ficar a pensar que engendrei este post para ilustrar o recorde da estupidez e ingenuidade, mas não foi a intenção. Li sobre isto no jornal e achei caricato, grotesco até. E, como todas as coisas burlescas com que me deparo, veio parar à sacola, é claro.
Há certos países que surpreendem vez a pós vez com o que inventam. Um deles é a Rússia. Onde recentemente introduziram robôs na força policial. Estes reforços de 4 rodas andam a 5 quilómetros à hora e são controlados remotamente por agentes policiais humanos. Podem tirar fotografias e tentar falar com os cidadãos numa tentativa de os fazer obedecer à lei.
A essa velocidade e com ”tanto” engenho, só me resta desejar boa sorte nesta tentativa de combate ao crime!…

terça-feira, julho 10, 2007

Recorde
Ainda a propósito de recordes…
Quase não há vez que se ouça falar de um recorde para o Livro que Guinness que não saia dali exagero e/ou parvoeira e/ou negligência extrema a perigos. E gostava de saber a que nível é que as pessoas se informam antes de se sujeitarem a desportos e actividades radicais para fazer parte deste registo de feitos. Li por exemplo há dias que Dileepan Raj, um rapaz indiano de 15 anos para se tornar o cirurgião mais novo do mundo alegadamente conduziu uma cesariana sob a supervisão dos pais, ambos medicos, na sua clinica privada em Manaparai no distrito de Tamil Nadu, e que estes se arriscam a perder a sua licença se se demonstrar que isto se passou.
Entretanto en quanto pesquisava sobre o assunto, li que o cirurgião certamente mais novo do mundo, também ele indiano, é o jovem Akrit Jaswal (nas fotos) de 13 anos e um IQ de 146, que conduziu uma operação bem sucedida aos 7 anos de idade, depois de ter observado cirurgiões licenciados durante um ano e lido imenso sobre a material. Segundo a Oprah Winfrey, depois deste sucesso, foi procurado pelos vizinhos e por estranhos a quem tem dado conselhos médicos. E aos 11 anos foi admitido na Universidade do Punjab, onde está a tirar o bacharelato em química, botânica e zoologia, enquanto nos tempos livres tenta criar uma cura para o cancro.Azar para o Dileepan, que não sera desta que entrará para o Guinness… mas como é possível e aceitável dar tanta responsabilidade a um menor, por muito inteligente que seja?
Entretanto se algum dia tiver de ser operada vou exigir que o cirurgião para além das credenciais me mostre o BI, só por causa das coisas!…

segunda-feira, julho 09, 2007

Anedotas meterológicas
Desde miúda que ouço dizer que é preciso poupar água, uma vez que a água potável é um bem escasso e por isso precioso. Todos os Verões haviam campanhas extensas: nada de deixar as torneiras a correr ou a pingar, nada de regar relvados e jardins, nada de tomar vários banhos por dia - especialmente de imersão - nada de lavar carros a torto e a direito. „Uma gota poupada hoje é mais uma gora que pode utilizar amanhã”, etc., etc.
Entretanto tem chovido tanto na Dinamarca nos últimos anos – com o maior recorde de pluviosidade de sempre, 124 mililitros, atingido no mês passado – que os depósitos de água potável estão a abarrotar e até já se fala em novas áreas pantanosas. E em certas povoações até esgotaram as galochas! A sério.
Teria piada se agora em vez das campanhas para a poupança da água começassem a encorajar o esbanjamento da mesma à fartazana: “Não se esqueçam de deixar a torneira semi-aberta durante 5 minutos“, ou coisa do género.
(foto: Liselotte @flickr.com)

domingo, julho 08, 2007

E por falar em noivas…
... com as minhas amigas quase todas ou casadas ou para casar e os casamentos a que fomos recentemente, tenho consciência da trabalheira que dá organizar um casamento. Não é brincadeira encontrar e marcar a data certa no sítio perfeito, mandar convites, decidir a ementa, arranjar músicos, descobrir o vestido de sonho, etc., etc., etc. Exige muita inspiração, persistência, verbas – e tempo.
E tempo é o que às vezes falta, pelos vistos: segundo um estudo levado a cabo entre 7500 noivas por um site sobre casamentos, uma em cada duas noivas falta ao trabalho para se dedicar aos preparativos para o casamento. “Ai, estou doente… fico em casa de baixa durante 2 ou 3 dias” é a desculpa mais usada.
E se ainda trabalhassem a sério enquanto estão no posto de trabalho…, mas também não: a primeira prioridade durante um longo período antes do casamento não é o trabalho mas sim os preparativos para o grande dia que enchem as ideias e enfraquecem a concentração e motivação laborais.
Tal como há uma licença de parto, também deviam portanto talvez introduzir uma ”licença de preparativos para o casamento”… assim todos saberiam com o que contar...
(foto: Amelia PS @flickr.com)

sábado, julho 07, 2007

Dia 07.07.07
Hoje é um dia muitíssimo estranho por causa da data estranha que é: 07.07.07. Claro que se escrevesse 7 de Julho de 2007 não seria tão estranho assim, mas para tornar o dia memorável escreve-se da outra maneira : )
E vai ser memorável! Por várias razões:
Há quem veja o número 7 como um número mágico, o número da sorte; e com tantos setes só pode vir a ser um dia excelente para se sentir tremendamente sortudo.
Vai ser um dia em que as igrejas e os registos civis por esse mundo fora vão estar extremamente atarefadas, uma vez que centenas de casais resolveram casar-se nessa data sui generis- uma precaução das noivas, talvez, para prevenirem que os noivos se esqueçam do aniversário de casamento ano após ano? Claro que certas pessoas chegam ao extremo da parvoíce, e li há dias que várias tentaram persuadir as autoridades casamenteiras a celebrar a cerimónia às 07.07 da matina, mas que levaram um redondo “não”.
E vai ser o dia do famoso concerto “Live Earth” (que é como o “Live Aid”, e até o nome soa quase ao mesmo, mas em vez de se salvarem vidas humanas, o que se salva é o ambiente) em Wimbledon em Londres. E possivelmente em Hamburgo, Sydney, Toquio, Shangai, Johannesburgo no Rio de Janeiro e em Nova Iorque. Espera-se a participação de várias estrelas do pop como a Madonna, os Red Hot Chili Peppers, os Duran Duran, os Bon Jovi, o Lenny Kravitz, e os recentemente reunidos Genesis e The Police entre outros. Para mais inforções: http://liveearth.msn.com/.
Bom dia 7!

sexta-feira, julho 06, 2007

Fim de parenteses!!!...
: D

Adeus - e até breve!
Depois de um dia inteiro de ambivalência extrema, decidi-me a voltar a usar a minha sacola original - porquê mudar, quando me tem dado tanto proveito? Tenho-lhe tanta afeição! E para além do mais nunca cheguei a apreciar o layout da nova sacola a 100%.Assim, desculpem o incómodo, mas apartir de amanhã voltamos a ver-nos na sacola de praia.
Quanto a esta, vou pô-la na arrecadação. E espero não ter de voltar a precisar dela.Até breve, pessoal!
(foto: caitiebear912 @flickr.com)

Boas notícias!
Depois de ter importunado a equipa de apoio do Blogger diariamente desde fins de Maio, queixando-me do desaparecimento súbito e desastroso da sacola de praia, finalmente me conseguiram ajudar: ela foi novamente encontrada ontem à noite, em condições razoáveis, depois de quase mês e meio em paradeiro incerto. Voltou ao http://sacola-de-praia.blogspot.com/.
Iupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!
Por razões que me são desconhecidas só continuam desaparecidas as ilustrações dos últimos meses, que terei de ir desencantar outra vez. Vai requerer de extensivas “escavações” e minuciosas buscas, mas isso é o menos.
Entretanto põe-se o dilema: fiquei indecisa se a retomar como se nada tivesse acontecido, deixando a sacola substituta como uma pausa interina, provisória, ou se seguir em frente com a sacola nova.
O que acham?
(foto: fantartsy @flickr.com)

Fruta fresca (5 de Julho de 2007)
Adoro fruta fresca, particularmente fruta de Verão como morangos, pêssegos e cerejas. Também não desgosto de uma boa maçã ou de uma laranja de vez em quando. Mas de futuro vou ter mais cuidado com a fruta que compro e ler com atenção a informação ao consumidor: pois não é que os americanos desenvolveram um método de conservar a fruta fresca durante um ano?! O método chama-se “Smartfresh” e evita que a fruta fique rugosa e com aspecto velho. Duvido que seja saudável e duvido ainda mais que também mantenha o sabor fresco da fruta… ou as vitaminas.

Desenlace (afinal sempre há alguma justiça) (4 de Julho de 2007)
Lembram-se de há tempos vos ter referido um caso que me feriu gravemente as sensibilidades sobre um joalheiro que, por se ter defendido durante um assalto à mão armada (e o sétimo à sua joalharia), feriu os assaltantes a tiro e se arriscava a ser condenado por tentativa de homicídio e a pagar uma indemnização choruda aos assaltantes em causa pelos ”danos” causados durante o assalto que estavam e perpetrar? Ora bem, não quis deixar que aqui vos contar e celebrar o seu desfecho. Afinal fez-se justiça e esta não foi tão cega e paralítica como tinha sido agourado: enquanto que o joalheiro apanhou somente 6 meses de cadeia por posse ilegal de armas, o juri decidiu no seu veredito considerar que agiu em defesa própria. E como já esteve em prisão preventiva durante 7 semanas, só vai de cana durante 2 meses. E os assaltantes, 2 sérvios de 25 e 26 anos, foram condenados a 2 anos de cadeia e 10 anos de extradição; assim terão de ir fazer assaltos à mão armada lá para a terra deles, para ver como lá os tratam!... O joalheiro vitimizado (nas fotos) proferiu ter ficado satisfeito com o resultado deste caso. Já o provedor de Justiça ficou menos feliz com este desenlace e já afirma que com este veredito, a Dinamarca - onde quase ninguém tem armas de fogo - de futuro se tornará o Wild West americano em que toda a gente fará justiça pelas próprias mãos.
Mas que pessimista e exagerado!... ; )
Confesso que me assustaria mais a perspectiva mais realista, isto é: se os criminosos de uma maneira ou de outra se saissem praticamente impunes e ainda se ficassem a rir.

”4 real” (3 de Julho de 2007)
Ainda há dias escrevia sobre as ambições dos pais para os filhos. Por vezes esta tendência também se demonstra através dos nomes que se dão aos filhos: ”Cátia Vanessa” soa a presunção. “Zé Manel” soa a falta dela.

E às vezes esta coisa dos nomes dizem mais sobre os pais do que sobre os filhos, que ocasionalmente parecem não considerer as consequências para os filhos de ter um nome sui generis. No ano passado por exemplo um casal quis chamar à filha “Metallica” em homenagens à sua banda predilecta, o que não lhes foi permitido por razões óbvias. E li no jornal recentemente que um casal da Nova Zelândia quis chamar ao filho “4 real” (“fo(u)r real”, que traduzido significaria “deveras”). Isto simplesmente porque ao verem a primeira imagem de ultrasom da barriga da mãe de repente se deram conta que iriam ter um filho deveras. Felizmente também não lhes foi permitido dar esse nome ao filho, já que por enquanto um nome não pode começar com um digito.
Olha se tivessem tido outra reacção durante a sessão de ultrasom: “ai que horror, que minúsculo!” ou “só estou a ver um braço”ou ”é pá, apetece-me um bife com batata frita”….

Os primogénitos (2 de Julho de 2007)
O que eu sempre soube por experiência própria foi recentemente provado cientificamente: os filhos primogénitos são geralmente os mais inteligentes [desculpem lá, maninhos, mas a culpa não é minha; é a ciência : ) ]. 64.000 pares de irmãos foram submetidos a testes de inteligência para uma pesquisa levada a cabo na Noruega. Os cientistas ainda não têm uma explicação certa para o fenómeno, mas conjecturam que esta aparente superioridade intelectual talvez se deva ao facto de que os irmãos mais velhos muitas vezes se tornam uma espécie de professores em relação aos mais novos.
Isto faz-me lembrar uma vez quando tinha começado a ter alemão no liceu e por alturas do Natal aprendi aquele hino natalício muito conhecido “O Tannenbaum”. Assim que cheguei a casa achei ser o meu dever supremo e natural ensina-la aos meus irmãos mais novos, que de alemão não sabiam nada - um pormenorzinho que ignorei completamente. Se bem me lembro ensaiámos durante horas e calculo que já estivessem fartos de mim, coitados. Lá por ser a mais inteligente, não era necessariamente sensível aos desejos ou limitações dos meus irmãos…
Não sei se ainda hoje se lembram do texto; eu pelo menos nunca mais me esqueci:

O Tannenbaum, o Tannenbaum,
wie treu sind deine Blätter!
Du grünst nicht nur zur Sommerzeit,
nein, auch im Winter, wenn es schneit.
O Tannenbaum, o Tannenbaum,
wie treu sind deine Blätter!

Parabéns pelos 40!!! (1 de Julho de 2007)
Hoje é o aniversário do meu cara-metade, do meu bonitão a quem não daria mais de 30 anos nem fisicamente nem de mentalidade e de espírito, sendo ele o maior brincalhão e galhofeiro e ao mesmo tempo a pessoa mais curiosa que conheço. Sempre pronto para a brincadeira, para experimentar coisas novas e nunca vi como ele uma pessoa que não consegue passar por uma porta ou cancela fechada que lhe pareça interessante e que não tenha de ir espreitar ou verificar se realmente está trancada e inacessível.
Já ando há semanas a preparar uma almoçarada secreta para a qual convidei alguma da família mais chegada – ele não sabe, mas tem andado a tentar adivinhar. Por isso: shhhhhhh...... Não digam nada : )
MUITOS PARABÉNS!
(fotos: Sue Trevor @PBase.com, Milimy @flickr.com e Zpitzen @flickr.com)

Sesta para o cérebro (30 de Junho de 2007)
Ainda a propósito do post de há dias – e se ainda vos restam dúvidas sobre a necessidade absoluta de dormir uma sesta a meio do dia, com ou sem um diva todo modernaço – ouçam então a opinião de cientistas conceituados sobre o assunto. Segundo Camilla Kring, PhD no equilibrio entre a vida laboral e a vida familiar, o nosso cérebro não está preparado para 7-8 horas consecutivas de trabalho e concentração, uma vez que precisa de uma “sesta” de uma hora por dia. Uma hora! Uma hora de pausa sem exigências, telefones a tocar ou mails a entrar na caixa de correio electrónica para proporcionar ao cérebro as condições ideais para se regenerar e evitar os efeitos nocivos do stress. Não precisa de ser passada necessariamente a dormitar, um passeio também serve, ou uma conversa informal, ou apenas “desligar” completamente e ficar a olhar pela janela sem fazer nada – ou pensar em nada, absolutamente nada.
Talvez soe fácil, mas creio que para mim seria um desafio enorme deixar o cérebro em stand by, a repousar, sem começar logo a divagar sobre o que fazer para o jantar amanhã; ah e tenho que me lembrar de ligar à minha amiga; e de marcar a tal consulta de dentista. Será que me lembrei de apanhar a roupa antes que chova? Ainda devo carta aos nossos amigos. Etc. Etc. Etc.
(foto: Magical Princess Weasel @flickr.com)

As coisas que se perdem (29 de Junho de 2007)
Em certos aspectos sou daquelas pessoas neuróticas que nunca larga as coisas em sítios estranhos.
Vantagem: nunca perdi nada (a não ser um blog, mas esse não foi por o perder de vista…).
Desvantagem: uma certa dose de nervosismo até chegar a casa com as coisas intactas.
Isto enquanto que outras pessoas estão nas calmas e não levam muito a peito quando de vez em quando lá perdem mais um chapéu de chuva, mais um saco de desporto, mais um saco com a última compra, o passe etc. São das tais que as pessoas como eu descrevem como não perdendo a cabeça meramente porque está agarrada ao corpo. Mas parecem serenas e felizes da vida, para espanto e inveja minha.
Há coisas que é habitual serem perdidas – e achadas por outrém: carteiras, casacos, telemóveis, os já mencionados chapéus de chuva – e se as encontrares a conduta correcta é ir entregá-las à polícia; e há coisas que dão para estranhar bastante. Como há dias quando um homem entrou na estação de polícia local numa cidade de provincia dinamarquesa com um caixote de cartão de conteúdo deveras bizarro: um crocodilo de meio metro. Disse que o encontrou no seu trailer.
Espero nunca vir a ter a mesma sorte… (foto: nicky @flickr.com e spacedoutkat @flickr.com)