quinta-feira, novembro 30, 2006

A pouco mais de três semanas do Natal...
* já pendurei as primeiras luzes (inspirada pelos vizinhos, que já têm cadeias de luzinhas nos corrimões das varandas e nos arbustos)
* já tomei o meu primeiro gløgg (e o segundo), hmmmmmm.....
* já fui buscar as caixas com as decorações e enfeites de Natal e o presépio
* já embrulhei as 24 prendinhas para o calendário de Natal de uma amiga (já é uma tradição de muitos anos) e foi por correio ontem. As 24 prendinhas para o do meu marido já estão na sala à espera dele
* ontem comecei a escrever os primeiros cartões de boas festas
* e amanhã ou depois vou às compras em busca de mais algumas prendas
Have yourself a merry little Christmas...
(foto: cherry blossom @flickr.com)

quarta-feira, novembro 29, 2006

Solidariedade social
Às vezes fico surpreendida com os contrastes que se vêm nesta nossa sociedade pós-moderna, em que lado a lado por exemplo se vê o extremo da civilização e o extremo da inconsideração. Pensei nisto enquanto esperava pelo metro há dias. Para me ir entretendo ia vendo a publicidade nos ecrãs: um anúncio ao novo filme do Agente 007, Casino Royale, com o novo James Bond; um apelo à solidariedade para com as vítimas da fome num país africano; mas foi outro anúncio que despertou a minha atenção: um homem extremamente sorridente e ar positivo de mala à tiracol e fatinho. Em letras maiúsculas o título: “NÃO BERRO...”, seguido do texto “nem quando o metro vem com atraso e vou chegar atrasado à reunião”. “Os funcionários do metro só estão a fazer o seu trabalho”. Daí deduzi (porque ando de metro tão raramente que não tinha ouvido falar) que o pessoal nas estações deve ter sido vítima ou de maus tratos ou de agressividade verbal, o que terá levado à campanha em questão.
A minha pergunta é a seguinte: como é possível ser-se tão ciente dos direitos dos animais e da necessidade de preservar e proteger o ambiente e de ser-se solidário com povos noutro continente distante, quando ao mesmo tempo se é impertinente e bruto para com quem tenta prestar um serviço o melhor possível, sem ter a mínima influência em como decorrem as coisas, por um mero atraso de minutos de um transporte colectivo?
P.S.: Ontem foram por acaso confirmadas as minhas suspeitas: noutro anúncio da mesma campanha via-se um jovem sorridente: “NÃO BATO...”, “nem quando os funcionários do metro querem ver o meu bilhete ’esquecido’ ”.

terça-feira, novembro 28, 2006

Aos pais de filhos adolescentes
Não há nada mais irritante do que um(a) adolescente embirrante e extremamente egocêntrico. É o que me dizem muitos pais e é a reacção que vividamente me lembro de terem tido os meus pais nos meus anos de adolescência, em que o ambiente familiar se tornou, no mínimo, explosivo.
Um estudo recente da University College London não traz boas notícias, mas talvez apenas um ligeiro “curativo” para os pais que têm filhos adolescentes: neurologistas descobriram nomeadamente que não são só hormonas e má-criação, mas em grande parte o funcionamento cerebral que tem a culpa do egoísmo e falta de consideração dos adolescentes. Foi provado que nesta faixa etária se usa outra parte do cérebro do que nos adultos no tomar de decisões, que resulta em menos ponderação em relação às consequências das suas decisões e acções quer para as outras pessoas, quer para si próprias.
Eu costumo usar a analogia de que os adolescentes durante uns aninhos funcionam como quem tem uma lesão cerebral: não podem evitar os erros que fazem nem que quisessem. Por isso não desesperem, mas tenham paciência e dêm-lhes tempo e tudo voltará ao normal.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Música no combate ao stress
Segundo uma sondagem levada a cabo pela BBC, somente 20% da população ouve música no emprego. O que é pena: para além de não se aproveitar o ambiente alegre e descontraído criado por muita música, não se tira proveito dos efeitos positivos da música para a saúde. Digo isto com ponto de partida num estudo recente levado a cabo pela universidade de Sheffield, que demonstrou que o humor melhora consideravelmente e o nível de stress diminui quando há música no emprego, enquanto que a eficiência aumenta.
I, I, I, I'm staying alive, staying alive...

domingo, novembro 26, 2006

Haaaaaya!
Uma das minhas possessões mais preciosas e imprescindíveis é um dvd com os melhores momentos dos “Marretas”. O pessoal da minha idade lembra-se certamente dos “Marretas” – o Cocas, verdíssimo a tentar a missão impossível de coordenar um espectáculo com pés e cabeça e sempre a levar porrada da temperamental e melodramática Miss Piggy, por si loucamente apaixonada (haaaaaya! Zás! Pumba!) O desastroso Gonzo com os truques mais falhados de circo e o seu igual no mundo da comédia, o urso Fozzie, cujas piadas deixam muitíssimo a desejar. O incomparável Cozinheiro Sueco (“birdie, durdie bub barababub bock bock bock...”) e os seus ingredientes e caçarolas voadoras. Rolf, o cão pianista e o insofisticado e bruto Animal à bateria. O cientista com imaginação demais e invenções semi-perigosas e o seu assistente (e cobaia) patético e compreensivelmente temeroso. Os dois velhotes consistentemente críticos e rezingões, mas que sempre desconfiei que no fundo, no fundo até apreciassem o show. E as melodias inesquecíveis, como a do Mana Mana.
Uma autêntica pérola de entretenimento infantil, pelo menos para quem cresceu com estes personagens irreverentes. Não se lembram?
It’s time to play the music
It’s time to light the light
It’s time to make the Muppets
On the Muppet Show tonight
It’s time to put on make up
It’s time to dress up right
It’s time to get things started…
O meu boneco Cocas está ali a espreitar de entre os livros na minha estante e a fazer-me olhinhos.

sábado, novembro 25, 2006

Notícia de última hora!
Fui tia! Assim que tocou o telefone, eu já sabia.
O nosso sobrinho deixou-nos todos à espera mais de uma semana, mas quando finalmente se decidiu a vir ao mundo e dar as caras, tudo se passou num ápice: numa questão de uma hora de ter chegado à maternidade a minha cunhada tinha dado à luz sem epidurais nem complicações; foi uma limpeza!
A única chatice é ter de esperar até à hora de visitas, que é à noite, para poder ir ver o puto.

Isto agora é que vai ser mimar!
Parabéns aos pais orgulhosos da tia babada e impaciente : )

Copenhagen by night (Friday/Saturday night)
Talvez por não ter tido muitas oportunidades de sair à noite quando era adolescente, adoro sair à noite. Mas não me convidem para sair Sexta-feira (ou Sábado), porque detesto ser confrontada com a decadência a que se assiste involuntariamente.
Ontem porém não o pude evitar, porque tinha uma festa de Natal do trabalho. Diverti-me, conversei com vários colegas e o ambiente estava óptimo. E como sempre fui uma das últimas a debandar (só cheguei a casa lá para as 3 da matina).
Não levei o carro, uma vez que:
1) não há onde estacionar no centro da cidade;
2) se o há custa uma fortuna e eu, francamente, sou forreta demais para pagar o estacionamento (idem táxis);
3) não conduzo nem que só tenha bebido uma pinga de álcool e ontem estava-me a apetecer tomar uns copos.
Logo fui para casa de Metro. Não me aconteceu nada, nem ninguém me chateou. Mas incomodou-me presenciar:
- n pessoas pedradas e/ou a cair de bêbadas e a falar aos berros e demais, sem dizer nada que se aproveitasse e/ ou a beber e fumar nas estações, o que não é permitido, e a continuar a fazê-lo provocatoriamente apesar das admoestações do pessoal;
- um tipo que mal podia aguentar-se em pé a beber whisky directamente da garrafa;
- pessoas (certamente inofensivas e pacíficas) com ar ameaçador com piercings em sítios estranhos e penteados ultramodernos a cuspir para o chão e a ocupar todo o passeio – ultrapassei-os indo para a estrada, porque não me senti segura para as ultrapassar no dito passeio;
- garrafas estilhaçadas por toda a parte e vómito à saída das escadas rolantes.

Como evito sair à noite durante o fim-de-semana e já não o fazia há que tempos, esqueço-me que vivo uma vidinha bastante protegida e despreocupada, pela qual estou tremendamente grata.
(foto: Erik Kirstensen @Flickr.com)

sexta-feira, novembro 24, 2006

Um mês para o Natal!!!
A precisamente um mês da noite de Natal já estou a entrar naquele espírito mágico e inigualável e já comecei a fazer preparativos:
* já comprei os cartões de boas festas
* já embrulhei as primeiras prendas
* já desencantei algumas das frutas cristalizadas para o bolo rei que faço todos os anos
* já fiz o calendário de Natal do meu marido (24 prendas, uma para cada dia apartir de 1 de Dezembro)
* já tenho os ingredientes para o gløgg, uma bebida quente à base de vinho tinto, canela, cravinho e outras especiarias de sabor e aroma fortes
* já tenho a carteira a arder
* e, mais que tudo, já comecei a cantarolar músicas de Natal sem dar por isso.
Vai ser um óptimo mês!...

(foto: Terri Steele @pbase.com)

quinta-feira, novembro 23, 2006

Descobertas (?) no campo da fast-food
Este deve ser o mês das investigações supérfluas. Parece que agora um grupo de cientistas finalmente chegou à conclusão que já toda a gente sabia: de que fazer refeições regulares no McDonalds não é saudável e aumenta o risco da obesidade (a sério??!...) Num estudo recente concluiram que fast-food tem energia demais, gordura demais e sal demais.
No ”fast-food’s own-country”, os Estados Unidos, onde estão sempre um passo à frente – e dois atrás – do resto do mundo, em vez de se falar em dietas mais equilibradas, não; estão a arranjar maneiras de tornar a fast-food menos prejudicial para a saúde. Os métodos são diversos: reduzir as porções, incluir fruta e vegetais nos menus e tornar os preços mais atractivos para menus menos substanciais e menos calóricos.
Independentemente do que lhe façam, isto de falar de fast-food saudável nunca deixará de ser uma contradição em termos!…
(foto no topo: Archiastian Musamma @pbase.com)

quarta-feira, novembro 22, 2006

A brincar aos polícias e ladrões
Para além de sondagens e estudos de mercado, o que mais me diverte são as notícias completamente absurdas. Há dias li uma das tais. O título já de si era apelativo: “Ladrão teve de chamar a polícia”. Pois é, acontece: este ladrão azarado de origem polaca viu-se obrigado a contactar as autoridades, quando estava a assaltar uma casa alheia e foi surpreendido pelo segurança. Este perseguiu-o de machado na mão e tentou dar-lhe uma machadada na cabeça, no melhor estilo de filme de terror.
Quando a polícia chegou, apreendeu ambos os sujeitos.
Deve ser nestas alturas que quem vive à margem da lei se arrepende do percurso profissional que escolheu na vida.

terça-feira, novembro 21, 2006

9 maneiras de atingir a longividade
Já conhecem o meu fascínio por estatísticas e sondagens. Recentemente li uma bastante interessante. E preparem-se, porque estou prestes a revelar-vos o segredo de como atingir a longividade – nem mais nem menos:
1) Não durmam demais: segundo um estudo publicado em Fevereiro de 2002 na conceituada publicação Archives of General Psychiatry, dormir demais reduz a esperança de vida. Os cientistas descobriram que quem durma mais de oito horas por noite tinha uma taxa de mortalidade significantemente elevada. Mas que não se fique a rir quem consequentemente chega a casa de madrugada da borga: estudos demonstraram que quem durma menos de quatro horas por noite corre o mesmo risco. Quem durma entre seis e sete horas por noite tinha a mais elevada esperança de vida.
2) Sejam optimistas – num artigo publicado em Agosto de 2002 na Mayo Clinic Proceedings um grupo de investigadores concluiu pessoas optimistas corriam 50% menos de risco de morrer prematuramente em relação a quem é mais para o pessimista. A explicação mais provável é que quem encare a vida de uma forma positiva é menos afectado pelo stress, melhor preparado para lidar com a adversidade e, por consequência, mais saudável. Para além disso os optimistas têm tendência a ter uma tensão arterial mais baixa, o que provavelmente também vem da maneira como quem pensa positivo reage ao stress.
3) Mais sexo: está mais do que provado que ter sexo regularmente nos mantém saudáveis e por conseguinte aumenta a longevidade. Mas segundo os investigadores na matéria, não é a reacção biológica gerada pelo sexo que nos faz viver durante mais anos, mas sim o facto de quem tem tempo para manter uma relação íntima sofre menos de stress, é mais feliz e mais descansado, factores estes que diminuem a pressão arterial e protegem contra doenças cardiovasculares.
4) Arranjem um animal de estimação: já foi demonstrado que pessoas que têm animais de estimação, em particular cães, sofrem menos de stress, têm uma tensão arterial mais baixa e vão menos ao médico do que as que não têm. O que pode talvez ser explicado por não estarem tão solitárias e depressivas, terem várias oportunidades para rir e dar carinho e terem a possibilidade de fazer exercício físico diariamente.
5) Façam um teste ao colesterol (um dito VAP): uma maneira eficaz de detectar problemas cardiovasculares e apartir disto modificar a dieta e estilo de vida, começar a medicação o mais cedo possível.
6) Tornem-se ricos: quanto melhor o salário, melhor o acesso a alimentação equilibrada e boas condições de habitação, boas vizinhanças e tratamento médico. E a possibilidade de ter uma vida estável e interessante.
7) Deixem de fumar: (já cá se sabia!...) Num estudo recentemente publicado nos Archives of Gerontology and Geriatrics foi concluido que fumar era imcompatível com uma alta esperança de vida e uma terceira idade com saúde e qualidade de vida.
8) Relaxem: num estudo conduzido pela John Hopkins University School of Medicine em 2002 foi observado que homens com o mais alto nível de agressão como reacção ao stress corriam três vezes mais o risco de desenvolverem problemas cardiovasculares comparado com homens cujas reacções eram menos agressivas. Isto pela ligação entre agressividade e a pressão arterial alta.
9) Consumam antioxidantes – toca a comer canela, alcachofras, feijão, cravos-da-india e groselhas e outros frutos silvestres que combatem os efeitos nocivos dos radicais livres, corpos cuja natureza química instável acelera o efeito da idade nas nossas células (fonte: forbes.com).
Daqui a 100 anos vão-me agradecer : )
(fotos: Nkhare @pbase.com e Tara Shriner @pbase.com)

segunda-feira, novembro 20, 2006

As bonitas têm tudo de mão beijada
Como adoro sondagens, aqui vai mai uma, se bem que desta vez até me vá lixar as hipóteses: as pessoas bonitas e apresentáveis têm maior possibilidade de conseguir arranjar os melhores empregos. Pessoas muito obesas são tomadas por pouco inteligentes e preguiçosas. Cabelo despenteado e camisas por passar a ferro são interpretadas como sinal de desleixo, também a nível profissional, enquanto que ir bem arranjada/o à entrevista de emprego traz associações a dar o seu melhor profissionalmente. Não me parece nada racional, porque a pessoas de unhas impecáveis e maquilhagem sempre perfeita associo o constante limar de unhas à secretária e idas frequentes à casa de banho para retocar o visual, o que, a meu ver, não se coaduna com grande produtividade. E pessoas bastante bonitas na minha experiência costumam ser descaradas e mal-educadas. Mas é assim que pensa uma maioria de pessoas que foram entrevistadas sobre o assunto.
Entretanto segundo a sondagem em questão também parece ser um problema ser-se bonita demais – extrema beleza feminina é associada à falta de credibilidade profissional (o mito das louras e burras?).
Não tenho absolutamente nem nunca terei este último problemazito. Mas também não passo no teste de beleza em geral – ao contrário da maioria das minhas amigas que são lindas! – por isso se não fosse o facto de, não sei como, já estar bem empregada, certamente estaria “feita”.
(fotos: Peter Kwok @pbase.com e Kien Tuan Huynh @pbase.com)

domingo, novembro 19, 2006

Cinco manias
Desafiaram-me para participar num jogo que consiste em descrever aqui cinco mania minhas. Primeiro pensei cá para mim, que já tinha debatido o tópico em Agosto, quando escrevi sobre os meus vícios (muitos deles ligados ao Cristiano Ronaldo). Mas depois pus-me a pensar e cheguei à conclusão, que a minha lista de manias é tão longa, que só esse texto estava longe de incluir tudo. Por isso aqui vão mais cinco:
1) Começar lições de moral com as palavras ”é por essas e por outras que...”
2) Ter os CDs organizados por uma ordem especial só lógica para mim (às vezes por décadas e artistas, outras por estilos, ou dos mais para os menos ouvidos de momento). ”Vou-me aos arames” e ”passo-me dos carretos” se o meu cara-metade põe um CD no lugar desordenadamente, ao acaso.
3) Apanhar pedras na praia. Não posso deixar de o fazer e, como calculam, já tenho uma colecção bastante avantajada.
4) Quando vou às compras não consigo tirar o artigo que está mais à mão; tenho de ver todos os artigos do mesmo género que há na prateleira, antes de fazer a minha escolha.
5) Andar a cantarolar por tudo e por nada. Quando dou por mim – ou quando outros dão por mim, o que é o mais habitual, já cantarolei os grandes êxitos dos anos 80, 90 e os actuais.
Então, satisfeita? Eu poderia continuar, mas como só me pediram cinco manias...

sábado, novembro 18, 2006

O atraso da cegonha
De momento cada vez que toca o telefone eu fico em pulgas; a qualquer momento vou ser tia. Os meus cunhados esperam o primeiro filho – ou filha (optaram por não saber o sexo de antemão, por isso vai ser uma surpresa para todos) e o bebé resolveu deixar-nos esperar mais um bocadinho. Entretanto assim que toca o telefone vou a correr para o atender – ou de preferência tenho-o ao meu lado e atendo imediatamente, com a voz cheia de curiosidade e entusiasmo.
Até agora nada. Duas vezes foi engano, outra vez foi o nosso dentista. Há dias ia a caminho de me encontrar com a minha cunhada em questão. Nisto toca o telemóvel. Tinha a certeza que seria ela a dar a notícia de que não valia a pena eu ir ter ao nosso ponto de encontro, já que ela ia para a maternidade; por isso fiquei confusa quando me apareceu no display o número de uma amiga. E nem sequer era a minha amiga a tentar ligar mas uma pessoa não identificada, que nem me respondia aos “alô, alô”. Só podia ser a filhota dela a brincar com o telemóvel. Desliguei. Encontrei-me com a minha cunhada à mesma e ainda não havia novidades.
Isto está a dar-me cabo do juízo... então a cegonha vem ou não vem?!...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Au, au, au!...
O que já toda a mulher que vive debaixo do mesmo tecto que um homem já sabia, acabou finalmente de ser cientificamente provado: um grupo de cientistas demonstrou que quando os homens estão enfermos, gastam mais energia na sua doença do que as pessoas ditas do “sexo fraco”. Os homens queixam-se mais, tiram mais dias de baixa e demoram mais tempo a restituir-se do que as mulheres.
Esta deve ter sido a pesquisa mais fácil do mundo...
... e diria até que a mais desnecessária. Quem é que não tinha ainda evidência de que basta um microscópico virus para deitar abaixo qualquer matulão?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Pestilências do nosso tempo
Não é que queira tornar este blog num programa de discos pedidos. Mas resolvi aceder a uma amiga e dedicar uma rubrica a um assunto do âmbito social e moral, que a tem vindo a exasperar solenemente – aliás não só a ela como a qualquer pessoa com o devido sentido de responsabilidade e solidariedade social, que não aprecia que a tentem manipular e/ou que a privem do pouco tempo que lhe resta para si própria e para a família.
Trata-se de um fenómeno que daria pano para mangas, mas que tentarei descrever concisamente; fenómeno este que parece extremamente difícil de conciliar com as estatísticas oficiais dinamarquesas: nomeadamente o caso das pessoas desalojadas – ou melhor: de uma das actividades da sua predilecção – a venda do seu periódico mensal, cujo título difícil de traduzir corresponde mais ou menos a “O Sem Abrigo” ou coisa que o valha.
Ora, chegou-me à atenção, quer por conversa com a tal amiga, quer por experiência própria, que, independentemente do dia e da hora a que se vá às compras, à porta do estabelecimento está permanentemente um desalojado a tentar vender – ou melhor, empandeirar - a publicação em questão, que nem é cara, mas a meu ver também falha em ter o interesse do público em geral, já que expõe assuntos especificamente ligados aos problemas de se ser desalojado. Agora pergunto: num país em que, graças a uma rede de segurança social relativamente apta, a quantidade de desalojados supostamente é ínfima – e saindo o tal jornal somente uma vez por mês – como é possível estar uma destas pessoas à porta de cada supermercado da capital dinamarquesa diariamente de jornal na mão?
E passando ao cenário exasperante: uma pessoa entra no supermercado sem dinheiro trocado, porque hoje em dia é costumeiro pagar com cartão; sorri pouco à vontade por não ter os 3 € que custa “O Sem Abrigo”. O desalojado deseja-lhe um bom dia. Meia hora depois sai do supermercado, talvez com uns trocos no bolso e um monte de sacos, aparentando opulência e – como a boa pessoa que é – sente-se na obrigação de comprar o jornal ou pelo menos de voltar a desculpar-se ou de arranjar um pretexto esfarrapado tipo “já o comprei a semana passada” ou “já o comprei ao seu colega”. O desalojado volta a desejar-lhe um bom dia.
Porque será que uma pessoa se deixa levar por 1/3 de boa vontade e 2/3 de má consciência e não se sente no direito de poder dizer que não tem interesse (e porque haveria então de comprar ou ler algo sem o seu interesse no pouco tempo livre que tem à disposição?), sem se sentir um pária social?

A mesma questão se aplicaria por exemplo àqueles acordeonistas sem o mínimo talento, que se plantam à saída dos mesmos estabelecimentos. E aos pedintes sem ar de doente ou de inválidos, que nem sequer tentam dar uma de artistas à saída das estações de metro.
Por favor livrem-me da má consciência compulsiva e devolvam-me o livre arbítrio!
Estou consciente de que é um ponto de vista certamente controversial nos tempos que correm de humanismo fácil e que uma pessoa mal se atreve a proferir tal opinião – mas é também a minha e o blog idem, por isso fica aqui.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Cada maluco com a sua mania
Quando pensava ter chegado ao fim dos hobbies sui generis, deparei-me por acaso com mais um, possivelmente o rei dos hobbies completamente idiotas, sem pés nem cabeça. Na cidadezinha de Ottery St. Mary no sul de Inglaterra continuam a reviver uma tradição centenária todos os anos a 5 de Novembro (na noite de Guy Fawkes, um dos primeiros terroristas bombistas da história, que tentou rebentar as Houses of Parliament em 1605 com barris de pólvora): uma competição cuja meta é ver quem consegue correr a maior distância pela cidade fora com uma pipa de 10 a 30 quilos cheia de alcatrão a arder na cabeça (I kid you not!), antes de o calor se tornar insuportável ou a pipa se desfazer. Uma maneira ardente e um tanto medieval de angariar fundos para a caridade.
Admito que parece menos aborrecido do que tantas outras actividades de tempos livres. Mas quem serão os malucos que se sujeitam a churrascar o escalpe? Segundo a Wikipedia somente “malucos” naturais de lá ou lá residentes durante décadas.

terça-feira, novembro 14, 2006

Já não perdoa!…
Depois das festividades das primeiras semanas de Novembro, sobre as quais já vos entreti neste blog, esgotaram-se-me as boas desculpas para continuar a procrastinar o inevitável: os preparativos para o Natal, que já só está a pouco mais de cinco semanas – um facto que se torna cada vez mais impossível de ignorar, já que para mais não seja pela quantidade de catálogos e publicidade que diariamente são deixados na nossa caixa do correio. Já não há nenhuma publicidade sem pais natais, gnomos, anjinhos, estrelas, bolas de vidro coloridas, brinquedos de todas as cores e feitios para todas as faixas etárias, ideias para as prendas ideais e as decorações mais fantásticas – e as lojas idem. E ainda para mais agravado por ter familiares que fazem gosto em gabar-se de que a esta altura já só lhes falta comprar uma ou duas prendas, o que cria em mim um ligeiro sentimento de pânico. Quaaando é que eu vou ter tempo de ir às compraaas?!!
Ontem resolvi pôr as mãos à obra e dar o pontapé de saída (mas que bela metáfora mista, hein? Meti os pés pelas mãos, sem pôr o pé na argola...); comecei por comprar os cartões de boas festas.
O que me dizem a isto?

segunda-feira, novembro 13, 2006

Já dizia a minha mãezinha
Quantos de nós não jurámos um dia a pés juntos que se um dia casássemos ou tivéssemos filhos, não seriamos como os nossos pais ou não repetiriamos a sua conversa de chacha neurótica e ridícula? E quando chegou a altura, quantas vezes podíamos ter engolido aquelas palavras ocas, aqueles clichés, frases feitas e estereotipos de que nos arrependemos imediatamente e com eles a língua que os proferiu?
Quando tiveres filhos, vais ver” ou “quando tiveres filhos, deixa, que te vou lembrar disto!
Cenouras são boas para os olhos. Alguma vez viste coelhos de óculos?
Não estás nada arrependido, só te arrependes de ter sido apanhado!
Depois não digas que não te avisei”.
“Línguas de perguntador... (como resposta à pergunta: “o que é para o jantar?”, como se isso fosse um segredo de Estado.)
Queres quanto/ o quê?!... Julgas que ando a roubar/ que dinheiro cresce nas árvores ou quê?
Quando eu era da tua idade bla, bla, bla (lição de moral sobre a importância da poupança, virtude, paciência ou outros valores caducados do género)”.
Pois... morreram as vacas e ficaram os bois” ou “a pensar morreu um burro”.
Dói-me mais a mim do que a ti”.
Não fales com a boca cheia” ou “quando se acapa (o que quer que isso signifique...) não se assobia”.
Fecha-me essa porta. Não estamos a tentar aquecer a rua toda” ou “se estás com frio veste mais uma camisola” (como se mais uma camisola resolvesse o problema da cara regelada).
Quando digo oito horas, são oito horas, não dez e meia.
Se pensas que vais sair nessa figura, esquece!...
AAAAAAAAAH!...

domingo, novembro 12, 2006

Caneca para os mais preguiçosos
Depois de todo o tipo de electrodomésticos que potencialmente facilitam a vida cada vez mais, agora chegou a vez das porcelanas e talheres. Para os apreciadores de chá descobri uma novidade. Nomeadamente quem não se quer dar ao trabalho de mexer o açucar ou mel, já não precisa de o fazer: inventores britânicos lançaram recentemente uma caneca que com a ajuda de uma pequena hélice no fundo mexe o chá por si. Basta carregar num botão. A caneca também se auto-lava, bastando para esse efeito que se a encha de água quente e detergente.

E já agora – para levar a preguiça à excelência - porque não inventar um robot que carregue no botão e que sopre para o chá arrefecer e que beba o chá por si?
A caneca em questão encontra-se à venda na net
(http://www.boysstuff.co.uk/product.asp?id=13161) e imagino que seja a prenda ideal de Natal para qualquer preguiçoso ou preguiçosa que se preze - e que aprecie bebidas quentes.

sábado, novembro 11, 2006

The reflex (na na na na)
The reflex (na na na na)
The refle-fle-fle-fle-fle-fle-fle-flex...
Ponham um grupinho de pessoal da minha idade num espaço com um monte de discos de pop e de rock dos anos 80 e o que acontece? Cria-se uma discoteca logo ali! Foi precisamente o que aconteceu cá em casa ontem à noite. Vieram cá jantar umas amigas. Enquanto a música ainda era calma e mais para o contemporâneo, ainda nos conseguimos manter à mesa a comer civilizadamente e a brindar a isto e àquilo. Mas pôs-se o primeiro vinil a rodopiar no carrocel do gira-discos e quando démos por nós estávamos todos no chão de dança improvisado a dançar desalmadamente, à maluca, sem poder parar. E continuámos até às tantas.
Esqueci-me de dizer que adoro dançar e que todas as oportunidades são poucas, especialmente de ao mesmo tempo ser eu o disc jockey!

Obrigada pela dança, meninas. Diverti-me imenso. Voltem sempre e terei os discos dos anos oitenta à mão.
(foto: Tyler Merkel @pbase.com)

sexta-feira, novembro 10, 2006

Momentos românticos e culinários inesquecíveis
Ontem foi portanto o grande dia de festa. Quinze anos não são dois dias e exigem celebrações a sério. Depois da ginástica, o cara-metade, ainda inconsciente dos planos sorrateiros e secretos cá da “je”, queixou-se de estar com “larica”.

- “Não há problema, querido. Olha, muda de roupa, veste por exemplo aquele teu fato todo catita e às oito jantamos”.
- “?
Levei-o a um restaurante com as estrelas todas e de óptima reputação e requinte que ele já mencionava de relance com um certo fascínio há anos. Dos tais em que o cozinheiro de renome vem atenciosamente explicar tim tim por tim tim o que iremos saborear, cada vez que nos é posto à frente um manjar dos deuses extremamente decorativo e uma pessoa humildemente abana a cabeça e agradece, apesar de só ter “pescado” uma palavra ou outra. Estão a ver a mesinha logo atrás da mesa comprida, ao lado da janela? Foi nessa que ficámos.
O meu cara-metade não contava com tais mimos. Mas por outro lado a surpresa não foi tão grande como eu estava à espera. Nunca fui muito boa parceira em jogos de cartas por não ser propriamente exímia em esconder emoções fortes. E obviamente que a minha cara de inocente e calma nos dias anteriores não foi suficientemente convincente e que o meu-cara metade deve ter cheirado que ali havia gato.
O certo porém é que mesmo assim passámos uma noite muito romântica a fazer o balanço de quinze anos com altos e baixos passados a dois, até que a morte nos separe; com comida e bebida soberbas e um atendimento digno de um restaurante daquele gabarito e da ocasião que era.
E já agora para ficarem com água na boca e talvez com inspiração para os jantares do fim-de-semana, aqui vai o cardápio: começámos com um aperitivo, uma taça de champanhe. Como hors d'oeuvres (ou não estivéssemos nós num restaurante francês por excelência) uma bisque (sopa) de caranguejo da neve com especiarias, servida com uma espetada de frito de caranguejo (com um sabor parecido ao do rissol de camarão) e duas fatias finíssimas de aipo. Para o prato principal escolhemos faisão servido com raíz de salsa, coxa en crepinette, abóbora-menina e molho de anis. E para a sobremesa tiramisu com mascarpone, biscoitos e café e uma escolha de delícias de chocolate.
E tudo servido em porcelana real e “regado” com um vinho tinto de grande qualidade ad libitum. Bon apetit : )

quinta-feira, novembro 09, 2006

Deves ser daltónico!
Daltonismo
(também chamado de discromatopsia ou discromopsia): perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos orgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X contenham o gene anómalo). Os portadores do gene anómalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda de função parcial ou total destes, normalmente associada à diminuição de pigmento nos fotoreceptores que deixam de ser capazes de processar diferencialmente a informação luminosa de cor.
É possivel levar uma vida normal sendo-se daltónico e alguns nunca vêm sequer a descobrir que o são. Não é permitido empregar daltónicos como pilotos, capitães de navio e outras profissões no ramo dos transportes, mas para além disso podem ter todo o tipo de profissões.

(Wikipedia)

No meu consultório tenho um teste para avaliar casos de daltonismo. Nunca tive oportunidade de o usar por ser uma condição relativamente rara e por a sua investigação ser uma disciplina especial da psicologia, um tanto longe do meu dia-a-dia clínico. Considero no entanto o daltonismo um dos distúrbios neuropsicológicos mais fascinantes. É difícil de imaginar como uma coisa tão básica como as cores primárias poderão ser observadas ou interpretadas de outra forma por uma minoridade maioritariamente masculina. Seria como não poder ver certas figuras geométricas, ou confundir cubos com triângulos.
Há várias explicações científicas: por exemplo uma falta de pigmento visual, ou uma avaria no processo oponente de registar as cores (amarelo/azul e/ou verde/vermelho). O mais normal é não se conseguir distinguir entre o verde e o vermelho, mas há outras variantes da condição em que não se distinguem tons nenhuns.
Não conhecia o verdadeiro impacto ou significado do termo ‘daltónico’ até um amigo me mandar um urso de peluche azul bebé acompanhado de um bilhete que dizia: “espero que gostes do ursinho, pensei que irias adorar o cor-de-rosa”. Desde então que me comecei a aperceber de relatos de várias amigas. Uma cujo marido tinha ido buscar o carro novo ao stand e acabou por trazer um azul em vez do verde que tinham encomendado sem dar pela diferença. Outra cujo namorado tinha o apartamento pintado nas cores mais sui generis e duvidosas que pensava serem outras.
Das coisas estranhas que há, o daltonismo é talvez uma das mais estranhas.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Segredos
Sabem guardar um segredo? Eu sei, mas às vezes tenho de me disciplinar e estrebuchar muito para não vir com dicas subtis ao respectivo.

Amanhã temos aniversário de casamento. Vai ser um dia de trabalho normal. E depois vamos ao ginásio treinar como é habitual às Quintas-feiras. E só depois é que vem o tal segredo: shhhhhhhhhhhhhh... reservei mesa num restaurante francês gourmet muito romântico sem dizer nada ao meu cara-metade (e espero que não lhe dê para ler o meu blog logo hoje!...) Só me apetece dizer-lhe, ou pelo menos dar ligeiras indicações de que vamos celebrar de uma forma muito especial. Tenho de morder o lábio para ficar calada, para não me rir e me descair com algum comentário alusivo; para não começar a cantarolar o “o sole mio” ou sugerir que vejamos “a Lady e o Vagabundo” (que se referem a um jantar romântico num restaurante italiano, mas de qualquer das formas...)
Vocês não dizem nada, pois não? Shhhhhhhhhhhhhh...

terça-feira, novembro 07, 2006

Mais sondagens
Ai as sondagens e estudos de mercado!… A última que li quase que me fez cair da cadeira: então não é que o conselho de ministros nórdico descobriu através de um estudo recente que a criançada escandinava entre os 12 e 16 anos é ‘extremamente competente’ no que diz respeito a resistir à pressão maciça da publicidade comercial a que estão sujeitos todo o dia?
Será por uma questão de competência e de consciente e propositada ironia pós-moderna que qualquer adolescente insiste em ter só telemóveis topo de gama, roupa de marca, o último grito em termos de computadores e/ou Playstation e/ou iPod e/ou mp4 e acesso a banda larga turbosónica, antes de chegar aos 13 anos? Se fôr esse o caso, que maneira subtil e inteligente de obter o que há de melhor em ambos os mundos ; )
(Foto à dir.: Les @pbase.com)

segunda-feira, novembro 06, 2006

As mulheres são de Vénus, os homens de Marte – e eu serei de onde?
Eu já me apercebi de que em imensos aspectos não sou como as outras mulheres. Abomino ir às compras, não tenho uma colecção interminável de malas e sapatos, de roupa idem. Não consigo falar ao telefone horas a fio (aliás, como já disse antes, evito-o se possível). Não sou louca por chocolate. Não tenho necessidade de nem prazer em falar com as minhas amigas sobre aquelas coisas para mim íntimas demais para serem mencionadas desprendidamente.
Às vezes seria vantajoso poder ser mais prototipicamente mulher – por exemplo se pudesse dar à língua desembaraçadamente andaria bem melhor informada do que é o caso – normalmente sou a última a saber das coisas. E se me fascinasse palmilhar loja após loja não estaria agora com falta de sapatos e roupa de Inverno. Recentemente foi-me sugerido que tirasse um dia para ir às compras com uma amiga; uma óptima sugestão que talvez tornasse a ida às compras um martírio menos doloroso e até me viesse a divertir e tudo. O fatídico da questão é que por azar grande parte das minhas amigas também não são propriamente fãs desse tipo de actividade e teria de ser extremamente persuasiva para conseguir convencer alguma.

domingo, novembro 05, 2006


Adulto a sério
Vinha há dias entretida a ouvir uma emissão em que discutiam animadamente o que significava afinal ser-se adulto; quando se era deveras adulto. Os interlocutores tinham várias opiniões e vários ouvintes ligaram para o programa para contribuir com as suas propostas. “É-se adulto quando se é economicamente independente dos pais”. “É-se adulto quando se deixa de culpar os outros e a sociedade em geral pelos problemas que se tem e se começa a resolvê-los”.Senti-me adulta quando tive de lidar com empreiteiros e de escolher azulejos novos para a casa de banho”.
As propostas foram muitas e variadas, mas nenhuma se aproximou sequer da minha ideia do que significa ser-se adulto. Para mim é-se nomeadamente adulto quando:
Se estaciona o carro numa garagem de centro comercial (evito-o a tudo o custo, porque tenho medo que me pelo de o carro se ir abaixo na rampa nas subidas de andar e comece a deslizar para trás).
Se compra o jornal todos os dias (e falo de jornais a sério, não os gratuitos de leitura fácil que eu leio).
Se sabe o que é o PBI.
Se conhece o significado do termo “pudor deontológico” (adivinhem se eu conheço...).
Não se pode perder um debate político, ou um programa com a Clara Pinto Correia ou a Edite Estrela.
Se vai a reuniões de pais.
Se tem bagageira extra no tejadilho do carro quando se vai para férias.
No meu B.I. diz que sou adulta há muito tempo e até tenho direito ao voto (e exerço esse meu dever cívico), mas quantas vezes me sinto como uma impostora na companhia de outros adultos!...
(Fotos: Jeanne Newmann @pbase.com, Gordon L Wolford @pbase.com, fotabug@pbase.com)